Aumentos surpreendem e já fazem consumidor enxugar os gastos
Além do reajuste de 21,7% previsto pela Sanesul (Empresa de Saneamento de Mato Grosso do Sul), que eleva o custo dos serviços de água e esgotamento sanitário a partir do dia 01 de outubro, o gasto com o gás de cozinha também está pesando mais no orçamento doméstico.
Desde o começo de setembro, o botijão está, em média, 15% mais caro em todo o Brasil. Com os dois aumentos, que afetam diretamente o bolso do consumidor, é preciso consumidor cada vez com mais cautela, segundo o economista Sérgio Barros.
"Neste ano, tivemos aumentos na conta de luz, água e combustível. Esses novos aumentos trazem um cenário de novas atitudes de consumo, que deve ser mais controlado e racional. As pessoas vão precisar ser mais racionais nos gastos, mais cuidadosas e cautelosas para poder passar por esse período que está bastante desafiador", indica o especialista.
Para a secretária administrativa Yara Galhardo, de 43 anos, a saída é tentar conciliar gastos. "A gente vai se ajustando, mas geralmente cortamos do lazer, infelizmente. Mas o ser humano sempre se adapta. Nos adaptamos a tudo, o brasileiro é tão criativo, a gente sempre dá um jeito de sobreviver", afirma.
Segundo Barros, um bom caminho para não pesar tanto o bolso é controlar desperdícios. "Em geral, as pessoas vão precisar agir com a cautela, mas também agir atentamente contra o desperdício. A lâmpada que é deixada acessa em um cômodo vazio, aparelhos eletrônicos desnecessariamente ligados, TV ligada sem ninguém estar assistindo, enfim, as pessoas precisam buscar redução efetiva, pequenas mudanças na rotina", orienta Barros.
No entanto, para o vendedor Adeir de Souza, de 59 anos, não há como absorver tantos aumentos. "Se a pessoa trabalha na honestidade, não tem como ela segurar tantos aumentos e não repassar isso para o consumidor. Mas a grande questão é que o Brasil não tem crise, o Brasil tem muito ladrão", declara. Ele não sabia do aumento no preço do gás de cozinha e acredita que o reajuste veio em mal momento.
Diante de um cenário "inescapável", como classifica o economista, a população precisa ficar atenta aos principais consumidores de energia nas residências, que são os aparelhos de ar condicionado e o chuveiro elétrico. "É preciso tentar fazer uso mais racional desses eletrodomésticos. Além disso, cuidar com gastos com água, telefonia, principalmente com celular. É preciso ter um critério mais apurado com esses gastos", aconselha.
"As pequenas economias que a pessoa conseguir fazer já vão representar um valor considerável que ela deixará de gastar. Às vezes, o consumidor consegue economizar R$ 50 no mês, mas isso representa R$ 600 no ano. Pode parecer pouco, mas no montante total, dá um valor interessante", pontua.
Por isso, para ele, o foco deve ser sempre o consumo consciente. "Nós saímos de um ciclo onde tudo estava abundante no Brasil, nossa economia estava avançando muito, mas então entramos nessa aguda e profunda crise. Esse ciclo de abundância encerrou, agora é momento de gasto consciente", finaliza.