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Economia

Famílias melhoram renda e passam a viver com um novo problema: dívidas

Alan Diógenes | 20/09/2014 11:21
Com facilidade de crédito em lojas, famílias se endividam e ficam no "zero". (Foto: Marcelo Calazans)
Com facilidade de crédito em lojas, famílias se endividam e ficam no "zero". (Foto: Marcelo Calazans)

O número das famílias do Estado que ganhavam até um salário mínimo teve redução 5,95% em 10 anos. Porém, as famílias que começaram a ganhar de 1 a 2 salários mínimos cresceu 28,1% no mesmo período. Em compensação, a renda ficou maior, mas pela facilidade de crédito em lojas, as pessoas começaram a viver um novo pesadelo: as dívidas.

Os dados foram divulgados pelo IBGE ( Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) por meio da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios). O levantamento revelou que em 2003, 84 mil famílias sul mato-grossenses recebiam até 1 salário mínimo. O número caiu em 2013 para 79 mil famílias com a renda, ou seja, R$ 724 atualmente.

Já o número de famílias que ganhavam de 1 a 2 salários mínimos que eram de 167 mil em 2003, cresceu para 214 mil no ano passado.

A diarista Cristiane Dias, 40 anos, é um exemplo de quem começou a ganhar mais e acabou adquirindo dívidas. Ela conta que com a facilidade de crédito ficou mais fácil comprar eletrodomésticos. “Hoje todo mundo pode ter um computador, uma televisão ou um telefone, por conta da facilidade de abrir crediários. Fácil é tirar, o difícil é terminar de pagar as contas”, explicou.

O marceneiro Carlos Roberto Paes, 60, concordou com a opinião e não vê vantagem do salário ter aumentado. “Aumentou R$ 50, ou seja, quem ganha dois salários mínimos terá R$ 100 a mais no bolso. Agora me diga, o que é que você faz com R$ 100 no supermercado? Nada! Não adiantou aumentar o salário e as coisas aumentarem também”, destacou.

Segundo a manicure Luzia Rodrigues, 32, as pessoas contraem dívidas, em sua maior parte, no setor do vestuário e do lazer. “O povo é muito consumista e faz dívida em lojas de roupa ou gastam muito em festas e na diversão em geral”, comentou.

Apesar de afirmar que as dívidas aumentaram, a dona de casa Sandra Silvana dos Santos Rocha, 51, vê com o aumento dos salários facilidade da população em comprar medicamento e cuidar da saúde. “Quando eu criava minha filha uma consulta e até mesmo os remédios eram muito caros. Hoje ela estava com 20 anos, e cuidamos juntas da saúde do meu neto de 3 meses. Não tem nem comparação, tudo é mais fácil”, finalizou.

Cristiane disse que "fácil e comprar, difícil é terminar de pagar". (Foto: Marcelo Calazans)
Cristiane disse que "fácil e comprar, difícil é terminar de pagar". (Foto: Marcelo Calazans)
Luzia acredita que endividamento acontece no setor do vestuário e lazer. (Foto: Marcelo Calazans)
Luzia acredita que endividamento acontece no setor do vestuário e lazer. (Foto: Marcelo Calazans)
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