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Economia

Apesar de vendas fracas, falta de mão de obras efetiva temporários

No ano passado, lojas não conseguiram contratar o número necessário de comerciários e cerca de 3 mil vagas foram preenchidas

Vania Galceran | 20/01/2015 10:05
Comerciantes não demitem temporários e apostam em novos contratados. (Foto: Marcos Ermínio)
Comerciantes não demitem temporários e apostam em novos contratados. (Foto: Marcos Ermínio)

Mais de 3 mil funcionários temporários foram contratados no final do ano passado para apoiar as vendas de fim de ano no comércio de Campo Grande. A demanda era bem maior, mas a meta não foi atingida devido aos poucos atrativos para quem pretende trabalhar no setor. Apesar disso, muitos dos temporários serão absorvidos para suprir a falta de mão de obra.

O SECCG (Sindicato dos Empregados no Comércio da Capital), admitiu que o desempenho do comércio no fim de 2014 foi fraco, mas não acredita na demissão da maioria dos temporários pela falta da mão de obra registrada na cidade. Essa é sempre a ordem seguida pelos empresários,  contratações em dezembro, demissões em fevereiro. Mas esse ano, foi diferente. Para Idelmar da Mota Lima, presidente do sindicato além da questão de horário de trabalho, o setor não atrai novos funcionários devido aos baixos salários e isso gera um descontentamento.

“Principalmente no mês de dezembro, constatamos inúmeras ofertas de emprego no comércio, principalmente pelos supermercados, sem que o mercado suprisse essa necessidade. São jovens e adultos que estão evitando entrar nesse setor pela dificuldade que têm para estudar, pois trabalham até à noite e também devido aos trabalhos aos domingos e feriados", afirmou Lima.

Ana Cláudia Seles, 27, é gerente de uma loja de roupas no Centro de Campo Grande e disse que o movimento foi grande no final do ano, que as pessoas compraram menos quantidade, mas gastaram mais. Sobre os funcionários que contratou para emprego temporário, nenhum deles quis continuar.

"Quando falamos que vamos efetivar, passamos o valor do salário e as horas trabalhadas, muitos desistem. Aqui eu notei que teve gente que preferiu estudar do que trabalhar. Comércio não é para qualquer pessoa", comentou.

Nada de dúvida para a jovem Cibele Pedrozzo, 23, que assumiu seu primeiro emprego registrado em carteira em campo Grande, há 1 mês. A vendedora contou que está em Campo Grande há 2 anos e desde então só trabalhou em empregos temporários como promotora de vendas. Quando surgiu a possibilidade de trabalhar como vendedora no comércio, chegou a pensar duas vezes, mas não desistiu mesmo achando que os estímulos são muito bons.

"Estava desempregada há dois meses, assumi a vaga de um temporário que não quis ficar, acredito que fiz a escolha certa", admitiu.

Rotina - Kátia Arruda é gerente de uma loja de roupas bastante conhecida, que fica na rua 14 de julho. Ela conta que o giro de empregados na loja é muito grande, e constata que isso acontece porque as pessoas não costumam "aguentar" a rotina puxada do comércio. Ela disse ainda que há falta de mão de obra qualificada, e quem de 10 a 12 entrevistas que faz por dia, apenas uma ou duas pessoas demonstram aptidão para trabalhar na loja.

"Comércio é pra quem gosta, estou há 14 anos nessa empresa, sendo assim, imagino que minha vontade de vencer tem muito mais força que o cansaço que dá. Estou firme e forte", comentou.

Jéssica Escobar, 23 conquistou uma vaga de trabalho depois das festas de Natal e Ano Novo.
Para ela o que a fez ficar entre os 3 melhores vendedores, foi alcançar as metas de venda, para isso foi preciso mais que dedicação. "Eu quis ficar, eu me esforcei, trabalho muito, como não dei seguimento aos meus estudos, agarrei a chance de crescer na empresa, tomara que eu consiga", disse.

Campo Grande possui hoje em torno de 40 mil trabalhadores no comércio , entre lojas e supermercados,  ainda assim esse número é considerado pelo sindicato, um número muito abaixo do que seria necessário para atender os consumidores com mais qualidade.

Gerente de loja afirma que temporários suprem mão de obra deficitária. (Foto: Marcos Ermínio)
Gerente de loja afirma que temporários suprem mão de obra deficitária. (Foto: Marcos Ermínio)
Jéssica conquista vaga no mercado de trabalho e diz que quer crescer na profissão. (Foto: Marcos Ermínio)
Jéssica conquista vaga no mercado de trabalho e diz que quer crescer na profissão. (Foto: Marcos Ermínio)
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