Desejo de Ano Novo que pesa no bolso: churrasco vai deixar a ceia mais “salgada”
Entre os preparativos do Ano Novo, os consumidores pareciam não se importar com o aumento no preço do quilo da carne vermelha. Grande parte dos campograndeses saíram de casa hoje dispostos a pagar o que for e levar para casa um bom corte de picanha.
E a prova disso era o Mercadão, as prateleiras dos açougues estavam vazias.
“De um mês para cá que veio subindo, está a R$25,70 o quilo da picanha, por exemplo. Mas não tem sobrado não, até falta”, conta aos risos o açougueiro Luiz Carlos Vasconcelos Navarros.
No meio de cotoveladas, consumidores buscavam liquidar os últimos cortes. “Nossa, mas aumentou mesmo. Estou levando para o Ano Novo e vai ficar salgado, mas não tinha como não levar. O que a maioria quer é carne”, relata a funcionária pública Kátia de Oliveira, 31 anos.

Só a carne vai “roubar” do orçamento previsto para a ceia de Kátia, R$ 200. “No final acho que ia dar a mesma coisa, um pouco mais”, diz comparando caso seguisse o jantar tradicional, com carne branca.
A explicação da alta, segundo o gerente de açougue Miguel de Paula Freitas, vem do aumento da procura pelo produto, em especial o corte de picanha.
“É que no final do ano a tendência é essa de subir. Cresce o consumo e quando tem oferta tem um preço, quando não tem já sobe”, resume.
No estabelecimento onde gerencia em poucos dias de R$19,90 o quilo da picanha subiu para R$ 22,90. O frequente aumento no preço fez até com que ele precisasse avisar os clientes do valor com um papelão.
Quem sentiu mesmo no bolso a alta da carne foi a aposentada Margarida da Rocha, 60 anos. O filho é quem abastece a casa com cortes. “Ele traz de fora porque compensa mais”. No entanto, agora para a chegada do novo ano, ela teve de tirar do próprio bolso para arcar com a ceia.
“Está caro, com certeza, deu uma subida boa, mas a gente trabalha o ano todo que um dia tem que abrir mão”, fala brincando.