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Economia

Entressafra eleva preço, empaca vendas e só promoções salvam etanol

Lidiane Kober e Filipe Prado | 26/03/2014 16:51
Para valer a pena abastecer com etanol, o preço precisa corresponder a 70% do valor da gasolina, o que não está ocorrendo na Capital (Foto: Marcos Ermínio)
Para valer a pena abastecer com etanol, o preço precisa corresponder a 70% do valor da gasolina, o que não está ocorrendo na Capital (Foto: Marcos Ermínio)

O período de entressafra elevou o preço e empacou ainda mais as vendas do etanol nos postos de combustível de Campo Grande. O aumento tirou a competitividade do produto com a gasolina e a tendência, segundo especialista, é começar a sobrar álcool e impulsionar promoções para recuperar clientes.

De acordo com o consultor técnico do Sinpetro (Sindicado do Comércio Varejista de Derivados do Petróleo e Lubrificantes), Edson Lazarotto, a elevação de preço é cíclica. “A entressafra começa lá pelo dia 15 de dezembro e termina em 31 de março. Nesta época, naturalmente a oferta diminuiu e o preço aumenta”, comentou.

Mas, a partir da segunda quinzena de abril, ele aposta no início de promoções. “Começa a sobrar o álcool e as usinas começam a vender o produto mais barato”, disse Lazarotto.

Hoje, segundo levantamento da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), o etanol custa em média R$ 2,16, na Capital. O valor mais alto chega a R$ 2,31 e o mais baixo R$ 2,00. Um mês antes, em fevereiro, o álcool era encontrado por no máximo R$ 2,21.

Em março do ano passado, a situação era praticamente a mesma. Com a falta do produto, o etanol chegou a custar R$ 2,29 e no mínimo, R$ 2,02. Dois meses depois do fim da entressafra, em junho de 2013, o preço médio baixou para R$ 2,08, com valor máximo de R$ 2,29 e mínimo de R$ 1,97.

Em setembro do ano passado, em época de estoques bem abastecidos, o álcool chegou a custar, em média, R$ 1,99, na Capital. Era possível comprar o produto por até R$ 1,89, enquanto o valor máximo era de R$ 2,20.

Não compensa – Em momento de preços altos, a maioria dos consumidores opta pela gasolina. “A diferença está pouca e não está compensando gastar com etanol. Todo o final de mês, como o dinheiro já está no fim, abastecia com álcool, mas, nem isso estou fazendo, porque não compensa”, disse a empresária Susan Novais, 37 anos.

Para valer a pena andar com álcool, o preço do combustível precisa corresponder a 70% o valor da gasolina. Hoje, de acordo com gerentes de postos, a porcentagem média é de 74%.

“Ninguém mais está abastecendo com etanol, mais de 90% dos clientes optam pela gasolina”, relatou Militão Renovato Pires, 57 anos, gerente de estabelecimento, localizado entre a Avenida Afonso Pena e a Rua 13 de Maio.

Empresária desistiu de abastecer carro com etanol (Foto: Marcos Ermínio)
Empresária desistiu de abastecer carro com etanol (Foto: Marcos Ermínio)
Segundo gerente de posto de combustível, menos de 10% dos clientes optam por etanol (Foto: Marcos Ermínio)
Segundo gerente de posto de combustível, menos de 10% dos clientes optam por etanol (Foto: Marcos Ermínio)
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