ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
MAIO, DOMINGO  05    CAMPO GRANDE 24º

Direto das Ruas

Mulher diz que guardas apontaram arma e revistaram sua filha por ser negra

Mãe da adolescente está com medo de novas abordagens; assessoria da guarda municipal explicou que queixas devem ser registradas

Aletheya Alves | 17/05/2019 18:07
Abordagem foi realizada durante a tarde desta quinta-feira (16). (Foto: Arquivo)
Abordagem foi realizada durante a tarde desta quinta-feira (16). (Foto: Arquivo)

Abordada por guardas municipais durante a tarde de ontem (16), uma adolescente de 16 anos relatou que foi tratada com preconceito racial e de forma truculenta na Orla Morena, esquina da Avenida Presidente Ernesto Geisel. A mãe da menina registrou boletim de ocorrência por constrangimento ilegal e busca meios de encontrar os guardas para esclarecer o caso.

Próximo das 15h40, a adolescente retornava para casa acompanhada de uma amiga quando as duas foram abordadas por cinco guardas municipais. De acordo com a mãe, Patricia de Carvalho Pereira, 38, um dos guardas teria saído da viatura com arma apontada apenas para a adolescente, que é negra, e permaneceu com a ação até finalizar a abordagem.

Além da arma, perguntas também foram direcionadas apenas para a menina e não para sua amiga, que é branca. Patrícia contou sobre o que a filha relatou, “ela me disse, mãe, eles fizeram isso comigo por eu ser negra, com minha amiga foi totalmente diferente. Olharam para mim e perguntaram se eu era usuária [de drogas], com a aquela arma na minha cara”.

De acordo com o boletim de ocorrência, após questionarem a adolescente sobre ser usuária, os guardas puxaram a mochila da vítima com força. Já o tratamento da outra menina foi mais tranquilo, apenas solicitaram que abrisse a bolsa.  

Patrícia relatou que a filha está se sentindo confusa e as duas estão buscando movimentos sociais para divulgar a situação. “Como mãe, dói saber que sua filha passou por essa humilhação, uma menina sem defesa alguma. É falta de preparação colocar uma pessoa dessas”, afirmou.

Relatado como preconceito, o boletim de ocorrência foi registrado como constrangimento ilegal na Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente. Em nota, a assessoria da Guarda Municipal explicou que denúncias relacionadas a má conduta da Guarda Municipal devem ser registradas formalmente na ouvidoria da instituição. O telefone disponível é 4042-0588.

Direto das Ruas – As informações chegaram ao Campo Grande News por meio do Direto das Ruas, canal de interação do leitor com a redação. Quem tiver flagrantes, sugestões, notícias, áudios, fotos e vídeos pode colaborar no WhatsApp pelo número (67) 99955-2040, pela ferramenta Fale Conosco ou por mensagem enviada via Facebook.

Para que sua imagem tenha mais qualidade, orientamos que fotos e vídeos devem ser feitos com o celular na posição horizontal.

Nos siga no Google Notícias