Crise econômica aumenta demanda de consumidores finais em atacarejos
Preços menores estão entre os fatores desse movimento, afirma pesquisa
A crise econômica impulsionou a demanda de consumidores finais nos chamados atacarejos, segmento misto de atacado e varejo. Pesquisa realizada pelo Data Folha em parceria com o Assaí Atacadista, uma das maiores redes de atacado de autosserviço do Brasil, mostra que mais da metade dos consumidores passaram a frequentar os atacarejos devido à redução do poder de compra, decorrente da retração da economia. O levantamento, divulgado nesta quarta-feira (17) foi feito com aproximadamente 10 mil pessoas de todas as regiões do País.
Comumente frequentado por pequenos comerciantes, donos de restaurantes e de lanchonetes, os atacarejos, de acordo com a pesquisa, passaram a atender número crescente de consumidores finais. Dos entrevistados, 56% disseram que começaram a comprar nesses locais por causa da situação econômica nacional. Desse total, 98% afirmaram que pretendem continuar consumindo nesse tipo de comércio mesmo com eventual recuperação da economia.
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“A atual situação econômica faz com que as pessoas, independente de classe social, busquem maior economia nas suas compras e acabam por optar pelo setor de atacado de autosserviço, que passa a ser uma alternativa importante nesse processo de contenção de gastos”, comena a presidente do Assaí, Belmiro Gomes. “E assim como se viu no momento pós-crise dos EUA, a lógica é que os clientes do modelo de atacado permaneçam, e também há aderência dos novos públicos, que vieram nos últimos anos e que continuarão enxergando as vantagens das compras em alto volume”, acrescentou.
Perfil – A pesquisa detalha que 61% dos consumidores finais são mulheres, 22% têm mais de 56 anos e a maioria é de classe média. Para fazer compra abastecedora (a popular “compra do mês”), 58% dos clientes vão às lojas uma vez por mês e 15%, uma vez a cada 15 dias. Para reposições pontuais, a frequência é maior: 39% vão de uma a duas vezes por semana e 28% a cada 15 dias.
“A pesquisa contribuiu para confirmar o que já vinha sendo percebido: o fluxo de pessoas comprando para consumo domiciliar e a contribuição deste público para o negócio vem crescendo em consonância com as tendências internacionais. Hoje, o atacado atrai homens e mulheres, de todas as idades e em diferentes momentos de vida, representando todas as classes sociais”, analisa Dorival Mata-Machado, sócio-diretor do Data Popular.
Preço e marcas – A pesquisa mostra que o preço é o que mais atrai o cliente das lojas de atacarejo a continuar comprando no segmento. Esse motivo é citado por 83% dos entrevistados. Outros fatores mencionados são variedade de produtos (36%), localização da loja (35%) e promoções (34%).
O estudo também verificou o comportamento do consumidor quanto a marcas dos produtos. A consideração da marca é maior em se tratando de itens básicos, como arroz, feijão e higiene pessoal. Nas outras categorias, o cliente se atenta mais aos preços que as marcas.