TÁON Bosco Martins: jornalismo, cultura e memória viva
A trajetória de quem transformou vivências em história e arte
O jornalista e escritor Bosco Martins foi o convidado do episódio mais recente do podcast TÁON, comandado por José Marques. A conversa atravessou décadas de jornalismo, literatura e cultura no Mato Grosso do Sul — da era das lamparinas ao advento da inteligência artificial — revelando um personagem que viu e registrou a transformação da comunicação no Centro-Oeste brasileiro.
Bosco nasceu no distrito de Macedônia, em Fernandópolis (SP), filho de professores: o pai, mestre em literatura e autor de livros regionalistas, e a mãe, professora de francês..
Já adolescente, começou no rádio PRG-4 de Jaboticabal, emissora que marcou gerações. “Escrever é fácil… é impossível”, brinca, citando Ferreira Goulart — e sintetizando a paixão que o moveu do microfone para as páginas e, mais tarde, para as câmeras.
A chegada ao Mato Grosso do Sul e os bastidores da TV
Formado em Direito e Letras pela Universidade de Ribeirão Preto, Bosco migrou para o jornalismo televisivo e trabalhou na IPTV Ribeirão, antes de atender ao convite de colegas que o trouxeram para Campo Grande. Na capital sul-matogrossense, integrou a TV Morena nos anos 1980, em plena efervescência pós-divisão do Estado.
“Passei o governo do doutor Wilson inteiro, depois fui montar a TV Educativa”, relembra. Na nova emissora, liderou equipes e ajudou a consolidar o telejornalismo público regional — um marco para a comunicação do Estado.
Manoel de Barros e os “Diálogos do Ócio”
Entre as histórias mais ricas do episódio está a amizade com o poeta Manoel de Barros, que inspirou o livro Diálogos do Ócio. Bosco fala com ternura do convívio com o escritor:
“Ele recebia os amigos, de preferência os mais simples… Gostava da pessoa que o inspirasse a compor alguma coisa.”
A obra é descrita como um registro afetivo e literário dessa convivência, “nascido da sincera amizade entre o biógrafo e o biografado”, como escreveu o governador Eduardo Riedel na orelha do livro.
No encerramento do podcast, Bosco deixa uma reflexão sobre o papel da poesia em tempos turbulentos:
“Que a poesia do Manoel continue valendo no coração e na alma das pessoas. Porque, como ele mesmo dizia: gente besta e pau seco dá em tudo que é canto.”
Entre o repórter e o escritor, Bosco Martins é, sobretudo, um guardião da memória cultural sul-matogrossense.
Da rádio PRG-4 à TV Morena, da Bienal do Pantanal aos livros sobre Manoel de Barros, ele ajudou a construir o arquivo vivo da nossa identidade. Um mergulho em jornalismo, literatura e legado.
O episódio completo do TÁON com Bosco Martins está disponível no nossa Plataforma Digital no YouTube e no Spotify do podcast Tá ON, deixe seu like, ative o sininho para não perder os próximos episódios, siga a gente nas redes sociais. Porque aqui, a cada história contada, a gente prova que o Tá ON é pra você.
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