ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, SEXTA  26    CAMPO GRANDE 23º

Economia

Etanol pode aumentar R$ 0,10 e perder de vez competitividade com gasolina

Lidiane Kober | 21/02/2014 17:41
Para o empresário, álcool subiu de R$ 1,84 a R$ 1,94 e aumento pode ser repassado ao cliente a partir da próxima semana (Foto: Cleber Gellio)
Para o empresário, álcool subiu de R$ 1,84 a R$ 1,94 e aumento pode ser repassado ao cliente a partir da próxima semana (Foto: Cleber Gellio)

A partir da próxima semana, o etanol pode ficar R 0,10 mais caro em Campo Grande e perder de vez a competitividade com a gasolina. As distribuidoras, segundo o Sinpetro (Sindicado do Comércio Varejista de Derivados do Petróleo e Lubrificantes), aumentaram de R$ 0,04 a R$ 0,10 o preço do produto e a tendência seria repassar o reajuste ao consumidor a partir da próxima semana.

“Há 10 dias, o álcool está mais caro para o empresário e nesta semana o aumento se acentuou”, detalhou o consultor técnico do Sinpetro, Edson Lazarotto. Ainda de acordo com o sindicato, o preço do produto para os donos de postos de combustível subiu, em média, de R$ 1,84 para R$ 1,94. “A margem de lucro está estreita e a tendência é começar a adequar as planilhas a partir da semana que vem”, avisou.

Questionado sobre os motivos do reajuste, Lazarotto disse não saber ao certo as causas. “As empresas sucroalcooleiras vêm reclamando faz tempo do custo alto e da falta de competitividade”, comentou. “Para segurar a inflação, o governo subsidia a gasolina e o álcool não consegue deslanchar”, completou.

Em quatro postos visitados pelo Campo Grande News, nesta sexta-feira (21), o preço do etanol variou de R$ 2,14 a R$ 2,17. Na maioria, o álcool já perdeu a competitividade com a gasolina e atrai apenas de 10% a 20% dos clientes.

O vendedor Tadeu Bernardi, 30 anos, ainda resiste e abastece com etanol. “Acho que o álcool polui menos”, justificou. Ele anda cerca de 100 quilômetros por dia e se assustou com a possibilidade de novo reajuste. “Gasto cerca de R$ 1 mil por mês só em combustível”, contou. “Se continuar assim, vou vender o carro”, emendou.

O mototaxista Geovane Borba, 25, também reclamou do preço do combustível. “Já está caro e não dá para suportar novo aumento”, afirmou. Segundo ele, os gastos para abastecer vêm comprometendo cada vez mais a renda familiar. “Antes, dava para levar a filha para passar uma vez por semana, agora, no máximo uma vez por mês”, lamentou.

Sem previsão – Em pelo menos quatro postos, ainda não há previsão de repassar o aumento ao consumidor. Em estabelecimento, localizado na Rua 26 de Agosto, esquina com a Avenida Calógeras, o etanol ficou R$ 0,04 mais caro para o proprietário, desde a semana passada. “Por enquanto, ninguém falou em aumento ao cliente”, disse o gerente Alessandro de Carvalho.

Em outro posto, localizado na Avenida Afonso Pena, também não há previsão de reajuste ao consumidor, segundo o chefe de pista Fábio da Silva, 28 anos. “O etanol sai pouco e o estoque duro muito, então, ainda não percebemos o aumento por parte das distribuidoras”, afirmou. “E não há informação de aumento para o cliente”, acrescentou.

Nos dois estabelecimentos, o etanol equivale a 71% do preço da gasolina e já não compensa para o consumidor. “Acima de 70% não é vantajoso”, disse Lazarotto. Segundo ele, em média, o valor do produto ainda corresponde a 69% do preço da gasolina, em Campo Grande. “Então, com o novo aumento, o álcool perderá de vez a competitividade”, finalizou.

Geovane rejeitou novo aumento e lamenta que sobra pouco para levar filha em passeios (Foto: Cleber Gellio)
Geovane rejeitou novo aumento e lamenta que sobra pouco para levar filha em passeios (Foto: Cleber Gellio)
Tadeu se assustou com a possibilidade de reajuste e até cogitou vender o carro (Foto: Cleber Gellio)
Tadeu se assustou com a possibilidade de reajuste e até cogitou vender o carro (Foto: Cleber Gellio)
Nos siga no Google Notícias