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Economia

Ainda com China como cliente, frigoríficos estimam queda de 20% na produção

O país oriental é o principal destino das exportações do Estado e já cancelou compra com outras plantas brasileiras

Tainá Jara | 07/07/2020 17:04
Frigoríficos emprega cerca de 30 mil trabalhadores no Estado (Foto: Divulgação/MPT-MS)
Frigoríficos emprega cerca de 30 mil trabalhadores no Estado (Foto: Divulgação/MPT-MS)

Caso consiga manter a China como cliente até o final do ano, os frigoríficos esperam fechar 2020 com queda de 20% da produção, devido as contaminações pelo novo coronavírus entre funcionários das unidades de abate, em Mato Grosso do Sul. A pandemia acabou levando o gigante a cancelar exportações com plantas de cinco empresas brasileiras.

O país oriental é o principal destino das exportações do Estado, com 50,56% do total exportado, seguida pela Argentina (4,62%) e Estados Unidos (4,16%). Três Lagoas lidera os municípios exportadores, embora o destaque seja para o segundo, Dourados que expandiu 102,65% suas exportações principalmente devido às exportações de soja.

Os dois municípios apresentaram inúmeros casos de covid-19, desde o início da pandemia. Dourados, com 3.095 casos confirmados, chegou a ser o epicentro da doença e as contaminações se alastraram justamente entre funcionários frigorífico da JBS, que continuaram trabalhando. No entanto, outros municípios serão os principais afetados caso haja suspensão da exportação de bovinos.

De acordo com o presidente da Assocarnes (Exportações ainda Associação de Matadouros, Frigoríficos e Distribuidores de Carne de Mato Grosso do Sul), Sérgio Capucci, três plantas do Estado atendem a China: a Naturafrig, em Rochedo, a Agro Industrial, em Iguatemi, e a Frigosul, em Aparecida do Taboado.

Em abril, quando as empresas começaram a operar com menos capacidade, devido a pandemia, a queda na produção chegou a 40%. No entanto, a indústria de carne continuou operando posteriormente, mesmo quando os casos se alastraram, no mês seguinte.

Algumas unidades chegaram ter as atividades suspensas devido às contaminações. Em Bonito, no começo de maio, o frigorífico chegou a ser interditado depois de duas funcionárias testarem positivo. No Natufrig, Rochedo, os trabalhos foram suspensos voluntariamento, no dia 29 de junho, por 15 dias, devido ao aumento de casos na cidade. Foram 36 casos confirmados até esta terça-feira.

Mesmo diante de cenários desfavorável, a expectativa do setor é fechar o ano com queda de apenas 20%, em relação 2019. O cenário, no entanto, é considerado otimista e poderá ser mensurado com maior precisão apenas depois que o número de casos confirmados começar a cair. “A gente não sabe como vai se comportar daqui para frente. Estão todos muito atentos aos protocolos e monitorando os funcionários”, alerta Capucci.

Números positivos – Mesmo com a queda na produção dos frigoríficos diante dos casos de coronavírus, o saldo da balança comercial do Estado, no primeiro semestre de 2020 teve um crescimento de 28,27% em relação ao mesmo período de 2019 e já soma US$ 1,993 bilhão, puxado pela soja, celulose e carnes bovina e de aves.

As informações são da Carta de Conjuntura do Setor Externo do mês de junho divulgada nesta segunda-feira (6), pela Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar).

Neste período de pandemia da covid-19, as medidas de restrição às importações que têm sido implantadas pela China são alvo de monitoramento constante dos governos federal e estadual.

“Ainda não estamos sofrendo nenhuma sanção desses mercados, mas temos um diálogo constante com o setor. Em junho, tivemos um crescimento expressivo de 25,34% nas exportações de carnes de aves e registramos estabilidade na carne bovina. Esses itens, junto com a soja e celulose, são absorvidos, em sua maior parte, pelo mercado chinês, daí a nossa preocupação e monitoramento”, afirmou o titular da Semagro, Jaime Verruck.

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