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Economia

Após febre aftosa, Iguatemi gera empregos e contém êxodo

Redação | 28/07/2009 17:37

Quatro anos após a notificação dos casos de febre aftosa em Japorã e Eldorado, que resultou no fechamento de dois frigoríficos e na demissão de 1,4 mil trabalhadores, Iguatemi, município com 15 mil habitantes e localizado a 490 quilômetros de Campo Grande, começa a dar sinais de que está superando a crise.

Sem perspectivas econômicas, a população teve redução de 16% nos últimos seis anos, de 18 mil para 15 mil habitantes, segundo o prefeito José Roberto Arcoverde (PSDB). Outras empresas foram fechadas. O comércio sofreu a retração econômica causada pela crise no agronegócio. Além da aftosa, a cidade sofreu os efeitos da crise no agronegócio.

"Estamos saindo da crise da febre aftosa", confirmou o prefeito. Exercendo o primeiro cargo eletivo da sua vida e no município, onde passou a residir há quatro anos, o médico veterinário considera o combate ao desemprego como o principal desafio. Ele estima que a criação de mais 500 empregos seria ideal para suprir a demanda por novas vagas no mercado de trabalho de Iguatemi.

Frigoríficos - A reação começou com a reabertura de um do Frigorífico Bom Charque, adquirido pelo grupo Pelincanta. A unidade passou a abater 500 bovinos por dia desde o ano passado. Nos últimos meses, ampliou em 50% o quadro de funcionários, de 500 para 750 pessoas.

A luta agora é pela reabertura do outro, o Iguatemi, que gerava outros 500 empregos diretos. O grupo Diplomata chegou a arrendar a unidade, mas a atividade funcionou por aproximadamente seis meses.

O prefeito contou que outras empresas que geram empregos são a usina de açúcar e álcool Decoil, que fica a 80 quilômetros (600 empregos), a fábrica de ração Purisul (40 empregos) e a reabertura de uma serraria para fabricar dormentes (40 empregos).

Campo - Outro sinal de recuperação é a realização da 1ª Feita do Leite do Território do Cone Sul, que acontecerá de 3 a 6 de dezembro deste ano em Iguatemi. O objetivo é transformá-la em festa típica, considerando-se a produção diária de 25 mil litros de leite.

De acordo com Arcoverde, o leite é produzido pro 150 pequenos produtores rurais e mais 416 famílias distribuídas em três assentamentos rurais. A produção é distribuída entre os laticínios de São Gabriel do Oeste e do Paraná.

Com o objetivo de incrementar a economia rural, a prefeitura firmou convênio com a Agraer (Agência Estadual de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural) para que oito técnicos ofereçam assistência técnica aos produtores rurais. Também tem convênio para capacitá-los com a CNA (Confederação Nacional de Agricultura).

Obras - O prefeito aguarda com expectativa as obras prometidas pelo governador André Puccinelli (PMDB). A mais importante ainda está apenas no papel e depende de empréstimo do Banco Mundial, que é a pavimentação de 100 quilômetros da MS-180, entre Iguatemi e Juti.

A obra reduzirá em 70 quilômetros a distância entre Iguatemi e Campo Grande. Além disso, pavimentará o acesso à usina de açúcar e álcool, que acaba empregando mais moradores de Naviraí devido a dificuldade de acesso. A rodovia ainda interligará dois assentamentos rurais.

Após seis anos sem construir uma casa popular, de acordo com o prefeito, Iguatemi registra as primeiras 31 unidades sendo construídas pelo Governo. Outras 110 já estão garantidas, sendo 60 pelo MNLM (Movimento Nacional de Luta pela Moradia).

Com novas obras e indústrias, a cidade conseguiu estancar o êxodo de moradores em busca de empregos e geração de renda. Arcoverde afirmou que a população está mais esperançosa e otimista com o futuro de Iguatemi, que tinha tudo para ser o pólo regional, mas acabou vendo a oportunidade escapar em decorrência das crises no meio rural.

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