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Em Pauta

O último índio. O homem do buraco

Mário Sérgio Lorenzetto | 16/07/2018 07:56
O último índio. O homem do buraco

No território indígena Tanaru, situado em Rondônia, habita o homem mais solitário do mundo. Não têm forma alguma de posse. Carece até de nome. Não há companhia. Não fala com ninguém, seu idioma é ignorado e o povo a que pertenceu. Só há uma suspeita: é o último de uma comunidade desaparecida pelas balas ou pelas doenças. Assim acreditam os pesquisadores de Survival, o movimento global pelos direitos dos povos indígenas.
"O homem do buraco", como é chamado, está acostumado a construir grandes buracos para caçar animais ou para esconder-se. Provavelmente é um homem de 50 anos. Tudo são conjecturas. Só existe dele uma foto borrada, onde quase nada se vê e uma choupana caindo aos pedaços, onde viveu no passado.
Esse homem solitário não cometeu crime algum, mas, provavelmente, sofre imensamente, imerso nas recordações de sua tribo. Mas vive segundo seus desejos: permanecer isolado da sociedade dominante industrializada.

O último índio. O homem do buraco
O último índio. O homem do buraco
O último índio. O homem do buraco

Fumaça contrabandeada.

Nunca foi tão intenso, e organizado, o contrabando de cigarros para o Brasil. Segundo a Associação Brasileira de Combate à Falsificação, a marca líder do mercado de contrabando é a "Eight", fabricada pela Tabacalera del Este S.A., mais conhecida como Tabesa. Seu proprietário, Horácio Cortes, renunciou à presidência da próspera república vizinha. Assumiu uma vaga no Senado. Assim, continua tão poderoso quanto sempre. Horácio Cortes sempre foi recebido por todos os presidentes brasileiros, apesar de ser acusado de produzir um rombo nas finanças tributárias do Brasil. A Tabesa foi fundada em 1994. Emprega mais de um mil funcionários e tomou metade do mercado da Marlboro no Paraguai. O contrabando é feito para o Brasil, Argentina e até para os Estados Unidos.

O último índio. O homem do buraco

Como a guerra comercial de Trump passou de 18 para 10.000 produtos.

22 de janeiro - A guerra começou quando os Estados Unidos impuseram tarifas sobre painéis solares e máquinas de lavar roupas.
8 de março - Os Estados Unidos, então, impuseram tarifas sobre o aço e o alumínio, argumentando que práticas comerciais desleais ameaçavam os fabricantes dos EUA e, portanto, a segurança nacional. A União Europeia, o Canadá, o México e o Brasil foram inicialmente isentos das novas tarifas.
02 de abril - Um foco das tarifas foi a China, acusada por Trump de inundar o mundo com metais baratos. A China retaliou com impostos sobre cerca de US$3 bilhões em produtos norte americanos.
18 de maio - Com a possibilidade de que as isenções desaparecessem, a União Europeia ameaçou retaliar as tarifas de US$7,1 bilhões em bens dos EUA. Uma parte desses novos impostos entrou em vigor em junho.
31 de maio - O Canadá entrou na briga, anunciando tarifas de cerca de US$12,8 bilhões em produtos norte americanos. Elas entraram em vigor em 01 de julho, destacando ainda mais produtos do que anunciado originalmente.
05 de junho - O México também retaliou, visando mais de US$3 bilhões em aço, carne de porco, queijo e outros produtos dos EUA.
15 de junho - Mas a China ainda era o principal foco. Com as negociações paralisadas, Trump afirmou que imporia tarifas sobre US$50 bilhões em produtos chineses adicionais. A maioria entrou em vigor no 06 de julho. No mesmo dia 15 de junho, a China respondeu também anunciando impostos adicionais sobre produtos dos EUA no valor de US$50 bilhões. O primeiro lote também entrou em vigor no 06 de julho.
10 de julho - Os Estados Unidos impuseram tarifas sobre outros 6.000 produtos chineses, no valor de US$200 bilhões. Trump, na mesma data, afirmou que prepara outra lista valendo US$200 bilhões.
A disputa agora inclui cerca de 10.000 produtos comercializados em todo o mundo e pode ter impacto duradouro sobre a economia mundial. Os mercados foram abalados. As empresas estão reformulando suas operações e os preços estão se elevando para os consumidores. Por enquanto nem os Estados Unidos, China, União Europeia, Canadá e México mostraram intenções de recuar. A grande indagação é quando o comércio mundial entrará em colapso.

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