ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, SEXTA  19    CAMPO GRANDE 24º

Economia

Depois de pedágio, aumento do diesel encarece ainda mais preço do frete

Caroline Maldonado | 18/10/2015 08:53
Caminhoneiros reclamam ainda em aumento com custos de manutenção (Foto: Alcides Neto)
Caminhoneiros reclamam ainda em aumento com custos de manutenção (Foto: Alcides Neto)

Com o aumento de 4% no preço do diesel há duas semanas, o valor cobrado pelo frete em Mato Grosso do Sul encareceu 1,66%, segundo o Setlog (Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística de MS). Porém, as trasportadoras garantem que o montante não foi repassado inteiramente aos clientes. Além disso, o valor do pedágio da BR-163, ativo há um mês, é pago separadamente por quem contrata o frete.

O preço médio do transporte para Santos (SP) em uma carreta bitrem, com capacidade para 45 toneladas está em R$ 6.000, ou seja, R$ 133 por tonelada, segundo o presidente do Setlog, Cláudio Cavol. “Os custos só aumentam e o cenário está horrível para os transportadores”, comenta.

Sem a tabela de frete, um dos itens reivindicados nas manifestações do início do ano, os caminhoneiros têm dificuldade para definir seus preços e absorvem boa parte dos reajustes, segundo o diretor da Cooperativa Mista de São Gabriel do Oeste, Auderi Vanzela. Ele conta que agora o transportador gasta R$ 980 somente com pedágio em viagem até São Paulo e R$ 1.300 de comburível, além das despesas com motorista e manutenção do caminhão.

“Aumentou em 4% o preço do pneu, recapagem, em 6% e com isso subiu em 10% o custo total do transportador. Estamos sem a tabela, o Governo Federal negou e o Estadual não pode fazer nada, então a gente fica nessa situação. Algumas empresas pagam o frete separado, mas outros colocam no orçamento”, reclama Auderi.

Crise - Na semana passada, os caminhoneiros chegaram a falar em nova paralisação, mas os planos não avançaram. Além dos altos custos, as dívidas com financiamento dos automóveis tem dificultado a atividade, segundo Cavol. “O governo interveio nesse mercado, quando financiou, de foram irresponsável, caminhões novos com juros de 3% ao ano. Hoje, tem oferta abundante de transportadores de todo o porte, que não dão conta de pagar seus financiamentos”, disse.

Em acordo entre o Governo Federal e os caminhoneiros, ficou prevista a ampliação do tempo para pagamento de financiamento, mas isso não vem sendo concedido a todos, segundo Cavol. “O governo prometeu um ano de carência, mas só aprovou para empresas que faturam atá R$ 1,600 mil por ano e mesmo essas, os bancos não estão querendo fazer. Outro problema é que a maioria das empresas com maior dificuldade financeira tem faturamento maior que R$ 2.300, ao ano.

Mesmo com avanço dos custos, não há expectativa de aumento no preço do frete, segundo Auderi, o que torna o trabalho mais complicado para os transportadores. “Não tem previsão de subir o valor, poque a próxima colheita de soja será só em fevereiro. Nesse meio, a gente vai se arrastando, porque em fim de ano o preço vai lá para baixo”, explica o diretor.

Nos siga no Google Notícias