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Economia

Criação de empregos cai 78% e MS tem terceiro pior resultado para maio

Mariana Lopes | 24/06/2014 19:29
Maio registrou 672 trabalhadores da construção civil a menos no mercado (Foto: CLeber Gellio)
Maio registrou 672 trabalhadores da construção civil a menos no mercado (Foto: CLeber Gellio)

Maio de 2014 registrou o terceiro pior resultado de criação de empregos nos últimos 12 anos, em Mato Grosso do Sul, ficando a frente somente no período de 2007, quando o saldo foi negativo, com déficit de 628, e em 2006, quando foram gerados 362 empregos. No mês passado foram criados 566 novos empregos, redução de 78% em relação aos 2,6 mil gerados no mesmo período do ano passado.

E pelo segundo mês consecutivo, a queda maior de geração de empregos é no setor da construção civil, que tirou 672 trabalhadores do mercado no Estado, segundo dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), divulgados hoje (24) pelo Ministério do Trabalho. Em abril deste ano, o setor fechou 1.627 postos de trabalho.

Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil, José Abelha Neto, um dos motivos da queda de empregos no setor é o desaquecimento nas vendas de imóveis.

“Nesses dois últimos meses foi um período de conclusão de obras, o que exige menos trabalhadores, mas o setor deve voltar a aquecer a partir de junho, quando novos empreendimentos serão iniciados e, consequentemente, novas contratações”, explica Abelha.

Para o mestre de obra Edimilson Ramos da Silva, 49 anos, o que aconteceu foi que muita gente resolveu investir em construções e o mercado imobiliário saturou. “Mas os últimos cinco anos foram os melhores para os trabalhadores da construção civil ganharem dinheiro”, ressaltou Edimilson.

Por outro lado, o mestre de obra Cleber de Paula, 36 anos, destaca que o aquecimento no setor nos últimos anos atraiu trabalhadores de outros estados para Mato Grosso do Sul, principalmente para Campo Grande.

A crise em abril e maio na construção civil, para Cleber, reflete apenas no trabalho informal. “As grandes construtoras nem sentem este impacto e não parar de construir, é só o pequeno empreendedor que sofre”, pontua o mestre de obra.

Leonardo acredita que a remuneração desagrada trabalhadores, mas não faltam vagas no mercado de trabalho (Foto: Cleber Gellio)
Leonardo acredita que a remuneração desagrada trabalhadores, mas não faltam vagas no mercado de trabalho (Foto: Cleber Gellio)

Comércio - Ainda em maio, o setor de comércio também apresentou um déficit na geração de empregos. Foram 214 pessoas que saíram do mercado de trabalho e colaborou para a baixa contratação registrada neste mês.

Para Maura Alcântara, 32 anos, que procura emprego na área de financeiro, o que preocupa no mercado é a remuneração. “Hoje em dia, quem tem ensino médio e quem tem uma graduação ganha a mesma coisa, não existe mais valorização do contratante por um funcionário com experiência”, comenta.

“A remuneração da maioria das empresas se baseia no salário mínimo, que é baixo, e profissional não quer se sujeitar a ganhar tão pouco, mas isso não significa que não haja vagas no mercado”, opina o acadêmico Leonardo Souza de Oliveira, 18 anos, que também está a procura de um emprego.

De acordo com os dados do Caged, Campo Grande continua liderando o ranking de contratação entre os municípios do Estado, gerando 323 empregos em maio, o que representa uma lata de 0,16%. Em segundo lugar aparece Dourados, com 321 trabalhadores empregados e alta de 0,58%. E em terceiro está Naviraí, que fechou o mês com 80 de saldo e alta de 0,78%.

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