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Em Pauta

O maior computador do Brasil

Mário Sérgio Lorenzetto | 02/01/2017 07:08
O maior computador do Brasil

No Brasil, o prêmio de HD gigante vai para o Banco Itaú. Com mais de 10 mil metros quadrados de área, dois prédios localizados na cidade paulista de Mogi Mirim guardam os dados de 40 milhões de clientes do banco. Inaugurado em março de 2015, custou R$3,3 bilhões e aumentou em 25 vezes a capacidade de armazenamento do Itaú. Há até uma subestação de energia, que consegue produzir o suficiente para abastecer uma cidade maior que Três Lagoas.

O maior computador do Brasil

Mas o governo brasileiro tem o maior computador da América Latina

O supercomputador mais rápido da América Latina, com velocidade de processamento de um quatrilhão de operações por segundo, classificando-se na lista dos Top 500 do mundo, funciona na sede do Laboratório Nacional de Computação Científica - LNCC - localizado em Petrópolis (RJ). Batizado de Santos Dumont, o supercomputador começou a funcionar há poucos meses e está acessível à toda comunidade de desenvolvimento e pesquisa do país. Qualquer pesquisador vinculado a uma instituição de ensino com um problema relevante, que demande processamento computacional de alto desempenho, pode utilizá-lo.

O maior computador do Brasil

Thomas Jefferson, o presidente dos sapatos furados

Aos 61 anos, Jefferson continuava "firme e ereto como um cano de arma de fogo" - um homem alto, magro e quase desengonçado. Ele tinha a compleição de um agricultor e uma "constituição física de ferro". Era o presidente de uma jovem nação, mas também o proprietário de Monticello, uma vasta "plantation" a pouco mais de 160 km de Washington.

Jefferson detestava o ócio. Acordava antes do raiar do dia, lia diversos livros ao mesmo tempo e escrevia tantas cartas que havia comprado uma copiadora a fim de manter o registro de sua correspondência. Era um homem inquieto. Dizia que o tédio era "o mais perigoso veneno da vida". Na década de 1780, após a Guerra de Independência dos Estados Unidos, Jefferson viveu por cinco anos em Paris, atuando como ministro dos EUA para a França. Viajou bastante pela Europa, regressando para casa com baús abarrotados de livros, móveis e ideias. Sofria do que chamava de "enfermidade da bibliomania", constantemente comprando e estudando livros. Na Europa, entre uma obrigação diplomática e outra, encontrava tempo para visitar as mais avançadas fazendas, bem como para observar e comparar práticas agrícolas da Alemanha, Holanda, Itália e França.

Quando Jefferson se mudou para a Casa Branca, após tomar posse em março de 1801, o edifício ainda era um canteiro de obras. A residência do presidente estava separada dos campos adjacentes somente por uma cerca em frangalhos, sobre a qual a lavadeira de Jefferson punha para secar, aos olhos de todos, a roupa lavada do presidente. Jefferson não se incomodava com o "estado vil e imunda desolação" da residência oficial. Desde seu primeiro dia no cargo, tinha começado a desmistificar o papel de presidente, livrando os funcionários dos rígidos protocolos sociais e da pompa cerimonial.

Em vez de recepções formais, recebia os convidados em jantares simples e informais servidos em uma mesa redonda de modo a evitar quaisquer questões de hierarquia. Vestia-se propositalmente com roupas humildes, e muitas pessoas comentavam sobre sua aparência desleixada. Seus sapatos eram tão gastos que os dedos dos pés ficavam à mostra, o casaco era puído, e as toalhas e roupas de cama eram "muito encardidas e manchadas". Parecia um "lavrador de ossos largos". Exatamente a imagem que Jefferson queria transmitir. Quanta diferença para os presidentes atuais, inclusive das "Repúblicas de Bananas".

O maior computador do Brasil

Comércio ou agronegócio? O debate nos EUA dos anos 1800

Em 1804, Thomas Jefferson estava no auge de sua carreira. Escrevera a Declaração da Independência, era o Presidente dos EUA e, no final do ano, conseguiria uma vitória esmagadora nas eleições, assegurando o segundo mandato. Com a recente compra da Louisiana dos franceses, estavam lançadas as bases para a expansão do país rumo ao oeste. Por meros 15 milhões de dólares, Jefferson havia duplicado o tamanho da nação, acrescentando mais 2 milhões de quilômetros quadrados.

Enquanto as Guerras Napoleônicas destruíam a Europa, a economia dos Estados Unidos estava em plena expansão. Na condição de nação neutra os EUA passaram a transportar a maior parte das mercadorias produzidas no mundo todo. Navios norte americanos singravam os mares abarrotados de especiarias, cacau, café e açúcar produzidos pelos demais países. Também levavam o algodão dos EUA. Com isso, os EUA começavam a tomar mercados que antes pertenciam a países europeus. Cresciam vertiginosamente com o comércio de produtos que não lhes pertenciam.

No entanto, os EUA haviam mudado nas três décadas pós independência. Velhos amigos revolucionários puseram-se em desavença por causa de suas diferentes concepções e expectativas para a república, e se entregaram a uma ferrenha disputa partidária. Qual deveria ser o "tecido da sociedade"? Os Estados Unidos deveriam ser uma nação de agricultores ou de comerciantes? Havia os que, como Jefferson, imaginavam uma república agrária com ênfase na liberdade individual e na força dos Estados autônomos, mas também havia, os que, como George Washington, eram a favor do comércio e de um governo central forte. As forças pró-comércio foram fortalecidas, sem destruir as que preconizavam as desejosas dos avanços agrários. Esse debate, fundamental, só viria a ocorrer no Brasil mais de um século depois. Até hoje é inconcluso. Continuamos a ser um país indefinido e fechado.

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