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Economia

Gasolina pode ultrapassar R$ 7,00 na Capital e já preocupa setores econômicos

Litro da gasolina deve ficar R$ 0,54 mais caro ao consumidor

Liana Feitosa | 10/03/2022 17:12
Preço praticado nesta quinta-feira (10) em posto de Campo Grande. (Foto: Kísie Ainoã)
Preço praticado nesta quinta-feira (10) em posto de Campo Grande. (Foto: Kísie Ainoã)

O litro da gasolina vai ficar R$ 0,54 mais caro ao consumidor e o combustível chegará aos R$ 7,00 em Campo Grande a partir desta sexta-feira (11), podendo ultrapassar esse valor em vários postos da Capital. Com o anúncio de hoje (10) feito pela Petrobras, o aumento do litro do óleo diesel nas bombas será ainda maior, de R$ 0,81, ultrapassando R$ 6,25. A análise é do diretor do Sinpetro-MS (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo e Lubrificantes), Edson Lazarotto.

Problema - Isso se dá devido à instabilidade gerada pela guerra da Rússia contra a Ucrânia, que afeta o preço do dólar e o mercado global de petróleo e combustíveis. “[Como] a paridade dos combustíveis na Petrobras é sobre os preços do barril do petróleo e do dólar, os preços [dos combustíveis] se elevaram assustadoramente”, afirma Lazarotto.

O petróleo Brent já acumula alta de cerca de 40% no ano e chegou a alcançar US$ 139 na segunda-feira (7). Diante disso, a Petrobras anunciou aumento de 18,7% na gasolina e 24,9% no diesel  para os distribuidores.

Edson Lazarotto, diretor do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo e Lubrificantes). (Foto: Divulgação/Sinpetro-MS)
Edson Lazarotto, diretor do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo e Lubrificantes). (Foto: Divulgação/Sinpetro-MS)

“Esse reajuste vai impactar nas bombas porque é um preço no custo do produto, e isso impacta em todos nós, no consumidor e no dono do posto. Tem muita gente que acha que quando aumenta combustível o dono do posto fica feliz. Não, nós perdemos volume de vendas e temos que colocar mais capital de giro, então esses reajustes são sempre ruins, para todos os envolvidos, consumidores e revendedores. Isso vai impactar com certeza no bolso do consumidor final”, finaliza o representante do Sinpetro-MS.

Transportes - Para o empresário Cláudio Cavol, diretor-presidente do Setlog-MS (Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística de Mato Grosso do Sul), o aumento traz grande preocupação para o setor de transportes. “Nós não esperávamos que esse aumento viesse agora e em um percentual tão grande. Para você ter uma ideia, aqui no nosso estado de janeiro até ontem (9) o diesel aumentou 12,5%. Com esse [novo] aumento [da Petrobras] de 25% nas refinarias, e que provavelmente vai dar mais de 27% nos postos de gasolina entre sexta (11) e sábado (12), nós teremos cerca de 40% de aumento sobre o óleo diesel só esse ano”, detalha o representante.

De acordo com Cavol, o custo de uma viagem de São Paulo para Campo Grande a uma transportadora de cargas atualmente ultrapassa R$ 1 mil só em diesel, “sem incluir nessa conta outros gastos como com pneus, troca de óleo, peças, enfim, tudo isso vai acabar acompanhando, em maior ou menor escala, o aumento do diesel. Isso é terrível para nós”, completa.

O diretor-presidente ainda frisa que o mundo passa por desafios e o momento exige cautela. “Esse é um momento difícil, o Brasil e o mundo estão saindo de uma pandemia, uma crise mundial gravíssima, e agora essa guerra no leste europeu veio complicar ainda mais a situação. Acredito que é a hora de, principalmente nossos governantes, olharem um pouco mais pra população com um pouco menos de voracidade nos impostos”, afirma.

Ajuda - Diante da pressão dos preços, o representante do Setlog-MS planeja levar a demanda à gestão estadual. “Nosso segmento vai até o Governo do Estado pedir para que haja uma redução muito forte do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), falar da dificuldade que nosso setor terá, e que a economia sul-mato-grossense também vai ter, caso o preço [do diesel] venha apresentar esses quase 40% de aumento em menos de 60 dias”, finaliza Cavol.

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