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Manoel Afonso

Eleições dos sobreviventes e da vingança

Manoel Afonso | 07/07/2017 08:37

‘SEGURA PEÃO!’ Assim estamos – rebolando para não cair do animal nesta arena pantanosa de estagnação econômica, desemprego, escândalos sucessivos da corrupção, vai e vem da justiça e de desilusão com a classe política. Aí, duvidar dos políticos é hoje uma consciência nacional.

PERGUNTO: Onde mora a esperança? Qual candidato é porto seguro? Marina Silva é desconexa com a realidade sem início, meio e fim; Bolsonaro se apega na moralidade; Geraldo Alckmin não entusiasma; Lula não se encaixa no Brasil atual: João Dória é uma incógnita e Ciro Gomes vende ideias de almanaque.

VERDADEIRA a afirmativa de que ‘a classe política brasileira fracassou’. A ‘Lava Jato’ revelou os conchavos reunindo os principais partidos, passando a todos nós o sentimento de indignação. Há sim o risco de o eleitor ir as urnas – não apenas para fazer justiça, mas para se vingar!

É FACIL aferir a tendência. Ouça o vizinho, colega de trabalho, parente, companheiro de fila de banco. Não há satisfeitos - pior: a desesperança é crescente como nunca se viu desde a ‘Crise de 1930’. E se o brasileiro ainda não voltou às ruas é simplesmente porque não confia na classe política.

QUANDO o assunto é economia e suas perspectivas, vem a afirmativa usual: ‘quem ganha dinheiro, fica rico neste país, não é quem trabalha, gera emprego: é o político. Aliás em todas as pesquisas, nas mais diferentes classes sociais, a classe política é tratada com desdém merecido.

A OJERIZA é tal que sobre o assunto, o secretário José Carlos Barbosa, da Segurança Pública, lembrava; “em algumas situações – com medo de vaias e hostilização, parlamentares optam passar pelo anonimato nos aeroportos, guardando o ‘botton’ de identificação no bolso paletó”. É bem por aí.

‘SOBREVIVENTES’ Para Barbozinha, deputado estadual licenciado, é cedo para se apregoar favoritismo ao Governo Estadual. Adverte que o processo de depuração ( Lava Jato e Cia) pode estar apenas no início e a sucessão seria disputada pelos sobreviventes do ‘dilúvio’ em curso.

CONVÉM anotar. Barbozinha é preciso na avaliação do quadro político. Elogia reconhecendo o potencial do clã Trad , que na sua ótica, terá papel importante na sucessão estadual. Não economiza adjetivos nos elogios a administração de Marquinhos na capital.

PAULO DUARTE Filiado ao PDT, o ex-prefeito de Corumbá observa o cenário e diz que o momento é de cautela e observação. Sobre 2018 nada definido. A sua candidatura à Câmara Federal é possível, dependendo o enlaçamento partidário e as regras eleitorais ainda em fase de discussão. Bom nome.

‘ÁGUA BOA’ Paulo Duarte conhece bem o serviço de água de Corumbá e diz: “ baita negócio; a Sanesul retira a água do rio Paraguai, trata e vende. Corumbá e Dourados, as meninas dos olhos da empresa”. Já Barbozinha ( ex-presidente da Sanesul) revela: “se não fosse pela minha posição discordante, o ex-governador Puccinelli teria vendido a lucrativa Sanesul.” Entendi direitinho.

O AMBIENTE local mostra a ‘ real política’. Ex-senador cassado, ex-vereadora prestando serviço no Asilo, ex-deputado federal preso várias vezes, outro deputado denunciado no STF, ex-prefeito da capital preso, ex governador de tornozeleiras e um deputado estadual condenado no TRF de São Paulo. Isso sem contar o que pode vir no pacote da ‘Lava Jato’.

