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Economia

Com itens básicos mais caros, famílias "fazem mágica" para economizar

Fernanda Yafusso e Amanda Bogo | 22/07/2016 16:55
Arroz ficou 25% mais caro neste mês (Foto: Marina Pacheco)
Arroz ficou 25% mais caro neste mês (Foto: Marina Pacheco)
Família passou a consumir feijão preto por sair mais barato (Foto Arquivo Pessoal/ Inayá Martini)
Família passou a consumir feijão preto por sair mais barato (Foto Arquivo Pessoal/ Inayá Martini)

O arroz, o feijão e o leite, itens básicos na vida das famílias estão mais caros. De acordo com pesquisa do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), a alta desses produtos chega a 58,82%, pressionando as finanças dos campo-grandenses. 

Nas últimas semanas, o quilo do feijão passou dos R$ 10 com aumento de 17,87% segundo uma pesquisa divulgada pela Semade (Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico) na última sexta-feira (1).

Agora é a vez do arroz, que ficou 25% mais caro neste mês, segundo um levantamento feito pelo Nepes (Núcleo de Pesquisas Econômicas) da Uniderp.

Para continuar com uma boa alimentação sem estourar o orçamento mensal, os consumidores precisam adotar certas estratégias, como pesquisar o preço em vários estabelecimentos, reduzir o consumo ou até substituir os itens.

"É o prato do brasileiro! Esperamos que o preço baixe pois está abusivo. Está tudo caro, não só o arroz e o feijão", explica a aposentada de 56 anos, Zilda Cardoso Ribeiro, sobre o aumento nos preços dos itens básicos da alimentação brasileira. 

Para ela, o aumento do arroz não pesou tanto no bolso, já o feijão foi considerado o item com o preço mais abusivo. "Precisamos pesquisar bastante para ver onde os dois itens estão com um preço bom. O feijão teve uma diferença maior para mim no preço, pois antes eu comprava a R$ 6,99 e hoje encontro o mesmo pacote a R$ 11,99. Acabei pagando esse valor pois não tinha outra opção no dia", relata.

Já para a família da Inayá Borba Martini, 24, o gasto nas compras no final do mês teve um aumento significativo de 30%. Os quatro membros da família, precisaram optar pela compra do feijão preto, em razão do valor reduzido.

"Antes nós comprávamos um pacote de feijão por R$ 4 a R$ 5 em média, após o aumento estamos optando pelos produtos que estão com os valores menores. Mas não sentimos o aumento só no feijão, foi em tudo, por causa da inflação. O arroz não consumimos todos os dias, por exemplo, pois foi uma forma alternativa que encontramos para não retirar os itens de vez do cardápio", explica.

O leite teve um aumento de 15,95% de acordo com pesquisa realizada pelo Dieese (Foto Marina Pacheco)
O leite teve um aumento de 15,95% de acordo com pesquisa realizada pelo Dieese (Foto Marina Pacheco)

Mercado - De acordo com o economista, Marcio Coutinho, o aumento nos preços ocorre em função da demanda e oferta. E que a falta desses produtos pode estar relacionado com a quebra de safra.

"O aumento dos preços é relacionado com pouco produto disponível, ofertado, e muita procura. A tendência é que o preço suba. Porém, os produtos que estão apresentando uma alta significativa, logo voltarão ao preço normal por ser uma ocorrência sazonal", explica.

O economista também alerta os consumidores que estão tentando economizar ao comprar o pacote de 1kg em maior quantidade. "Se uma pessoa optar pela compra do pacote de 1kg a R$ 3 reais, por exemplo, e precisar de 5kg por mês, não estará economizando. O valor sairia quase no mesmo preço dos pacotes de 5kg", explica Marcio.

Uma família com quatro integrantes, por exemplo, acabaria tendo que gastar quase metade do salário para manter os itens no cardápio. Porém, Marcio sugere que para saber de quanto será o gasto no final do mês, é preciso somar todos os itens da cesta básica para se ter o real valor.

"Lembrando que uma família com 4 pessoas, são 4 vezes o salário mínimo. Uma alternativa para essa situação é realizar a substituição dos itens ou então consumir esses itens em quantias menores" diz.

Noemia escolheu substituir a compra do arroz pelo macarrão por sair mais em conta (Foto Marina Pacheco)
Noemia escolheu substituir a compra do arroz pelo macarrão por sair mais em conta (Foto Marina Pacheco)

Para Noemia Kuhnen, 67, a diferença nos preços desses produtos é sentida em todos os mercados, incluindo os mais baratos. Apesar de manter os itens na listra de compras é preciso realizar algumas substituições.

"Para conseguir driblar a crise, acabo reduzindo a quantidade dos itens na hora da compra ou substituo. Eu compro o macarrão, em substituição ao arroz, por ser mais barato".

De acordo com a proprietária do mercado Monfort na rua Spipe Calarge, os clientes estão optando pela compra do leite em saquinho ao invés do em caixa.

"O leite de saquinho está saindo por R$ 2,90 e o de caixa R$ 4. Já na hora de escolher o feijão, os clientes estão procurando pelo feijão preto por estar mais em conta. Além disso os clientes estão reclamando dos preços do arroz e feijão".

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