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Em Pauta

O sucesso do High Line em Nova York e os trilhos sem graça de Campo Grande

Mário Sérgio Lorenzetto | 19/11/2014 08:03
O sucesso do High Line em Nova York e os trilhos sem graça de Campo Grande

Parque sobre trilhos daqui não copiou sucesso do americano

Quem diria que cinco milhões de turistas por ano andariam em cima de velhos trilhos de trens? Esse é o Parque High Line, construído em trilhos de trem suspensos abandonados na zona oeste de Manhattan e hoje um dos destinos turísticos mais populares de Nova York. Desde que sua primeira fase foi inaugurada, em 2009, o parque se tornou um exemplo de paisagismo e passou a ser imitado no mundo todo. Provavelmente, inclusive em Campo Grande, ainda que não saibam.

O que oferece o High Lane que motiva tanto sucesso? Uma bela vista de Manhattan, do,rio Hudson e dos prédios mais famosos. Nada disso está contemplado na cópia de Campo Grande, nas proximidades da Avenida Mato Grosso com a Rua Calógeras. Não há nada para ser apreciado. É apenas um projeto estéril, sem vida e que desprezou o que poderia lhe dar valor: a história de Campo Grande que, durante décadas, esteve ligada a essa região. Uma pena.

O sucesso do High Line em Nova York e os trilhos sem graça de Campo Grande
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O bom mercado brasileiro de livros

A literatura brasileira contemporânea teve um bom ano. Provável reflexo de cada vez maior exposição do autor nacional em eventos literários, redes sociais, movimentação dos prêmios. Em um conjunto de escritores nacionais de ficção e não ficção, o crescimento foi de 15% na comparação com o ano passado. Os dados surgem nos levantamentos realizados pela BookScan Nielsen e Valor. Ainda bastante concentrado em best-selllers, o mercado brasileiro tem espaço para crescer. Ainda é pequeno para suas possibilidades. Foram registrados 225 mil novos títulos, de junho do ano passado a julho deste ano. Foram vendidos 37 milhões de exemplares, com faturamento de R$ 1,37 bilhão.

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Mulher é leitora líder do mercado

Há um perfil de superconsumidor que é uma novidade para muitos: é o da mulher, com mais de 40 anos de idade, em geral dona de casa e com filhos e pertencente às classes sociais A ou B. Há outro famoso: o do apaixonado por livros, porém sem livros. Na base da pirâmide (C/D/E), também é mulher na mesma faixa etária, tem baixa escolaridade e vive em um lar sem crianças, que pode estar nas periferias das grandes cidades. O segmento mais expressivo é o da ficção que responde por 41% do mercado. O infantil, juvenil e educacional - com aumento de 25% nos últimos três meses - é o que mais cresce na comparação com o ano passado.

No ranking dos dez mais vendidos, a novidade fica por conta do livro que conta a história de Edir Macedo, vários títulos de John Green e ainda a febre sexista do "50 Tons". Os brasileiros que mais aprecem nas vendas são Augusto Cury, Paulo Coelho, Martha Medeiros, Pedro Gabriel e Fernanda Torres. Continuam a despontar os livros de auto ajuda de Keri Smith, Pierre Ducan e Demi Lovato. Há de se ressaltar a honrosa presença do Prêmio Nobel da Paz Malala Yousafzai.

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O bom pai

Uma fotografia tirada de um astro de Hollywood, como Brad Pitt, empurrando um carrinho de bebê pode ajudar a humanidade avançar? Essa é uma questão que, apesar da aparência, não pertence ao jornalismo superficial das futilidades. É séria e importante. Trata-se da sinalização de uma tendência: a ascensão do pai globalizado. Ao redor do mundo, até em alguns países improváveis, os homens estão assumindo um papel maior na criação dos filhos. É uma transformação, a que ainda não deram a devida importância, mas poderá mudar a relação entre homens e mulheres nos próximos anos.

