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Economia

Consumidor vê com desconfiança sistema pré-pago para conta de luz

Luciana Brazil | 14/05/2014 17:25
Odinei não confia nos critérios que serão adotados. (Foto:Cleber Gellio)
Odinei não confia nos critérios que serão adotados. (Foto:Cleber Gellio)

O consumidor campo-grandense parece preferir pagar as contas de luz da forma tradicional, sem inovações. Nas ruas, os entrevistados pela reportagem veem com desconfiança o sistema pré-pago para quitar a conta de energia elétrica. O modelo de pagamento foi regulamentado ontem (13) pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica). O sistema funciona como um telefone pré-pago e nenhum consumidor será obrigado a aderir a essa opção.

Ao invés de pagar a conta de luz por mês, os clientes do modelo pré-pago vão comprar os créditos antes de usá-los, como no serviço de telefonia celular. A ideia é permitir maior controle de gastos aos clientes das empresas de distribuição de energia. Com a publicação no Diário Oficial da União, as companhias já podem adotar o sistema, mas não são obrigadas.

A possibilidade causou mais estranheza do que apoio. “Isso só vai prejudicar o consumidor porque se você ficar sem pagar uma conta de luz, eles demoram 30 dias para cortar. Já nesse sistema o corte vai ser na hora”,  diz a vendedora Vone Cáceres, 40 anos.

Ainda sem entender com detalhes o modelo, a população parece não se sentir confortável com o sistema. Para o autônomo João Marchi, 61 anos, a ideia pode sair cara se não houver planejamento.

“Eu jamais faria isso. Por exemplo, eu tenho uma chácara, se um dia eu acabo esquecendo de renovar o plano, vão cortar a luz e vou ficar sem geladeira, sem freezer. E no modo convencional, se a conta tiver vencida, eles vão esperar 30 dias para cortar a energia?”, indaga.

Casos de emergência - Conforme a Aneel, para evitar que o consumidor fique sem luz de forma inesperada, a distribuidora será obrigada a disponibilizar a opção de emergência, com um crédito de no mínimo 20 kilowatt-hora, o suficiente para o consumo médio de três dias em uma residência. Porém, se os créditos terminarem, o consumidor só poderá solicitar um novo pedido quando tiver quitado o primeiro crédito emergencial. Segundo o texto, este crédito, que não terá validade, poderá ser solicitado a qualquer dia da semana e a qualquer hora.

Há dois meses em Campo Grande, o gerente de logística Odinei Nascimento, 39 anos, criticou a tarifa de energia da Capital. Segundo ele, o valor é “bem mais caro” do que na cidade onde morava, Carapicuíba, interior de São Paulo. “Eu mudei, mas os eletrodomésticos continuaram os mesmos. Não tinha porque a luz vir mais cara”, reclamou. Sobre o novo sistema, ele diz que não confiaria nos critérios de medição. “Critério de medição é restrito, mas não confiaria”.

Segundo a Aneel, as concessionárias não serão obrigadas a adotar o sistema, mas a empresa que aderir, terá que implanta-lo em todas as cidades que atende. A concessionária poderá ainda escolher o município por onde começará a expandi-lo.

Conforme o regulamento, a distribuidora que ofertar o serviço, terá que comunicar a decisão à Aneel com 30 dias de antecedência.

Todo cliente que aderir ao novo modelo de uso, receberá a instalação de um medidor de consumo dentro de casa ou do comércio. Conforme a regulamentação, o consumidor não terá gastos com o aparelho. Com o equipamento, o cliente vai visualizar a quantidade de crédito disponível, além de dispor de alarme visual e sonoro que informará quando o crédito estiver acabando.

Enersul- A Enersul (Empresa de Energia Elétrica de Mato Grosso do Sul), que tem mais de 900 mil clientes em 74 municípios de Mato Grosso do Sul, informou que está analisando se vai adotar o novo sistema e pesquisando a melhor tecnologia para atender o consumidor.

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