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Economia

Coronacrise obrigou 38,4% das empresas de MS a rever conceitos de negócios

Levantamento aponta que empresários tiveram que fazer mudanças nos negócios para continuar operando na pandemia

Rosana Siqueira | 06/05/2020 17:50
Restaurante inovou no delivery de marmitinhas fit para manter movimento (Divulgação)
Restaurante inovou no delivery de marmitinhas fit para manter movimento (Divulgação)

A pandemia do coronavírus obrigou pelo menos 38,4% das pequenas empresas do Estado a mudar a forma de trabalhar. Os dados constam de pesquisa divulgada hoje pelo Sebrae.

O estudo feito em abril mostra que, as alterações realizadas pelos negócios incluem a redução do horário de funcionamento (54,5%); utilização de apenas entregas ou serviços online (27,2%); adoção de teletrabalho, também conhecido como home office (24,2%); rodízio de funcionários (12,2%) e drive thru(3%).

No quesito inovação, as mudanças podem ser implementadas de forma proativa, nos casos onde o empresário analisa o cenário e toma por conta própria a iniciativa. Ou ainda, nas situações onde é preciso atender a exigências externas, como as medidas de restrição ao comércio impostas pelo poder público para conter a transmissão da Covid-19.

O analista do Sebrae/MS, Rodrigo Sleiman, explica que é importante que o empresário se antecipe às situações. “Desde os tempos antigos, ‘a necessidade é a mãe da invenção’, segundo disse Platão. Em tempos onde o empresário está restrito, é preciso inovar. O que caracteriza as empresas que prosperam, é a busca de oportunidades. Se você esperar por saber o que vai acontecer, só terá êxito em saber, então é importante se antecipar”.

Mudanças - As inovações feitas pelos empresários de MS incluem desde o reforço às boas práticas de vigilância sanitária – mostrando o compromisso da empresa para os clientes e a população em geral – e até investimento em produtos e implementação de mais formas de venda.

Na Capital, o restaurante Delírio Eat “saiu na frente” ao reforçar, logo no início da pandemia, medidas de biossegurança. Conforme o proprietário do negócio, Luciano Duré, os cuidados com a higienização já eram uma prática comum, porém, foi preciso aumentá-los e divulgar para colaboradores e clientes. Outra inovação foi incentivar o serviço de entrega.

“Quando ouvir falar, já pensei que isso poderia chegar aqui. Desde então, compramos termômetro, aumentamos o álcool em gel, orientamos os funcionários a não virem trabalhar se apresentarem sintomas. Explicamos aos clientes que as portas estão abertas, mas pedimos para usarem o delivery. Para isso, aumentamos os cupons promocionais no Ifood, colocamos mais produtos em oferta, e temos taxa zero de entrega a partir de R$ 50”, disse.

A queda no faturamento com o impacto do coronavírus levou o empresário Gilson Rotta a investir em um produto que ele já tinha na empresa, mas que não dava tanta atenção. Foi assim que o torresmo de rolo – do restaurante O Caipirão, localizado em Ivinhema – ganhou destaque, aliado à divulgação mais certeira nas redes sociais. Ele teve as ideias após realizar uma consultoria gratuita do Sebrae.

Torresmão de Rolo tem boa saída junto ao público de Ivinhema. (Divulgação)
Torresmão de Rolo tem boa saída junto ao público de Ivinhema. (Divulgação)

“É um processo trabalhoso, mas só depende de mim e tem um bom custo-benefício. Além disso, na região, sou o único que faz. Para tornar o produto conhecido, passei a atualizar as redes sociais do restaurante com mais frequência, tenho postado os feedbacks dos clientes que compram o torresmo e aprovam. Com a consultoria, aprendi a impulsionar posts e já fiz até algumas vendas por conta desse anúncio”, destaca.

Sem volta - As mudanças vieram para ficar como explica o analista do Sebrae, por isso agora é hora dos empresários pensarem em como atuar no mundo digital, tendência que iria ocorrer nos próximos anos, mas que é cada vez mais acelerada com a pandemia.

“No contexto geral, já víamos uma tendência de digitalização, a sociedade está cada vez mais fazendo compras de forma digital. Uma boa parcela da população, pessoas que não gostavam muito de mexer no celular, eles precisaram aprender a mexer. Seja para pedir Uber, fazer transferência bancária... Estamos vendo a aceleração do consumo digital. Agora com a pandemia, esse comportamento será intensificado, então todos os empresários precisam pensar nisso”, conclui.

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