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Economia

Estiagem prejudica transporte de peças e navegação volta em 2015

Caroline Maldonado | 15/12/2014 11:01
Peças, que somam mais de 700 toneladas, esperaram dois meses e meio para seguir de Itaipú à Três Lagoas (Foto: Divulgação/Itaipú Binacional)
Peças, que somam mais de 700 toneladas, esperaram dois meses e meio para seguir de Itaipú à Três Lagoas (Foto: Divulgação/Itaipú Binacional)

Interditada desde maio deste ano, a navegação na hidrovia Tietê-Paraná deve ser retomada somente no primeiro semestre de 2015. Mato Grosso do Sul não transporta grãos pela hidrovia, mas a paralisação prejudicou o transporte de peças gigantes utilizadas na construção de uma fábrica de fertilizantes agrícolas da Petrobras em Três Lagoas, a 338 quilômetros de Campo Grande.

O transporte de 13 peças, via terrestre e fluvial, utilizou o reservatório da usina Itaipú e levou pouco mais de um ano. O reservatório não faz esse tipo de operação, mas foi aberta exceção para que as peças chegassem enfim a obra da UFN3 (Unidade de Fertilizantes Nitrogenados 3) da Petrobras.

As últimas duas peças estavam paradas no reservatório de Itaipu desde o dia 27 de julho e foram liberadas para seguir viagem em outubro, com a volta do nível de água à cota normal de operação, em torno de 219,30 metros acima do nível do mar, de acordo com a Itaipú Binacional. A maior das duas peças é a absorvedora de CO2, com 52,1 m de comprimento e 493 toneladas. O vaso de separação de gás é uma peça menor, com 148 toneladas, porém mais larga, com 6,95 m. Juntas, as duas peças somam mais de 700 toneladas, conforme a Itaipú.

Para concluir a viagem que começou na China, onde foram produzidas, de Porto Grande (RS) as peças foram levadas em lotes à Foz do Iguaçu (PR) e foram transportadas de balsa pelo reservatório de Itaipú. As peças chegaram ao Brasil em junho de 2013.

Segundo a Itaipú, o tráfego das peças exigiu diversos procedimentos de segurança, incluindo o desligamento de energia elétrica e apoio da PRF (Polícia Rodoviária Federal), Marinha, Guarda Municipal, Itaipu e Furnas, entre outras. As peças aguardaram na rampa, localizada no bairro Três Lagoas, em Foz do Iguaçu.

Interdição - Desde a paralisação da hidrovia, segundo o portal Valor Econômico, deixaram de ser transportadas mais de 6 milhões de toneladas de produtos, em especial da safra de grãos e farelos de Mato Grosso e Goiás.

Neste ano, passaram pela Tietê-Paraná somente 500 mil toneladas de soja e milho, enquanto produtores esperavam escoar 2,5 milhões de toneladas pela hidrovia, que é a mais importante do país. Com isso, o transporte de cargas, agora feito nas rodovias, encareceu 32%.

A interdição foi instituída por decisão da ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), desde que as usinas de Três Irmãos e Ilha Solteira passaram a gerar mais energia, reduzindo o nível dos lagos, que são interligados pelo Canal Pereira Barreto.

A perspectiva mais otimista do Departamento Hidroviário do Estado de São Paulo, responsável pelos 800 quilômetros do trecho paulista, prevê o retorno do tráfego na hidrovia para o dia 15 de janeiro, mas a decisão tem que ser aprovada pela ONS, pela ANA (Agência Nacional de Águas) e pelo Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).

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