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Em Pauta

Quando a mulher era proibida de ler livros

Mário Sérgio Lorenzetto | 25/08/2016 07:05
Quando a mulher era proibida de ler livros

Em uma tarde de março de 415 d.C. uma mulher de 60 anos é tirada de sua carruagem por uma multidão enfurecida, em Alexandria, no Egito. Em seguida, é despida e tem sua pele e carne arrancadas com ostras (ou fragmentos de cerâmica, segundo outra versão). É destroçada viva pela turba alucinada. Já morta, arrancam seus braços e pernas. O cadáver é queimado em uma pira nos arredores da cidade. Era o fim da trajetória impressionante de Hipácia de Alexandria. Hipácia foi a primeira mulher de fama internacional no mundo da matemática, astronomia e da botânica. Hipácia foi a primeira intelectual de renome e imensa influencia. "As mulheres que leem são perigosas", assim pensavam, e agiam, os homens por dezenas de séculos.

Somente no século XIX o livro se tornou comum para as mulheres. Foi, e continua sendo, sua maior arma para a conquista da liberdade, sua possibilidade de existência, de se lançar em novos horizontes.

Entre a mulher e o livro estabeleceu-se uma aliança. Com ele, ela podia desejar e imaginar um mundo para si própria. Gesto um tanto ousado - e perigoso. Daí os homens desejarem impedi-la de ler ou controlar o que liam. Até o século XIX, os homens marginalizavam as mulheres que liam, rotulando-as de neuróticas e histéricas. Sobretudo as mulheres que liam "demais". A leitura permitiu que tomassem consciência do mundo. A leitura, esse ato tão intimo, tão secreto, terminou por colocar a mulher para fora. Fora do núcleo familiar opressor. O vazio do mundo real foi tomado pela ficção.

Para quem vivia, e vive, na prisão do casamento sem amor, das regras sociais sufocantes, a leitura foi a possibilidade de viver em outro mundo que não o seu e, em seguida, mudar a própria vida. De adquirir prazer que lhe era negado. Um prazer solitário de início. Mas que passou à voz. E, depois um grito... de liberdade.

Quando a mulher era proibida de ler livros

Este casal viaja pelos EUA e Canadá carregando a própria casa

Alexis Stephens e Christian Parsons construíram uma pequena casa sobre rodas. O custo foi de 1 mil euros. Esses aventureiros vivem o sonho de muitos: viajar pelos EUA e Canadá carregando a própria casa. Agora, o casal está realizando uma série de documentários sobre pequenos proprietários desse tipo de casa que se encontram e vivem, temporariamente, em comunidade. Receberá o nome de Tiny House Expedition.

Quando a mulher era proibida de ler livros

Os novos festivais literários virtuais

Festival literário de Paraty leva 400 pessoas a uma sala para discutir um novo livro ou um autor. Festival literário de Bonito não leva nem 40 pessoas. O que está acontecendo com o público ávido por leitura? A nova onda são os festivais literários virtuais.

Em Nova York, a HarperCollins Publisher, uma das cinco maiores editoras do mundo é capaz de reunir em um fim de semana quase 100 milhões de pessoas. Meio Brasil discutindo livros. A sua inventora, Sam Missingham, diz acreditar que, longe de afastar os leitores dos livros, as redes sociais facilitaram discussões abertas e vibrantes, o que contribui para incentivar a leitura e, em consequência, a compra de livros pela internet.

Quando a mulher era proibida de ler livros

Soluções inovadoras: Prefeitura pode construir casas para alugar

O cenário que se desenha para o futuro próximo é bastante desafiador para a construção de casas populares. Há extrema escassez de recursos enquanto as favelas voltam a crescer e expandir em novos núcleos com os seis anos de paralisia da administração pública em Campo Grande.O novo prefeito terá de apresentar soluções inovadoras para que retornemos a merecer o título de "Única Capital sem Favelas". Temos de pensar uma cidade diferente.

Há 12 anos, no município de São Paulo, foi operado o Programa Locação Social. Consistia na construção de casas populares, algumas em regime de mutirão, que seria alugado para faixas mais baixas de renda a preços baixos e vinculados à renda de cada família.

Como o beneficiário recebia um serviço , e não uma propriedade, não precisava se endividar, e a moradia era acessada a um custo bem mais baixo do que qualquer financiamento. Alguns conjuntos foram construídos nesse programa: Olarias, Palacete dos Artistas, Parque do Gato e Vila dos Idosos. Esse último foi o que obteve o maior sucesso. Os demais não cresceram porque a informalidade e os contratos de gaveta dominavam os projetos e porque a inadimplência subia exponencialmente. Concluíram, passados alguns anos, em época de bonança, que o poder público não tinha capacidade de gerenciar um conjunto de casas alugadas.

Há um óbvio equívoco no desenho do projeto. O que a Prefeitura fazer em caso de inadimplência? Ainda que legalmente possa despejar, é uma opção politicamente caríssima para o administrador público. Uma solução possível seria a locação social por autogestão, onde os próprios moradores resolvem a questão da inadimplência e dos contratos de gaveta. Um condomínio gerenciado pelos moradores. Outra, é a entrega da administração dessas casas para organizações da sociedade civil sem fins lucrativos. Enfim, sem soluções inovadoras, não importa se elegeremos José ou Maria, a cidade verá o crescimento de favelas.

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