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Em Pauta

Que tal viver em um mundo sem hierarquia e sem leis, sem governos nem papas?

Mário Sérgio Lorenzetto | 30/04/2014 08:31
Que tal viver em um mundo sem hierarquia e sem leis, sem governos nem papas?

Estamos vivendo em um mundo anarquista?

No século XIX, os anarquistas imaginaram uma sociedade assim. Os indivíduos se encontrariam acima dos Estados, criando e dividindo produtos entre si. Não existiriam monopólios, e o conhecimento seria produzido de forma coletiva. Nacionalidades seriam desprezadas, e as mulheres teriam os mesmos direitos que os homens. “O homem só se emancipa e se liberta através do esforço coletivo de toda a sociedade”, dizia o maior pensador anarquista Mikhail Bakunin. Um discurso bonito, mas que se mostrou impossível na prática. Salvo algumas experiências efêmeras, o anarquismo nunca virou realidade.

Será? Hoje, temos algumas experiências de caráter anarquista, sem percebermos, de caráter duradouro. A Wikipédia é a maior enciclopédia do mundo graças ao esforço coletivo dos internautas. Como prega o anarquismo, ela foi formada pelos próprios leitores, que escreveram e editaram os verbetes. Neste ano, e nos anteriores, os brasileiros dividiram entre si mais de 1 bilhão de arquivos de música e levaram milhões de vídeos a sites de conteúdo coletivo como o You Tube. Artistas e bandas famosas declararam suas músicas de uso público, como fariam os anarquistas.

Fora da realidade virtual, está na moda proteger os animais e deixar de comer carne. Estas são bandeira lançadas pelos pensadores libertários do século XIX. Políticos? Cada vez mais ganham más conotações e continuam belos e fagueiros como se nada estivesse acontecendo. Respeito às leis e à hierarquia? Onde está que tanto procuram e não encontram. Papas? Se não fosse o exemplar argentino... Então, estamos nos umbrais de um mundo anarquista?

Que tal viver em um mundo sem hierarquia e sem leis, sem governos nem papas?

O anarquismo francês em terras brasileiras

Seis anos antes de Karl Marx escrever o Manifesto Comunista e quando o anarquismo era apenas um belo jovem na Europa, 236 operários franceses criaram uma experiência anarquista no Brasil. Foi em São Francisco do Sul, em Santa Catarina. Foi denominado “Falanstério do Saí”. Falanstério era a denominação das comunidades idealizadas pelo filósofo francês Charles Fourier. Consistiam em grandes construções comunais que refletiriam uma organização harmônica e descentralizada, onde cada um trabalharia conforme suas paixões e vocações. A ideia durou menos de um ano. Ainda que tivesse o apoio do presidente da Província (como era denominado o governador do Estado) e do governo Imperial, com pouca estrutura, pouco acostumados com o trabalho rural e passando por várias brigas, o grupo se desfez. Seu principal criador, Benoit Jules Mure, foi para o Rio de Janeiro virando o difusor da homeopatia no Brasil.

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D.Pedro II e a doação de terras para os anarquistas italianos

A experiência anarquista em terras brasileira de maior longevidade foi feita por italianos no Paraná: a Colônia Cecília. Apesar de pregar a ausência de líderes, a comunidade nasceu com o apoio de D.Pedro II, que se empolgou com as ideias dos anarquistas e cedeu a eles 300 alqueires. Três anos depois, quando o Brasil já era República, a Colônia Cecília começou a funcionar em Palmeira, a 80 quilômetros de Curitiba. Chegou a reunir cerca de 200 italianos entre camponeses, intelectuais e artesãos. Toda a renda era dividida, não havia regulamentos, horários, cargos ou hierarquia. Houve até um princípio de amor livre, com dois homens vivendo com a mesma mulher, sem problemas. Mas a miséria e um roubo atacaram a Colônia Cecília. Em 1893, um roubo de dinheiro vindo da colheita de milho fez a Colônia minguar. As famílias foram para a capital, engrossando as primeiras greves do século XX. Foram anarquista, graças a Deus, como escreveu Zélia Gattai, neta de uma família da Colônia Cecília.

