BNDES libera R$ 4,6 bilhões para modernizar 11 aeroportos; três em MS
Financiamento inclui os R$ 600 milhões já anunciados pela Aena para Campo Grande, Ponta Porã e Corumbá
O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) aprovou nesta segunda-feira (1), R$ 4,64 bilhões para financiar a ampliação, modernização e manutenção de 11 aeroportos operados pela Aena no Brasil, incluindo três em Mato Grosso do Sul: Campo Grande, Ponta Porã e Corumbá.
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O BNDES aprovou R$ 4,64 bilhões para modernizar 11 aeroportos operados pela Aena no Brasil, incluindo três em Mato Grosso do Sul: Campo Grande, Ponta Porã e Corumbá. O financiamento faz parte de um pacote total de R$ 5,7 bilhões, com previsão de conclusão das obras até junho de 2026, exceto Congonhas, que será finalizado em 2028. Em Campo Grande, serão investidos R$ 300 milhões para ampliar o terminal e instalar três fingers. Os aeroportos de Ponta Porã e Corumbá também receberão melhorias significativas. O projeto prevê a geração de 2 mil empregos durante as obras e 700 postos permanentes após a conclusão.
O montante integra um pacote total de R$ 5,7 bilhões direcionado à concessionária, somando debêntures, linha Finem e oferta pública coordenada pelo próprio banco. Dentro desse orçamento estão previstos os R$ 600 milhões que serão aplicados nos três aeroportos sul-mato-grossenses, já detalhados pela concessionária em junho deste ano.
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Segundo o BNDES, o financiamento foi estruturado como project finance non recourse, modelo no qual o pagamento é realizado a partir das receitas geradas pelo próprio projeto, sem garantias corporativas. Trata-se de uma das maiores operações já direcionadas ao setor aeroportuário brasileiro.
A previsão é que a fase principal das obras seja concluída em junho de 2026 em dez dos aeroportos e, no caso de Congonhas (SP), até junho de 2028. A estimativa é de mais de 2 mil empregos diretos e indiretos durante a execução e cerca de 700 postos permanentes após a conclusão.
Em Campo Grande, a Aena anunciou que aproximadamente R$ 300 milhões do pacote serão aplicados na construção de um novo pavimento para embarque e desembarque, instalação de três fingers (uma estrutura móvel e fechada que liga a sala de embarque de um aeroporto diretamente à aeronave) e ampliação da área do terminal de passageiros de 10 mil m² para 12 mil m². Atualmente, o embarque ocorre no térreo e os passageiros cruzam o pátio a céu aberto para acessar as aeronaves.
O aeroporto, que fechou 2024 com 1,5 milhão de passageiros, terá capacidade para receber 2,6 milhões por ano após a obra. Também estão previstas 20 posições de check-in e pátio para até 11 aeronaves comerciais. O consórcio Construcap–Copasa foi contratado para executar as melhorias.
O financiamento também garante a execução do plano de expansão dos aeroportos regionais. Em Ponta Porã, a área do terminal de passageiros passará de 800 m² para 2.600 m², um crescimento superior a três vezes. Em Corumbá, o terminal será ampliado de 1.950 m² para 2.850 m². Ambos terão condições de atender 100 mil embarques e desembarques anuais.
Embora Mato Grosso do Sul esteja entre os beneficiados, o maior investimento será destinado ao Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, que receberá cerca de R$ 2 bilhões (segundo o primeiro anúncio) ou R$ 3,3 bilhões (segundo detalhamento posterior da operação financeira). O terminal passará por uma expansão significativa: aumento da área de passageiros para até 134 mil m², novas pontes de embarque, de 12 para 19, e ampliação das áreas comerciais.
Na cerimônia em Campo Grande, a Aena também inaugurou uma sala multissensorial voltada a pessoas neurodivergentes, como autistas, equipada para oferecer conforto durante a espera. A estrutura foi projetada em parceria com o Ministério de Portos e Aeroportos.
O presidente da Aena Brasil, Santiago Yus, afirmou que a modernização dos aeroportos faz parte de uma estratégia para elevar o padrão de atendimento e criar condições para ampliar a oferta de voos, incluindo internacionais no caso da Capital.
O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, destacou que os investimentos “fortalecem a aviação regional, impulsionam o turismo, geram empregos e ampliam a conectividade do país”, somando-se a outros programas, como o Fundo Nacional da Aviação Civil e incentivos fiscais.
O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, ressaltou que o crescimento sustentado da economia tem elevado a demanda por transporte aéreo. Em 2024, os 11 aeroportos do bloco movimentaram 27,5 milhões de passageiros, 12,8% do total registrado no Brasil e 3% acima do período pré-pandemia.
A operação recebeu rating AAA.br da Moody’s Local Brasil, que classifica o financiamento como de baixíssimo risco e elevada capacidade de pagamento.
A Aena, responsável pelos 11 aeroportos contemplados pelo novo financiamento e por outros seis no Nordeste, administra 46 aeroportos e dois heliportos na Espanha, além de atuar no Reino Unido, México e Jamaica. No Brasil, assumiu a concessão dos terminais sul-mato-grossenses em novembro de 2023 e desde então realizou intervenções emergenciais, como melhorias no pavimento, climatização e sistema de combate a incêndios.
Com os novos recursos, a empresa inicia a fase mais robusta do ciclo de investimentos previstos em contrato, com impacto direto na experiência dos passageiros e no desenvolvimento da aviação regional.



