ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram Campo Grande News no TikTok Campo Grande News no Youtube
MAIO, SEGUNDA  19    CAMPO GRANDE 24º

Economia

Em crise, consumidor reduz gasto até com alimento e Capital tem 2ª deflação

"Essa deflação, apesar de pequena, serve como sinal de alerta, pois, já são duas deflações consecutivas", diz professor

Aline dos Santos | 29/10/2019 10:29
Em crise, consumidor reduz gasto até com alimento e Capital tem 2ª deflação
A alimentação foi o grupo com maior impacto em setembro, puxando o IPC/CG para baixo.

Pelo segundo mês consecutivo, Campo Grande registrou inflação negativa. A taxa do IPC/CG (Índice de Preços ao Consumidor) em setembro foi de -0,06%, a segunda mais baixa de 2019. Neste ano, a menor inflação foi no mês de agosto: -0,25%.

Contudo, a redução nos preços, que a princípio pode parecer boa notícia ao consumidor, acende o alerta de desaquecimento da economia, com as pessoas reduzindo os gastos até na alimentação. 

“Essa deflação, apesar de pequena, serve como sinal de alerta, pois, já são duas deflações consecutivas, mostrando que a economia precisa acelerar para que o consumo seja retomado. Percebemos que os consumidores estão preocupados em economizar, inclusive, com a alimentação”, afirma o coordenador do Nepes (Núcleo de Estudos e Pesquisas Econômicas e Sociais) da Uniderp, Celso Correia.

Dos sete grupos que compõem o IPC/CG, três registraram deflação, puxando o indicador econômico para baixo. A alimentação foi o grupo com maior impacto em setembro (-0,56%).

Os grupos Vestuário (-0,84%) e Educação (-0,13%) colaboraram para o resultado negativo. “Os índices de inflação dos grupos Transportes, Saúde, Despesas Pessoais e Habitação ajudaram a segurar o ritmo de queda da inflação, pois registraram indicadores positivos para setembro”, diz o professor.

Nos nove primeiros meses de 2019, o acumulado recuou de 2,37% (até agosto) para 2,31%. Levando em consideração os últimos doze meses, o acumulado também caiu de 3,64% (até agosto) para 3,15%, bem abaixo da meta inflacionária do CNM (Conselho Monetário Nacional) para o Brasil no ano de 2019, cujo centro da meta da inflação para o ano é de 4,25%.

Top 10 - No mês de setembro, a lista dos dez "vilões" da inflação tem: contrafilé, automóvel, exame de laboratório, diesel, acém, alcatra, botijão de gás, gasolina, paleta, blusa. Já os itens que contribuíram para reter a inflação foram tomate, batata, lingerie, repolho, camisa masculina, cenoura, mamão, maçã, cebola e alface.

“O grupo alimentação é o melhor termômetro para explicar o comportamento da inflação ao longo do ano, pois, tem a segunda ponderação na formação do índice inflacionário geral e trata-se de um item de consumo primário”, explica Celso Correia.

Além disso, é bastante influenciado pelos fatores climáticos e pela sazonalidade de alguns de seus produtos, principalmente, verduras, frutas e legumes. “Alguns desses produtos aumentam de preços devido ao término das safras. Outros, diminuem. Quando o clima é desfavorável há elevações de preços”.

O IPC mede o nível de variação dos preços mensais do consumo de bens e serviços, a partir da comparação da situação de consumo do mês atual em relação ao mês anterior, de famílias com renda mensal de 1 a 40 salários mínimos.

Nos siga no Google Notícias