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De portas abertas, empresa é chance de recomeço para 3 mil presos

A Engepar Engenharia oferece oportunidade aos presos desde 2012, o trabalho considerado exemplar e ferramenta essencial para ressocialização.

Post Patrocinado | 01/05/2019 07:00
Operários em obra da Engepar na Rua 14 de Julho.
Operários em obra da Engepar na Rua 14 de Julho.

Adriana Alves Coelho, 41 anos, fala com o entusiasmo de quem acredita em recomeços. Depois da turbulência da condenação por tráfico de drogas e de ficar atrás das grades, ela viu a vida se refazer: tem emprego, cursa faculdade e comemorou a vitória do filho formado engenheiro.

O fio condutor para as conquistas foi a oportunidade de trabalho, aberta quando já não acreditava que poderia ter espaço na economia formal. “Quando passei para o semiaberto, não sabia o que ia fazer, estava perdida. Essa vaga na Engepar caiu do céu. Comecei a trabalhar na copa. Abracei a oportunidade e foi uma benção na minha vida”, conta Adriana.

Ela trabalha na Engepar Engenharia e Participações há quatro anos. Nesse período, o filho fez faculdade de engenharia e hoje também é funcionário a empresa.

Adriana recomeçou a vida na Engepar e hoje é colega de trabalho do filho engenheiro.
Adriana recomeçou a vida na Engepar e hoje é colega de trabalho do filho engenheiro.

Com atuação nas áreas de habitação, infraestrutura, indústria e energia, a Engepar abre as portas para oferecer oportunidade aos presos desde 2012, em Campo Grande e Dourados. Os números são expressivos: três mil reeducandos trabalharam em obras da empresa.

“É gente com muita garra e profissionalismo. Pessoas esforçadas que, encontrando ambiente favorável, podem prestar serviços a empresas, se inserindo no contexto social. Nesses bons anos, muita gente passou por nossa empresa. Muitos ficaram e são funcionários antigos”, afirma o sócio-proprietário da Engepar, Carlos Clementino.

A mão de obra é utilizada nas obras de construção civil e infraestrutura. As vagas mais comuns são para servente e ajudante. Mas também há espaço para quem tem experiência como pedreiro ou carpinteiro. “É importante que as empresas possam abrir essas oportunidades”, afirma Clementino, sobre as ações de responsabilidade social.

Atualmente, a Engepar oferece trabalho para 70 presos do regime semiaberto. No pico de contratações, a empresa recebeu 250 internos.

Muitos ex-presidiários estão trabalhando no projeto Reviva Centro.
Muitos ex-presidiários estão trabalhando no projeto Reviva Centro.

Recursos Humanos – Em Campo Grande, o encaminhamento dos reeducando para vagas em empresas é feito pelo Conselho da Comunidade.

“A Engepar é uma grande parceira e de muitos anos”, afirma o secretário-executivo e um dos fundadores do conselho, Nereu Rios. Nesta modalidade de contratação, não há encargos trabalhistas, reduzindo custos ao empregador.

De acordo com Nereu, a empresa contratante paga salário mínimo, vale-transporte e alimentação, além de fornecer EPI (Equipamento de Proteção Individual).

“Hoje, a reincidência de quem está no projeto é de 5% a 8%. A maior parte das pessoas no cumprimento de pena precisa de oportunidade. A nossa sociedade é um pouco preconceituosa e o conselho faz o papel de recursos humanos”, afirma Nereu.

O Conselho da Comunidade emite a nota fiscal, recebe o pagamento dos reeducandos e encaminha os valores aos presos por meio de cheques nominais.

“A cada três dias trabalhados, tem a remição de um dia da pena. É vantajoso para todos os lados. Cada um trabalhando é menos um delinquindo. Hoje, graças a Deus o empresariado é que nos procura”, salienta o secretário-executivo do Conselho da Comunidade. Em Dourados, os presos são encaminhados para vagas de trabalho pelo Patronato Penitenciário.

Reinserção – De acordo com a Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário), o trabalho é visto como ferramenta essencial à reinserção do reeducando e do egresso no convívio social e, por consequência , ao afastamento da criminalidade.

Atualmente, o sistema penitenciário de Mato Grosso do Sul tem 17,5 mil internos, entre homens e mulheres. Do total, 30% desenvolvem alguma atividade laboral por meio de parceria com 180 empresas.

No total, três mil reeducandos trabalharam em obras da empresa.
No total, três mil reeducandos trabalharam em obras da empresa.
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