ENCOLHIDO Após o STF aceitar denúncia contra ele por desvio de dinheiro da BR Distribuidora, o deputado federal Vander Loubet mudou. Discreto, evita a imprensa. Lembra o personagem do filme ‘O incrível homem que encolheu’ (1957) atingido por uma névoa de radioatividade. Ele só chegou onde está, graças ao ‘efeito PT’.

INCERTEZAS No saguão da Assembleia Legislativa observadores céticos quanto ao final da CPI do JBS. Questionei ao deputado Eduardo Rocha (PMDB) – ‘ se eles não estariam se arriscando ao puxar o rabo do jacaré que pode morder?’ Ele sorriu e admitiu: “ o bicho pode ser mais perigoso, até um dragão ”.

ADVOGADOS advertem: os membros da CPI podem pouco. Joesley Batista não viria como testemunha e sim como parte. Daí não poderia ser preso e nem obrigado a falar a verdade. A veracidade de suas afirmativas é pertinente só no contexto da delação. Ele goza de uma espécie de imunidade decorrente da própria delação homologada no STF. É preciso ir devagar com o andor na busca de holofotes.

FRANCAMENTE... Esperava mais do deputado Luiz Henrique Mandeta (DEM) na Câmara Federal. Sua imagem (sem maquiagem) na mídia se restringe basicamente nas inserções partidárias na TV. Se não mudar o ritmo e estilo, ele pode se preparar para voltar a usar o jaleco branco.

OCUPADO O médico Ricardo Ayache continua dando seu recado nos programas do PSB. Sobre seu eventual projeto para 2018 há mais dúvidas que certezas, segundo fontes idôneas. Pode se tratar apenas de estratégia para evitar desgastes até que o quadro local se defina? Sim, pode ser.

CONVERGÊNCIA São 21 obras inacabadas na capital. Custo de R$80 milhões. A comissão de 21 vereadores expôs o quadro ao governador Reinaldo que decidirá em 15 dias. Quem não pede, não ganha! Esperto, o prefeito Marcos Trad (PSD) diz que ‘não tem nem um pouco de ciúme’.

MATURIDADE Sem ela não se faz política. Assim pensam o presidente da Câmara João Rocha (PSDB) e o secretário Carlão (PSB) que estão colocando os interesses da comunidade acima das questões partidárias. Essa ida a governadoria mostra faceta evoluída desta legislatura. Sinal Verde.

DÍVIDA Ela começou no 1º Governo Pedrossian com empréstimo para obras de infra-estrutura. Depois o governador Wilson B. Martins buscou recursos no BIRD E Banco Interamericano para o Fonplata, asfaltando trechos de rodovia de jurisdição federal - a BR 262 entre Miranda e Corumbá – Campo Grande e Água Clara. Aí a dívida disparou.

O EX-DEPUTADO Antonio C. Arroyo foi um estudioso da evolução da nossa dívida que hoje passa a casa de 7 bilhões de reais. Lembra que os outros governadores não conseguiram no acerto de contas com a União - a justa compensação do que o Estado gastara no asfaltamento desta rodovia federal. E aí levamos o calote.

‘NA CAVERNA’ Se o PT existisse quando a eletricidade substituiu os lampiões nas cidades, seria contra em defesa do emprego dos acendedores. Agora com a chegada do Uber à Dourados, lembro do acerto do governador Reinaldo (PSDB) em vetar o projeto do deputado João Grandão (PT), aprovado na Assembleia Legislativa, proibindo os serviços do Uber no Estado. Ora! Pela Constituição a matéria é de competência da União

DELFIM NETO: “.. a manutenção de Temer é a solução “menos pior”...impossível saber quando o país sairá da crise...eleição geral é coisa ridícula...não vai ter recurso para pagar a aposentadoria... a esquerda primitiva é incapaz de compreender... a renda per capita é baixa, mas é a sexta economia do mundo...”

“Na recessão o seu vizinho perde o emprego; na depressão quem perde o emprego é você”. (Harry Truman)

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