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Economia

Centro tem 45 estacionamentos e concorrência acirrada pelo lucro

Caroline Maldonado | 31/08/2014 10:26
Vander trocou emprego de guia turístico por estacionamento no Centro de Campo Grande (Foto: Marcelo Victor)
Vander trocou emprego de guia turístico por estacionamento no Centro de Campo Grande (Foto: Marcelo Victor)

Com 45 estacionamentos, o Centro de Campo Grande se tornou espaço de concorrência acirrada entre os empresários do setor. Alguns movimentam R$ 100 por dia, enquanto outros chegam a receber R$ 1,2 mil em um único expediente. A variação na lucratividade depende ainda do período do mês, conforme os proprietários.

Depois do dia 20 o movimento cai, garantem dos gerentes. Com 67 vagas, o estacionamento Cisa, que fica na Avenida Afonso Pena, preenche em média apenas 40 vagas após a metade do mês. “Agente passa a receber cerca de R$ 750 na segunda quinzena, todos os meses”, explica o funcionário Gabriel Nogueira, 18 anos, que cobra R$ 5, a hora para carro e R$ 2 para motocicletas.

O estacionamento Nosso Sonho, na Rua Marechal Rondon, tem o nome que descreve o desejo do proprietário, Vander Freitas, 32 anos, que trabalhava como guia turístico em Bonito, a 257 quilômetros de Campo Grande, e em 2007 resolveu investir no empreendimento adquirido pelo pai. O sucesso do negócio era certeza, já que o movimento de veículos só aumenta na cidade, o que ele não imaginava era a expansão da concorrência.

Negócio tem lucro certo, mas concorrência causa instabilidade (Foto: Marcelo Victor)
Negócio tem lucro certo, mas concorrência causa instabilidade (Foto: Marcelo Victor)

“O importante para mim é não ter patrão e eu faturo bem mais do que quando era empregado”, conta Vander, que não se arrepende de ter apostado no estacionamento, mesmo com a instabilidade do movimento de clientes, que pagam R$ 4, a hora para deixar carro e R$ 2, quando o veículo é motocicleta.

Os preços estão na média do valores aplicados pelos estabelecimentos do Centro da cidade, conforme levantou a reportagem do Campo Grande News. Em alguns pontos da Afonso Pena, o valor para carros chega a R$ 7, a hora.

Ainda assim, nas regiões com menores preços, muitos clientes reclamam, segundo Vander. Ocorre que alguns detestam pagar um estacionamento e preferem procurar vaga nas ruas, mas depois de dar até três voltas na quadra, desistem. “Uma vez um cliente estava saindo e depois de pagar falou: 'vocês são ladrões', na minha cara”, contou.

Embora, parte da clientela reclame, os proprietários garantem que o preço não pode ser mais baixo, afinal há despesas com melhorias do local, além de impostos e gastos para manter funcionários. Esse último é o que mais pesa, na opinião de Vander. “Temos que pagar impostos, contador e no meu caso tenho um funcionário, então além do salário, pago o INSS e todos os direitos”, explica.

Para não ouvir ofensas de quem não compreende as condições de quem trabalha nesse setor, os proprietários buscam ter um diferencial no serviço prestado e na estrutura do local. “Acho que não basta ter um bom espaço, se o funcionário é mal educado, então a gente dá o máximo de atenção possível para o cliente”, garante Vander.

A praticidade parece ser o atrativo principal para quem paga preços mais altos. No estacionamento Cisa, uma cancela com atendimento eletrônico agradou os clientes rotineiros. “Eles comentaram que melhorou muito com esse sistema, porque demora menos o tempo de pagamento”, disse Gabriel.

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