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Ensinar Juntos

O problema são as outras pessoas

Por Carlos Alberto Rezende (*) | 10/01/2024 07:21

Uma das melhores cenas da série "Os outros", criada e exibida pela TV Globo, a Cibele, interpretada por Adriana Esteves, diz para o Sérgio, personagem de Eduardo Sterblitch, que o Marcinho, seu filho, é um ótimo menino e que ele só fez o que fez porque o filho do vizinho o provocou. E Sérgio, com todo cinismo que lhe é pertinente, lhe trouxe verdades: "O problema são os outros, né?!"

Como educador eu sempre refleti muito sobre o amor ilimitado e incondicional dos pais para com as suas crias, e como isso implica na formação do caráter delas. Criar um ambiente onde as crianças tenham tudo entregue de forma fácil pode não as preparar adequadamente para lidar com as dificuldades do mundo real. É importante equilibrar o fornecimento de comodidades e conveniências com a promoção da resiliência, responsabilidade e habilidades para enfrentar desafios. Dar às crianças a oportunidade de lidar com problemas e superar obstáculos, com o devido apoio e orientação, pode ajudá-las a desenvolver a capacidade de adaptação necessária para enfrentar o mundo real quando crescerem.

Educar nossos (as) filhos (as) fora de uma redoma de proteção envolve equilibrar a necessidade de segurança com a promoção da independência e autonomia. Isso pode incluir permitir que as crianças enfrentem desafios e assumam responsabilidades apropriadas para sua idade, enquanto ainda oferece apoio emocional e orientação. É importante que os pais forneçam espaço para que os seus rebentos aprendam com erros e experiências, enquanto continuam a oferecer um ambiente seguro e apoio emocional; isso pode ajudar a preparar as crianças para lidar com situações do mundo real de forma mais eficaz. Salientando que cada família é única e pode ter diferentes abordagens para lidar com essas situações.

Educar em um mundo sem limites é um desafio fascinante e complexo, pois a vida em um planeta em constante mudança traz desafios gigantescos no que diz respeito a educação. Isso implica em adotar uma abordagem que favoreça a criatividade, a inovação e o pensamento crítico, bem como incentivar a exploração e a descoberta. É vital que haja parceria sólida entre escola e família, reforçando os valores e comportamentos ensinados tanto em casa quanto na escola. Buscando o equilíbrio entre amor e limites, utilizando a tecnologia de forma responsável, focando no crescimento e desenvolvimento emocional, estimulando a autonomia e responsabilidade.

Um aspecto importante de como educar é saber como disciplinar uma criança de maneira apropriada e construtiva. Para começar, incentive seus filhos e filhas a participarem das tarefas domésticas de acordo com a idade e capacidade de cada um. Isso pode incluir arrumar o quarto, ajudar na cozinha ou cuidar de um animal de estimação; essas atividades ajudam a desenvolver o senso de obrigação e colaboração. Da mesma maneira devemos ensinar nossas crianças a assumirem os encargos por suas ações desde cedo, ensinando a reconhecerem e arcarem com a responsabilidade pelos erros cometidos. Educar com amor não significa permissividade; estabelecer limites e regras é fundamental para ensinar aos filhos (as) sobre a importância do respeito e da disciplina. Nesse contexto, é importante promover uma mentalidade aberta, onde os indivíduos se sintam encorajados a experimentar novas ideias, assumir riscos e aprender com os erros, nossos grandes professores.

É relevante que a família, em parceria com a escola, encontre um método eficaz na educação dos seus filhos e filhas, sempre tendo em mente o bem-estar e a segurança das suas crianças. Os educadores podem ajudar os alunos e alunas a desenvolverem certas habilidades, como a resiliência, a adaptabilidade e a perseverança, que são fundamentais para enfrentar os desafios do mundo de hoje. Com parcerias, esforço, limites, dedicação e amor, é possível criar uma geração de indivíduos emocionalmente equilibrados, autônomos e responsáveis, prontos para deixar as marcas transformadoras: empatia, respeito e amor ao próximo, pois, afinal de contas, os outros também são humanos!

E afinal, se a fórmula utilizada para educar você o transformou em uma boa pessoa, por que mudar a fórmula? Fica a sugestão...

 (*) Carlos Alberto Rezende é conhecido como Professor Carlão. 

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