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Direto das Ruas

Falta de remédios ameaça recuperação após 20 anos de dependência

Ele recebe benefício social, mas valor não cobre as necessidades básicas e nem a compra dos medicamentos

Por Kamila Alcântara | 07/05/2025 17:15
Falta de remédios ameaça recuperação após 20 anos de dependência
José foi dependente químico por 20 anos e agora precisa de remédios para o tratamento (Foto: Direto das Ruas)

Após 20 anos de dependência de drogas e álcool, um paciente de 57 anos enfrenta nova batalha: conseguir acesso aos medicamentos psiquiátricos necessários para manter o tratamento em Campo Grande. Por conta do estigma que envolve o tema, a família pediu para não ser identificada. Nesta reportagem, ele será chamado de José e a filha de Bruna. O caso chegou pelo canal Direto das Ruas.

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Após 20 anos de dependência de drogas e álcool, um paciente de 57 anos, identificado como José, enfrenta dificuldades para acessar medicamentos psiquiátricos essenciais para seu tratamento em Campo Grande. Sua filha, Bruna, relata que, apesar de ter conseguido interná-lo compulsoriamente, a continuidade do tratamento é ameaçada pela falta de remédios nas unidades de saúde. José, diagnosticado com esquizofrenia, necessita de seis medicamentos diários, mas apenas um foi fornecido na última receita. A família, que vive com dificuldades financeiras, busca garantir a medicação, essencial para evitar recaídas. A Secretaria Municipal de Saúde investiga a situação dos estoques de medicamentos psiquiátricos.

Bruna é auxiliar administrativa, mãe atípica e filha única. Mesmo com a rotina cheia, conseguiu internar o pai de forma compulsória em novembro de 2024. Desde então, José está limpo, mas foi diagnosticado com esquizofrenia e precisa tomar seis medicamentos diariamente, somando 14 comprimidos por dia.

“A medicação de uso contínuo não é barata. Tem um remédio que ele toma seis comprimidos por dia. Ele foi mecânico, mas deixou de trabalhar quando ficou viciado, vivia na rua. Consegui um benefício de R$ 600 e minha avó paga o aluguel da casa onde ele vive. Todos os dias vou lá, ajudo com comida e com os remédios”, relata a filha.

O maior desafio da família é garantir a continuidade do tratamento, essencial para evitar recaídas. No entanto, nem todos os medicamentos são encontrados nas unidades de saúde da Capital. Na última receita médica, apenas um dos seis remédios foi fornecido. Os demais tiveram que ser comprados com ajuda do benefício social, totalizando quase R$ 300.

Falta de remédios ameaça recuperação após 20 anos de dependência
José quando passou pela internação compulsória (Foto: Direto das Ruas)

“Interrupção do tratamento pode gerar prejuízos incalculáveis. A gente busca dignidade pra ele, queremos que volte a conviver com a família e com a sociedade. Hoje ele está medicado, não sai de casa e a família faz o possível para ajudar”, completa Bruna.

Ao Campo Grande News, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) informou que tem três medicamentos citados em estoque e outros três estão no aguardo da entrega. "A Secretaria reforça que monitora continuamente os estoques e atua junto aos fornecedores para garantir a reposição o mais breve possível, mantendo seu compromisso com a assistência farmacêutica e o atendimento à população usuária do SUS", completou.

José é acompanhado por uma equipe do CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) da região central da cidade.

*Matéria editada às 18h50 para acréscimo de informações.

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