Estimativa de julho aponta safra recorde de 340,5 milhões de toneladas em 2025

O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), divulgado hoje (14) pelo IBGE, mostra que a safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas deve totalizar 340,5 milhões de toneladas em 2025. Trata-se de um valor 16,3% ou 47,7 milhões de toneladas maior do que a safra obtida em 2024 (292,7 milhões de toneladas). Na comparação com junho, a estimativa registrou alta de 2,1%, um acréscimo de 7,1 milhões de toneladas.
RESUMO
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Safra brasileira de grãos deve atingir recorde histórico em 2025. A estimativa do IBGE aponta para uma produção de 340,5 milhões de toneladas, um aumento de 16,3% em relação a 2024. Soja e milho lideram com produções recordes de 165,5 e 137,6 milhões de toneladas, respectivamente. O crescimento é atribuído a maiores investimentos em tecnologia e área plantada, além de condições climáticas favoráveis na maior parte do país. Aumento na produção de arroz, algodão e sorgo também contribui para o resultado positivo. Mato Grosso lidera a produção nacional, respondendo por 32,4% do total, seguido por Paraná (13,4%) e Goiás (11,4%). A região Centro-Oeste concentra 51,5% da produção nacional. Apesar do cenário positivo, o Rio Grande do Sul enfrentou problemas climáticos que impactaram a produção local.
A área a ser colhida este ano deve ser de 81,2 milhões de hectares, o que representa um crescimento de 2,7% (2,2 milhões de hectares a mais) em relação à área colhida em 2024. Frente ao mês anterior, a área a ser colhida apresentou uma expansão de 49,0 mil hectares (0,1%).
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“A estimativa de julho para a safra 2025 é recorde da série histórica do IBGE. O crescimento da safra brasileira de cerais, leguminosas e oleaginosas em relação a 2024 é consequência dos maiores investimentos realizados pelos produtores, que ampliaram as áreas de plantio e investiram mais em tecnologia de produção, motivados pelos bons preços dos principais grãos por ocasião do plantio da 1ª (safra das águas ou verão) e 2ª safras (safra das secas). Outro fator foi o clima, que beneficiou as lavouras no campo na maioria das unidades da federação produtoras. Os problemas climáticos mais sérios foram verificados somente no Rio Grande do Sul”, explica o gerente do LSPA, Carlos Barradas.
Os principais destaques positivos da safra 2025 em julho, frente a junho, são os crescimentos das estimativas da produção da soja (165,5 milhões de toneladas), do milho (137,6 milhões de toneladas), do arroz em casca (12,5 milhões de toneladas) e do algodão em caroço (9,5 milhões de toneladas).
O arroz, o milho e a soja representam 92,7% da estimativa da produção e são responsáveis por 88,0% da área colhida. Na comparação com 2024, houve aumentos na produção estimada do algodão herbáceo em caroço (7,1%), do arroz (17,7%), do feijão (0,4%), da soja (14,2%), do milho (19,9%, sendo 14,1% para o milho 1ª safra e 21,4% para o milho 2ª safra), do sorgo (23,6%) e do trigo (2,3%).
Ainda frente a 2024, mas no que se refere à área a ser colhida, ocorreu crescimento de 5,6% na do algodão herbáceo (em caroço), 11,4% na do arroz em casca, 3,3% na da soja, 3,5% na do milho (declínio de 4,9% no milho 1ª safra e crescimento de 5,9% no milho 2ª safra), e de 10,9% na do sorgo. Por outro lado, as áreas do feijão (-6,1%) e do trigo (-18,2%) apresentaram reduções.
A estimativa da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas de julho mostrou variação anual positiva para todas as regiões do país: Centro-Oeste (21,4%), Sul (9,0%), Sudeste (16,9%), Nordeste (9,0%) e Norte (17,3%). Quanto à variação mensal, apresentaram aumentos o Norte (1,9%), o Sul (0,7%), o Sudeste (1,9%) e o Centro-Oeste (3,3%). O Nordeste (-0,1%) foi a única região com variação mensal negativa.
m relação a junho, os principais aumentos nas estimativas de produção ficaram por conta do sorgo (13,5% ou 585 211 t), do milho 2ª safra (5,7% ou 6 020 682 t), da castanha de caju (4,0% ou 5 605 t), da uva (2,1% ou 42 983 t), da aveia (2,0% ou 26 589 t), do algodão herbáceo (1,6% ou 154 083 t), do arroz (1,5% ou 185 508 t), da cevada (0,6% ou 3 339 t), do milho 1ª safra (0,6% ou 156 042 t), do feijão 2ª safra (0,3% ou 3 503 t) e da soja (0,2% ou 390 204 t).
No sentido oposto, houve quedas nas estimativas da produção do feijão 1ª safra (-6,7% ou -76 488 t), do tomate (-6,7% ou -318 774 t), do feijão 3ª safra (-5,2% ou -43 796 t) e do trigo (-3,4% ou -275 018 t).
“Os recordes de produção do milho e do sorgo em 2025 ocorrem devido à ampliação das áreas de plantio e ao clima que beneficiou essas lavouras durante as duas safras, notadamente o milho da 2ª safra no Mato Grosso, que é o maior produtor nacional desse cereal. Esse aumento da produção se deve ao crescimento da demanda pelo cereal, já que ele é utilizado na produção de ração para atender à produção brasileira de proteína animal (carnes de frango, suíno e bovino), assim como no atendimento à crescente produção de etanol de milho, sendo que muitas usinas estão sendo instaladas no estado para aproveitamento desse cereal”, acrescenta Carlos.
Com 32,4% de participação, Mato Grosso mais uma vez lidera a produção nacional de grãos
Mato Grosso lidera como o maior produtor nacional de grãos, com participação de 32,4%, seguido por Paraná (13,4%), Goiás (11,4%), Rio Grande do Sul (9,5%), Mato Grosso do Sul (7,5%) e Minas Gerais (5,6%), que, somados, representaram 79,8% do total. Em relação às participações das regiões brasileiras, o panorama é o seguinte: Centro-Oeste (51,5%), Sul (25,1%), Sudeste (8,9%), Nordeste (8,2%) e Norte (6,3%).
As principais variações positivas nas estimativas da produção, em relação ao mês anterior, ocorreram no Mato Grosso (5 536 658 t), em Minas Gerais (561 874 t), no Paraná (479 700 t), em Santa Catarina (245 226 t), no Tocantins (242 795 t), na Bahia (160 380 t), em Rondônia (130 647 t), em Goiás (29 289 t), em Roraima (21 687t), no Maranhão (5 162 t), no Mato Grosso do Sul (408 t), no Acre (47 t) e no Rio de Janeiro (7 t). Já as variações negativas mais relevantes foram observadas no Rio Grande do Sul (-101 540 t), na Paraíba (-76 892 t), no Ceará (-59 501 t), no Piauí (-46 775 t), no Rio Grande do Norte (-12 701 t), em Sergipe (-6 490 t) e no Amazonas (-65 t).