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Em Pauta

Tchernóbil, a Terra dos Mortos

Mário Sérgio Lorenzetto | 27/03/2017 09:42
Tchernóbil, a Terra dos Mortos

No dia 26 de abril de 1986, à 1h23, uma série de explosões destruiu o reator e um prédio da Central Elétrica Atômica de Tchernóbil, situada na fronteira da Rússia com Belarus. Essa catástrofe se converteu no mais grave desastre tecnológico do século XX.

Nos anos da Segunda Guerra Mundial, os nazistas destruíram 619 povoados em Belarus, com toda suas populações. Depois de Tchernóbil, aquele país havia perdido 485 povoados. Setenta deles estão sepultados para todo sempre, jamais poderão ser reabertos pelos perigos da radiação.

Antes de Tchernóbil, havia 82 casos de câncer para cada 100 mil habitantes de Belarus. Hoje a estatística indica que há 6 mil casos de câncer para os mesmos 100 mil habitantes. Os casos multiplicaram-se quase 74 vezes. A mortalidade cresceu 23%.

Tchernóbil, a Terra dos Mortos

O horror da radiação no corpo humano.

É difícil escrever. Talvez não exista horror maior que o causado pela radiação. As queimaduras saem de dentro para fora do corpo. Na boca, na língua, nas maçãs do rosto. Inicialmente são pequenas chagas, depois vão crescendo. As mucosas caem em camadas, como películas brancas. A cor do rosto, a cor do corpo torna-se azulada... avermelhada e, finalmente cinza-escuro.

A pessoa atingida, evacua de 25 a 30 vezes por dia. Com muito sangue e mucosidade. A pele começa a rachar nas mãos e nos pés. O corpo fica coberto de furúnculos. Caem chumaços de cabelos. Os lençóis são trocados todas as manhãs, mas no final da tarde já estão todo ensanguentados. Quanto o doente é levantado, pedaços de sua pele ficam nas mãos de quem o levantou.

No final, os ossos começam a se mover, dançam, se separam da carne. Saem pela boca pedacinhos de pulmão, do fígado. A pessoa se asfixia com as próprias vísceras. É impossível narrar tudo. Essa é uma parte do terror causado pela ganância do homem. E também pelos erros e exageros da tecnologia.

Tchernóbil, a Terra dos Mortos

Ateus convertidos em um instante.

Diante do acidente de Tchernóbil, todo mundo se punha a filosofar. As igrejas ficaram repletas de crentes e de pessoas que há pouco eram atéias. Buscavam respostas que não podiam obter da física ou da matemática. O mundo tridimensional se abriu. Desapareceram os valentões que haviam jurado sobre a bíblia do materialismo.

Incendiou-se a chama da eternidade. Era mais interessante conversar não com cientistas, funcionários ou militares com muitas medalhas, e sim com os velhos camponeses. Gente que vivia sem Tolstói e Dostoievski , sem internet, mas cuja consciência de algum modo continha uma nova imagem do mundo. E ela não se destruiu.

Tchernóbil, a Terra dos Mortos

Alô evangélico, as empresas de telefonia das igrejas.

Sem trocadilho. As igrejas evangélicas estão antenadas com o século XXI. Perceberam que são líderes de um público de milhões de adeptos e que podem usufruir desse mercado potencial. A Assembleia de Deus lançou a AD em 2015. A Sara Nossa Terra acaba de lançar a "Mais Parceiros de Deus".

Ambas são empresas de telefonia celular focadas em um público que chega à casa dos 5 milhões de possíveis usuários. São empresas sem infraestrutura e nem frequência própria, utilizam a rede de outras operadoras, constituindo parcerias rentáveis.

Enquanto as demais operadoras de telefonia celular decresceram, em 2016, algo como 5%, as empresas de telefonia celular dos evangélicos cresceram quase 40%. Já há mais de 500 mil adeptos dessas companhias.

O sucesso das "Alô Evangélico" é tão grande que abriu os olhos dos times de futebol, entidades historicamente mal administradas no Brasil. De acordo com a Movtell, empresa dedicada a criar e operacionalizar esse tipo de telefonia celular, já existe um grande clube brasileiro que até maio lançará sua plataforma telefônica. Dificilmente será o Corinthians, o maior time brasileiro, mas campeão da má administração nos últimos anos.

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