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Economia

Navegação suspensa há 5 meses prejudica transporte de produtos de MS

Priscilla Peres | 29/09/2014 19:43
Em vários pontos, a distância do fundo até a superfície já não passa de um metro (Foto: Reprodução/Canal Rural)
Em vários pontos, a distância do fundo até a superfície já não passa de um metro (Foto: Reprodução/Canal Rural)
No ano passado, peças gigantes da UFN 3 esperaram um ano para seguir viagem. (Foto: Itaipu Binacional)
No ano passado, peças gigantes da UFN 3 esperaram um ano para seguir viagem. (Foto: Itaipu Binacional)

Há quase cinco meses, a navegação na hidrovia Tietê-Paraná está suspensa devido ao baixo nível do rio, o que prejudica o transporte pela região, principalmente da produção dos estados próximos. Duas peças que serão usadas na construção da UFN 3 (Unidade de Fertilizantes Nitrogenados) de Três Lagoas estão paradas à espera de condições para continuar o caminho.

De acordo com a Itaipu Binacional, as duas peças aguardam cota suficiente para seguir viagem pelo reservatório da Itaipu até alcançar o destino final. Para poder trafegar o rio tem que ter 219.5 em relação ao nível do mar, porém está em 217.71. Peças gigantes que também iriam para a UFN 3 ficaram um ano aguardando o nível no rio para poder seguir viagem, completando o trajeto em julho deste ano.

A hidrovia Tietê-Paraná é uma rota estratégia para grande indústrias como a Petrobras e a Eldorado Brasil, que construíram suas unidades próximas ao rio Paraná, em Três Lagoas, justamente para escoar a produção de maneira mais rápida e econômica.

Prevendo a atual situação dos níveis de água da hidrovia Tietê-Paraná, a Eldorado desenvolveu em janeiro deste ano, um plano de contingência, que está em execução desde meados de maio. Tal estratégia foi possível porque a gigante da celulose utiliza sistemas multimodais hidro-rodo-ferroviário para transporte de seus produtos, com isso não teve sua produção e entrega afetados com a suspensão da navegação.

Suspensão - A navegação na Hidrovia Paraná-Tietê foi paralisada em maio deste ano, quando as usinas de Três Irmãos e Ilha Solteira passaram a gerar mais energia, reduzindo o nível dos seus lagos, que são interligados pelo Canal Pereira Barreto. Desde então, a Antaq (Agência Nacional dos Transportes Aquaviários) tem feito uma série de reuniões como providências.

“Nós estamos preocupados com o respeito ao uso múltiplo dos rios e o retorno da navegação na Hidrovia Paraná-Tietê, que ainda está sem uma solução à vista”, disse o diretor-geral da Antaq, Mário Povia, durante reunião realizada com a ANA (Agência Nacional de Água) recentemente.

Para a Agência, a paralisação pode prejudicar os esforços realizados no inícios deste ano para acabar com os engarrafamentos no escoamento da safra agrícola no Porto de Santos. O trecho de navegação suspensa vai desde o km 128 do reservatório de Três Irmãos e a eclusa inferior de Nova Avanhandava.

Providências - De acordo com o Ministério dos Transportes, uma reunião recente na ANA (Agência Nacional de Água) propôs que seja realizado um teste operacional e programado nos reservatórios de Ilha Solteira, Jupiá e Porto Primavera, com o objetivo de diminuir a vazão na usina de Ilha Solteira e aumentar o nível do reservatório, além de avaliar as condições ambientais.

Ainda segundo o ministério, "a intenção com a redução gradativa da vazão defluente nas usinas é aumentar o volume de água do reservatório de Ilha Solteira e através do canal Pereira Barreto e permitir o aumento do nível de água no trecho mais crítico no rio Tietê", afirmou em nota.

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