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Em Pauta

Os presidentes taumaturgos do Brasil e suas curas milagrosas

Mário Sérgio Lorenzetto | 16/06/2022 08:46
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Em abril de 1340, um bispo, embaixador do rei da Inglaterra, apresentou-se perante o doge de Veneza, o mandatário da cidade mais importante do mundo, naquela época. Entre a França e a Inglaterra acabara de se iniciar a luta dinástica que se tornaria a Guerra dos Cem Anos. Os combates já estavam nos campos, mas a diplomacia ainda se prolongava. Quem obtivesse o apoio de Veneza, provavelmente, venceria. O bispo leva uma proposta de três meios de decidir a guerra sem rios de sangue derramados.


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Milagre da cura dos doentes.

O primeiro meio para obter a paz seria um combate em local fechado, um duelo, tido como o verdadeiro julgamento de Deus. A outra proposta era um combate entre dois grupos de seis a oito cavaleiros. As últimas eram inacreditáveis. Expor-se a leões famintos - "os leões jamais atacam um verdadeiro rei" - ou realizar o milagre da cura dos doentes, mais precisamente da "escrófula", um tipo de tuberculose linfática. Só os reis eram capazes de realizar esse milagre.


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Todos acreditavam piamente.

Nem o mais cético francês ou inglês duvidava do prodigioso poder dos reis de curar doentes. Os reis eram personagens sagrados. E, em alguns países, eram ao menos considerados taumaturgos. "Tocavam a escrófula", curavam pelo menos essa tuberculose apenas pelo contato de suas mãos. Tinha uma especial virtude medicinal. Também  distribuíam anéis - "cramp-rings" - consagrados por eles. Esses anéis devolviam a saúde aos epiléticos e acalmavam dores musculares.


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Os dois presidentes taumaturgos do Brasil.

Essa ideia de homens poderosos curando doentes está no âmago da civilização brasileira. Não há momento em nossa pré-história e nos séculos da história escrita em que alguém não seja apresentado aos crédulos como um "curador", um homem com poderes sobrenaturais. Lula e Bolsonaro são dois dos últimos taumaturgos brasileiros. Lula curava até bicho do pé no sertão nordestino. Bolsonaro, um mito, prescrevia cloroquina até bem pouco tempo. E ainda temos alguns pretendentes do centro - Simone 1% e Ciro - fingindo que vencem esses poderosos curandeiros. Tadinhos.... ou espertinhos (vendendo suas garrafas vazias, intentando virar ministros de um taumaturgo).

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