Durante milênios a maioria dos homens viveu em vilarejos e fazendas, tinha pouca escolaridade e era estimada por seus músculos e não pela inteligência. Mas, por volta de 2008, pela primeira vez, a maioria dos humanos estava vivendo em cidades. Nelas, encontraram novas ideias e com frequência não tinham avós ou tias por perto para cuidar de seus filhos. Os trabalhos do chão das fábricas, tradicionalmente feitos pelos homens, estão agora sendo feitos por robôs. E o mundo está ficando mais instruído. Isso muda a vida da família porque a maioria dos estudos mostra que homens instruídos cuidam mais dos filhos. Cada novo pai com participação ativa torna-se, então, um modelo para seus filhos.

Há uma clara reinvenção do homem no mundo.

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Até na Arábia Saudita os homens estão mudando

Os homens estão mudando porque seu poder sobre as mulheres está diminuindo. A desigualdade entre homens e mulheres se encontra em uma tendência de queda nos últimos 60 anos na maioria das regiões do mundo. Quem afirma é a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). As coisas melhoraram especialmente desde os anos 80.

As mulheres estão alcançando os homens na idade em que se casam, conseguem representação nos parlamentos, nos direitos de propriedade e no ensino. Até mesmo a Arábia Saudita, o último país onde apenas os homens podem votar, prometeu deixar as mulheres irem às urnas e também concorrer nas eleições locais do próximo ano. Mas não para por aí, a favorita dos agentes de apostas, apesar da má administração Obama, para conseguir o emprego mais importante do mundo, em 2016, Hillary Clinton é avó.

Agora, algo fácil de entender: o machismo continua extremo, exceto quando comparado com toda a história.

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A licença-paternidade avança

Um dos mais importantes indicadores do avanço dos homens é a licença- paternidade. Há 40 anos, depois que a Suécia se tornou o primeiro país a adotá-la, qualquer sueco que ousasse tirar essa licença era tachado de "homem de veludo", enfraquecendo sua masculinidade. O veludo era para eles um tecido unissex bastante popular na década de 70.

Em 1994, esse bloqueio, essa má impressão vendida pelos machistas, estava vencida. Quarenta países ofereciam alguma forma de licença-paternidade legal. No ano passado, 78 países tinham licença-paternidade - incluindo bastiões machistas como o Brasil e Ruanda (mas não os EUA). Outro país símbolo do machismo, a Irlanda, está debatendo instituir a licença e o Japão pretende ampliá-la. Mas a foto dos artistas de Hollywood carregando ou empurrando seus filhos é tão importante quanto qualquer lei. Cria um marco, influência milhões. E eles são símbolos de força, de poder, de homens desejados por todas as mulheres e que são heterossexuais invejados. Não são de veludo.

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Como sair das redes sociais

Uma catarata de estudos, ensaios e documentos descrevem o vício de estar nas redes sociais. Elas alienam as pessoas da família e congelam a autoestima dos usuários. Muitos falam em sair, de abandonar o universo dos toques, trocar por uma vida com atividades físicas e contato real com pessoas reais. Mas, não é tão fácil.

O Facebook, por exemplo, perdeu 25% dos usuários entre 13 e 24 anos nos últimos 36 meses. É um sintoma de morte inevitável. Para evitar uma maior evasão, muitas plataformas fecham as portas com os usuários dentro. Na realidade o que conseguem são zumbis, isto é, contas que não são usadas, mas permanecem em "atividade".

Sair do Facebook é um tanto complicado. Se o usuário estiver indeciso, o sistema oferece a possibilidade de desativar a conta desde o menu de Segurança ou diretamente em facebook.com/deactivate.php. Assim, você desativará teu perfil e apagará teu nome e foto de tudo que foi compartilhado. Mas teus conhecidos e amigos continuarão a te convidar para eventos, etiquetando em fotos e convidando para grupos. Para castigar os reincidentes, aqueles que saíram e voltaram, te fazem esperar 24 horas para iniciar a sessão.

O Twitter é mais amável. Tão fácil é criar uma conta como desfazê-la. Ao final da página de configuração está a opção "Desativar minha conta". Ao tocar, o Twitter te perguntará carinhosamente: "Isto é um adeus?". A diferença de outras plataformas não obriga a continuar respondendo sobre os motivos que o levaram a sair.

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