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Direto das Ruas

Mãe espera há 12 dias para enterrar corpo de bebê que só viveu 6 minutos

Segundo o hospital a liberação já ocorreu, porém genitores solicitaram pesquisa genética para saber o sexo do recém-nascido

Adriano Fernandes e Danielle Valentim | 05/04/2018 11:03
Para ficar na lembrança ela também explica que resta o enxoval que o bebê também nunca chegou usar. (Foto: Arquivo Pessoal)
Para ficar na lembrança ela também explica que resta o enxoval que o bebê também nunca chegou usar. (Foto: Arquivo Pessoal)

Aceitar que o filho com malformação congênita não teria sobrevida, não foi a única angústia da dona de casa Miriam da Silva Santos, 28 anos. Desde o último dia 25, após uma cesárea delicada ela aguarda que o Hospital Universitário, libere o corpo do bebê que morreu só seis minutos após ter nascido.

"Eu quero poder sepultar ele para que ele possa enfim descansar em paz", se queixa. A justificativa da unidade, segundo ela, é que por causa do problema os médicos não conseguiram sequer identificar o sexo do feto. "Então eles alegam que por não saberem o sexo, não podem emitir a certidão de nascimento e a de óbito para que a gente possa sepulta-lo", lamenta.

Os quadros de malformação envolvem um contexto delicado tanto para mãe quanto para os bebês. Miriam se preparava desde os 4 meses de gestação para que o filho falecesse logo ao nascer.

"Com 12 semanas o quadro era tão complicado que os médicos chegaram a achar que o feto pudesse ser na verdade um mioma. Desde então eles me prepararam para que dificilmente eu ia poder levar ele para casa", diz.

As fortes contrações no dia 25 fizeram com que a mãe fosse até a unidade onde os médicos indicaram uma cesárea. Ela estava na 34ª semana de gestação. O bebê nasceu mas Miriam mal pode vê-lo. Pernas, braços, órgãos e a própria genitália não se formaram normalmente.

"Até aí eu meio que estava preparada. Sabia do risco, mas a dor de cabeça piorou na hora de agilizar a documentação". A dona de casa conta que o hospital teria até realizado um exame para descobrir o sexo da criança mas que também foi incerto.

"Disseram que por ele não ter o sexo definido não podiam registrar e liberar para o enterro. Enquanto eu fico aqui operada sem poder fazer nada um inocente também tá lá. Preso", conclui.

Mirian adianta que Jonas Lourenzo será o nome do bebê, caso os trâmites burocráticos sejam resolvidos. A liberação, ainda segundo a mãe, está prevista para esta sexta-feira ou na próxima segunda. No entanto, a genitora teme que o prazo se estenda.

De casa, a indignação da dona de casa só não é maior que a dor pela perda do filho que ela ainda não pode se despedir. Para ficar na lembrança ela também explica que resta o enxoval que o bebê também nunca chegou usar.

Ao Campo Grande News indagou a assessoria de imprensa do HU informou que a liberação do corpo ocorreu, ainda no domingo (25), a questão é que o recém-nascido apresentou malformação genital. Como os pais queriam registrá-lo antes do enterro solicitaram uma pesquisa genética para descobrir o sexo do filho. Ainda segundo o HU, o exame está sendo feito por um laboratório extgerno e a previsão é de que fique pronto até amanhã (6).

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(Matéria editada às 13h para inclusão do posicionamento do hospital)

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