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Economia

Autorizados pela Caixa, bolões voltam a ter procura em lotéricas

Luciana Brazil | 13/10/2012 11:33
Dono de lotérica no centro de Campo Grande explica como funcionam as apostas. (Fotos:Rodrigo Pazinato)
Dono de lotérica no centro de Campo Grande explica como funcionam as apostas. (Fotos:Rodrigo Pazinato)

Depois de serem autorizados pela Caixa (CEF), os bolões de apostas começam timidamente a serem procurados nas Casas Lotéricas. Para os empresários, a legalização é sinônimo de lucro, um ganho importante para o caixa da empresa. “Os lotéricos dependem muito dos jogos. As contas dão muito trabalho e não dão muito retorno”, explica Nelson Devicari, 72 anos, proprietário de uma Casa Lotérica no centro de Campo Grande.

Depois de feitos os jogos e vendidas as cotas, 35% do valor de cada bolão ficam para o estabelecimento, quantia que, segundo Nelson, já foi maior. “Antigamente quando o bolão era só um hábito, a gente ficava com uma porcentagem ainda maior”, lembra.

Para os apostadores, a legalização é mais uma chance de ver a vida dar uma quinada. “Eu faço apostas sozinha e a partir de agora também no bolão. Eu acho que vários jogos me dão mais possibilidades de ficar milionária”, brincou a farmacêutica Janaína Litzenberg, 42 anos.

Acostumado a fazer uma “fezinha” toda semana, o aposentado Jorge de Matos, 66 anos, lembra que no bolão os jogadores têm mais opção de jogos. “Tem mais números, mais dezenas”, frisou.  “Eu fazia bastante bolão antes de proibirem, agora talvez eu volte a fazer”.

Com 13 jogos de seis dezenas na mão, José de Souza, 70 anos, diz que não aprova a ideia dos bolões. "Não gosto muito, eu prefiro ganhar sozinho", ressaltou.

Para o fim do ano, quando a Caixa realiza a Mega-Sena da Virada, os bolões devem voltar com força, como esperam os lotéricos.

Com jogos na mão, Jorge afirma que os bolões podem trazer sorte.
Com jogos na mão, Jorge afirma que os bolões podem trazer sorte.

Desde a 1° semana de outubro, os jogos de cotas deixaram de ser apenas um hábito dos brasileiros, para serem apostas legalizadas.  “A procura tem sido tímida, mas quando chega alguém na lotérica, a gente nem espera perguntar, a gente já oferece o bolão”, brincou Nleson.

O empresário lembra que além de comprar as apostas aleatórias, feitas pela própria lotérica, qualquer um pode reunir um grupo de amigos para jogar. Porém, ele lembra que desta forma não há lucro para os lotéricos. "Quando o bolão é feito por pessoas que se rúnem e jogam os números que quiserem, nós não recebemos nada com a aposta".

Proibição: Desde 2010, quando 13 apostadores de Nova Hamburgo, no Rio Grande do Sul, fizeram queixa contra a CEF, o bolão estava proibido. O grupo alegou ter feito o jogo, e mesmo com os números sorteados, a Caixa informou que não havia aposta premiada.

À época, a CEF esclareceu ainda que o “comprovante emitido pelo terminal de apostas era o único que habilitava o recebimento de prêmios”, porém, os bolões não eram feitos pelo terminal.

Com episódio de Nova Hamburgo, a Caixa Econômica determinou a proibição dos bolões, e agora, dois anos depois, a voltou atrás na decisão, considerando que este tipo de apostas faz parte da cultura brasileira.

Sobre o caso de Nova Hamburgo, Nelson diz com a sabedoria de quem já tem loteria há muitos anos, que um problema inaceitável deve ter acontecido."Com certeza, venderam as cotas primeiro para depois fazer o jogo, e por isso devem ter esquecido de fazer o jogo. Isso não pode acontecer".

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