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Em Pauta

Tentando entender as vitaminas. A difícil vitamina para o cérebro

Mário Sérgio Lorenzetto | 02/09/2020 06:40
Campo Grande News - Conteúdo de Verdade
A descoberta e os nomes das vitaminas só vieram na década de 1920 e o progresso foi confuso e hesitante. No começo, as vitaminas foram nomeadas mais ou menos em ordem alfabética - A, B, C, D e assim por diante - mas esse sistema começou a desmoronar. Descobriram que a vitamina B na verdade eram várias, e elas foram rebatizadas de B1, B2, B3 e assim por diante, até B12. Depois ficou decidido que as vitaminas B não eram tão diversas, afinal. Então, algumas foram eliminadas e outras reclassificadas, de modo que hoje restam seis vitaminas B razoavelmente sequenciais: B1, B2, B3, B5, B6 e B12. Outras vitaminas surgiram e sumiram. Foi assim que a medicina ficou repleta do que poderíamos chamar de "vitaminas fantasmas" M, P, pp, S, U e várias outras.


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A vitamina da coagulação.

Em 1935, um pesquisador da Dinamarca, Henrik Dam, descobriu uma vitamina crucial para a coagulação e a chamou de vitamina K (do dinamarquês koagulere). No ano seguinte, outros pesquisadores vieram com a vitamina P (de "permeabilidade"). É um processo em andamento, muda de tempos em tempos. A biotina, por exemplo, foi chamada de vitamina H, mas depois virou B7. Hoje, é só chamada de biotina.


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Vitaminas são mal definidas.

Mesmo hoje, as vitaminas são uma entidade mal definidas. O termo descreve treze fragmentos químicos de que necessitamos para funcionar direito, mas que somos incapazes de produzir sozinhos. Embora pensemos nelas como estritamente ligadas, na maior parte elas têm pouca coisa em comum, tirando serem úteis para nós. Às vezes são descritas como "hormônios fora do corpo", o que é uma boa definição. Mas essa definição só é verdadeira em parte. A vitamina D, uma das mais vitais de todas, e que entrou na moda anti-coronavírus, pode tanto ser produzida pelo nosso corpo (onde na realidade é um hormônio) como ingerida em alimentos (o que a torna uma vitamina). Bem confuso.


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A vitamina para o cérebro.

A colina é um micronutriente do qual você provavelmente nunca ouviu falar. Mas talvez seja a mais importante de todas as vitaminas. Ela têm um papel central em fabricar neurotransmissores e manter teu cérebro operando normalmente. É abundante em alguns alimentos não muito consumidos - fígado, couve-de-bruxelas, feijão-de-lima, por exemplo - o que sem dúvida explica as estimativas de que em torno de 90% da população sofra de deficiência de colina no mínimo moderada. Os efeitos dessa deficiência são óbvios: má fabricação de neurotransmissores e cérebro operando em precárias condições. Não resta dúvida que essa - e todas as demais - vitaminas devem ser conseguidas, única e exclusivamente, através dos alimentos. Comprar vitaminas em farmácia é perder tempo e dinheiro, não fazem efeito.


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A falsidade da eficácia da vitamina C contra gripes e resfriados

Uma das maiores fábulas sobre as vitaminas foi criada pelo químico norte-americano Linus Pauling que teve a distinção de receber não um, mas dois prêmios Nobel (de química e da paz). Pauling acreditava que doses maciças de vitamina C eram eficazes contra gripes, resfriados e até alguns cânceres. Pauling era um gênio e bom homem, mas mesmos os bons geniais cometem erros gigantescos. Ele ingeria até 40 mil miligramas diários da vitamina. Uma loucura. A dose diária máxima recomendada é de tão somente 60 miligramas. Sem comprovação alguma, Pauling afirmava que a vitamina C manteve seu câncer de próstata sob controle durante vinte anos. Todas essa afirmações de Pauling - vitamina C contra gripe, resfriado e câncer - foram amplamente desabonadas por muitos estudos. Graças a Pauling, até hoje muita gente acha que tomar vitamina C ajuda a curar resfriado e gripe. Não ajuda.
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