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Manoel Afonso

‘Bicos quebrados’

Manoel Afonso | 01/02/2013 15:37

‘BICOS QUEBRADOS’ A falta de afirmação partidária é a característica maior tanto da direção nacional como da cúpula tucana no MS. Episódios recentes permitem a afirmação de que o PSDB é hoje um partido exatamente como os demais.

EM BRASÍLIA os tucanos são tímidos na oposição. Falta-lhes o condão da indignação/combatividade. Por exemplo: só no apagar das luzes aderiram à candidatura de Taques no Senado, quando deveriam ser os precursores do movimento.

AS LIDERANÇAS tucanas priorizam as relações corporativistas que resultam em cargos/vantagens nas mesas diretoras, esquecendo o papel de oposição ao Governo do partido que as derrotaram nas últimas três eleições presidenciais. É certo isso?

PROCEDE a afirmação do senador Pedro Taques, segundo a qual “o Brasil é único lugar que tem jabuticaba e uma oposição que concorda com tudo que o Governo faz”. Volto a citar Orestes Quercia ironizando: “o PSDB é um partido sem sexo”.

O ELEITOR tucano ficou horrorizado com o partido nesta eleição no Senado. O raciocínio é simples e correto: como poderia ficar com Renan, apoiado pelo Planalto e defendido publicamente por Zé Dirceu? Incoerente e carente de projetos.

A DUBIEDADE tucana no MS é ‘intrigante’. Cultiva relações com o PMDB, flerta com o PT e participa da administração do PP na capital à revelia do diretório estadual. Com Figueiró agora no Senado espera-se a definição de postura adequada.

AS AUSÊNCIAS dos vereadores Rocha e Rose à reunião do diretório municipal para explicar suas indicações pessoais a cargos na prefeitura é sinal de falta de unidade. Cada qual priorizou seus projetos pessoais. A questão partidária é elementar.

É FARTO o noticiário sobre as ‘travessuras tucanas’, onde cresce a tese de que Azambuja seria candidato ao Senado de Delcídio. Aliás, o vereador Zeca já ‘rodou a baiana’ questionando: “como eleger um senador que será contra Dilma?”

OMISSÃO Também na AL. os tucanos tem postura opaca. O mensalão, por exemplo, não mereceu um só discurso crítico deles. Perdeu-se a grande chance de ocupar o espaço e fazer o contraponto ao Governo Federal. ‘Bonzinhos’ demais.

MESMICE Só com a volta dos deputados é que algumas definições ganharão maior visibilidade. Entrevistas, manifestações no plenário/tribuna e a formação das comissões são os componentes principais para se aferir a tendência política em 2013.

LÚDIO COELHO Foi ele quem autorizou o gerente Edson Contar a dar empréstimo; via Valdir S. Pereira; para Pedrossian tocar a campanha ao Governo. Contar ponderou: “Se o Financial não emprestar, outro banco emprestará”. E deu no que deu.

O EX-DEPUTADO Contar tem memória invejável. No caso acima, ele lembra que a vitória de Pedro se deveu em parte a estrutura de campanha montada com o empréstimo do banco de propriedade do candidato adversário. Ironias da política.

NA MOSCA Flávio Derzi acenava vantagens mil para MS com o gasoduto, inclusive a separação local de subprodutos do gás. Mas a realidade é outra diferente. Ganhamos pouco. Mas gora o senador Figueiró promete focar a questão. É esperar.

GASODUTO: ‘seria a redenção econômica do MS, passaporte para a industrialização.’ Essa tese rendeu votos e abriu muitas portas para os políticos. Mas no frigir dos ovos até a nossa legitimidade pelo direito ao ICMS foi questionada. Pode?

SÓ ÔNUS? O gasoduto lembra por analogia a questão fronteiriça com Paraguai e Bolívia. Não recebemos compensações significativas do Governo. Ficamos só com os desgastes. Aliás, só nas campanhas presidenciais abordar-se o tema.

ASSEMBLEIA Amarildo volta e Lídio estreia! O primeiro já tem alvo certo; o segundo tem problemas com Bernal. Mas terá a seu favor o seu currículo na Câmara e a postura coerente. Atrairá a solidariedade dos colegas. E isso pesará muito.

A OPINIÃO de Valter Pereira sobre o PSD de Kassab é correta. Diz que o ‘novo partido’, aderindo ao Governo, repete a postura do velho PSD, onde o apoio dependia das vantagens oferecidas. Mais um devoto fiel de São Francisco de Assis.

LEI ÚMIDA O texto da Lei Seca cultiva ainda a notória tradição de que só os mais pobres/menos aculturados acabarão na cadeia por isso. Ao policial caberá agora o papel decisivo na avaliação da postura do condutor suspeito de embriaguez. Pode?

QUESTÕES Será que agressividade, desequilíbrio e hálito etílico serão suficientes para enquadrar o réu em um crime de trânsito ou apenas numa infração administrativa? Ora! O CONTRAN ignorou o atual entendimento dos juízes em nossos tribunais.

LEMBRO: Se o grau de embriaguez é passível de multa ou multa e prisão, isso só poderá ocorrer via exame de sangue ou do bafômetro. O policial poderá atestar o estado de embriaguez, mas não precisará o quanto ingerido com base na aparência.

ERRARAM ao continuar separando infração do crime de trânsito e em graduar o nível da bebedeira. O correto seria acabar com infração administrativa e ao mesmo tempo qualificar o motorista no crime de trânsito. Aí sim a tolerância seria zero.

ARREMATE Quem não soprar o bafômetro e não realizar o exame de sangue terá chances de defesa. Mais uma vez faltou coragem ao legislador. Multas mais pesadas e carteira recolhida não bastam a um povo indisciplinado por nascença.


“O Senado não pode continuar refém da minoria que vive de conceder favores à maioria”. (Senador João Capibaribe)

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