Sesau orienta procurar UPAs somente em caso graves para diminuir tempo de espera
A secretaria diz que 60% dos casos atendidos nas urgências são classificados como azul e verde
Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) reforçou nesta quarta-feira (22) que nas últimas semanas houve um aumento na procura por atendimentos em unidades de saúde em cerca de 20%, sobrecarregando os postos. Hoje novamente o Campo Grande News recebeu reclamações envolvendo lotações em UPAs (Unidade de Pronto Atendimento).
Jéssica Sodré, de 32 anos, contou que, após ficar 1h30 esperando por atendimento na UPA Universitário nesta quarta-feira, procurou atendimento na USF (Unidade de Saúde da Família) Tiradentes. Quando saiu do local, a unidade estava lotada de mães e crianças. Ao chegar na segunda unidade procurada, a dona de casa relata a rapidez com que os seus filhos de 7 e 3 anos foram atendidos.
Além da espera na primeira unidade procurada, a mãe ainda reclama da farmácia da UPA do Universitário, que segundo ela, está fechada há meses. “Um descaso total, ainda mais se tratando de crianças, acho que muitas mães estão sentindo isso. Nem todo mundo tem condições de comprar um medicamento ou de ir em outro lugar para buscar”, diz.
Em outro ponto da cidade, a situação de lotação se repete. A auxiliar em educação Daniela Moura, de 38 anos, esteve na UPA Coronel Antonino e, depois de um longo tempo de espera, foi atendida pelo médico, mas decidiu ir embora antes de receber os medicamentos receitados. “A minha dor é muscular, eu tenho tendinite. Eu só não tomei a medicação porque tinha muita gente na frente, o meu caso é bem mais fácil de ser resolvido, tinha pessoas que estavam esperando cirurgia”, conta.
Daniela lamenta a situação: “Chegamos e tinha muitas pessoas com tosse, dores e ia chegando mais. Só tinha uma triagem, não era dividida entre adultos e crianças”, explica.
Por meio de nota, a Sesau informou que as UPAs e CRSs atendem por classificação de risco e não por ordem de chegada. Os pacientes classificados com as cores verde e azul tem o tempo médio de atendimento de 4 horas. Segundo informado pela secretaria, 60% dos casos atendidos nas urgências são classificados como baixo risco.
Ainda foi dito que os atendimentos são revesados internamente e externamente, pois as unidades de emergência possuem pacientes na enfermaria que aguardam transferência hospitalar e precisam de assistência de maneira periódica.
Além de orientar que a população procure as UPAs somente em casos graves, a Sesau disse que tem reforçado o quadro clínico das unidades com aprovação de novos profissionais aprovados em concurso e complementado a escala em caso de faltas pontuais, quando preciso também é enviado equipes de apoio.
Sobre a reclamação da farmácia fechada, foi dito que não é orientado pelo Ministério da Saúde a existência de farmácias em UPAs. Por precisar passar por uma reforma completa no local, prevista até 2024, ela se encontra indisponível no momento.