Que tal viver em um mundo sem hierarquia e sem leis, sem governos nem papas?
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O Ministério do Meio Ambiente vai monitorar todo o Cerrado brasileiro

O Cerrado é o segundo maior bioma da América do Sul. Ocupa 25% do território brasileiro englobando trechos dos Estados de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, Minas, Bahia, Maranhão, Piauí, Rondônia, Paraná, São Paulo e Distrito Federal. Uma imensidão. É reconhecido como a savana mais rica do mundo. Abriga uma flora com mais de 10 mil espécies, das quais 4,4 mil só existem nele, e 111 espécies da fauna, ameaçadas de extinção.

Um projeto inédito que mapeará – e fará o monitoramento – está sendo implantado pelo Ministério do Meio Ambiente. Vai acompanhar como toda essa riqueza está sendo usada pelo homem ao longo dos anos. O projeto chama-se Terra Class.

Não será apenas um mapeamento realizado com fotos tiradas do espaço, mas um mapeamento que será sequencial, feito ano a ano, para verificar as mudanças que estão ocorrendo no Cerrado.

Fotografias foram tiradas do espaço, através de satélites, mapeando todo o Cerrado, em lotes divididos por coordenadas, por anos consecutivos. Essas fotos serão sobrepostas ano após ano para fazer comparação. Aquela área continua sendo agrícola? De pecuária? Virou uma cidade? O que era lavoura virou mata regenerada? Ou o inverso, o que era mata virou terra de pastagem? De acordo com o Ibama, 49% de toda a área do Cerrado, foram desmatados. Algumas foram desmatadas, depois abandonadas pela pecuária e voltaram a apresentar cobertura vegetal regenerada. O primeiro mapeamento, que já está todo fotografado, deverá ser entregue até o final deste ano.

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Mato Grosso do Sul na mais importante feira de tecnologia do mundo

Star Tracker: Um Framework Computacional para Localização de Corpos Celestes é o projeto do estudante Leonardo Vasconcelos Lopes, do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul. O rapaz e outros 33 estudantes estarão na Intel ISEF (Intel International Science and Engineering Fair), que acontece no mês de maio em Los Angeles. Concorrem a US$ 4 milhões em prêmios, entre eles bolsas de estudos, juntamente com estudantes de todo o mundo.

O projeto Star Tracker é um dispositivo que tem como função localizar corpos celestes por meio de um aplicativo para plataforma Android. Funciona assim: com o céu modelado em interface gráfica 3D feito em Java e usando OpenGL, o usuário seleciona uma estrela na aplicação e, com as coordenadas do corpo celeste e cálculos de tempo sideral, é possível conhecer a direção em relação à posição do observador. As coordenadas são imediatamente enviadas para o dispositivo apontador via Bluetooth. O dispositivo microcontrolador Arduino recebe a informação e move os motores para posicionar um laser na direção da estrela, entregando ao usuário informações sobre o corpo celeste.

Além dele, outros 17 projetos brasileiros foram selecionados. Eles receberam patrocínio na Intel, que está de olho em jovens talentos da tecnologia. Quando chegarem a Los Angeles, em 11 de maio, concorrerão com 1,6 mil daqueles que são considerados os mais promissores e inovadores jovens cientistas do mundo. Os vencedores serão conhecidos no dia 16.

No ano passado, o recifense Tulio Vinicius Andrade Souza, de apenas 17 anos, conquistou o terceiro lugar do prêmio Grand Award, na categoria Ciências Sociais e do Comportamento, e embolsou US$ 1 mil.

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Canais digitais lideram transações bancárias

E, cada vez mais, segundo a Febraban, os canais tradicionais de relação com as instituições bancárias perdem espaço. Internet e mobile banking responderam por quase a metade das transações realizadas em 2013. Foram 47%, quando caixas eletrônicos e agências bancárias ficaram com 37% do bolo. É assim para os 18 bancos participantes da pesquisa que abrange 97% da rede bancária brasileira. Nos dois anos precedentes, 31% usavam canais digitais. A evolução, segundo a Febraban, se deve principalmente ao crescimento do mobile banking, que chegam a 270% de aumento na comparação entre o ano passado e 2009.

No período, as transações por smartphones passaram de praticamente zero para 6%. A maioria das transações não está ligada à movimentação financeira, como em aplicativos para consulta de saldo. Nesse ponto, a participação do mobile banking, que era de 4% passou para 10% entre 2012 e 2013.

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