ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, QUINTA  25    CAMPO GRANDE 31º

Economia

Grandes “roubam” funcionários e lojas sofrem para achar temporários

Caroline Maldonado | 04/12/2014 15:36
Maioria das vagas no Centro de Campo Grande e shoppings são para vendedor e operador de caixa (Foto: Marcelo Calazans)
Maioria das vagas no Centro de Campo Grande e shoppings são para vendedor e operador de caixa (Foto: Marcelo Calazans)

O comércio de Campo Grande precisa de pelo menos 3.700 funcionários temporários para dar conta do movimento de fim de ano e os anúncios estão por toda parte nas vitrines. Desde outubro, os lojistas fazem contratações, mas 10% das vagas continuam abertas em lojas do Centro e dos shoppings da cidade, segundo a (Câmara de Dirigentes Logistas). Isso porque contratar já não foi tarefa fácil durante o ano todo, com a chegada dos grandes grupos na Capital, como a Havan, com lojas na Consul Assaf Trad e na Ernesto Geisel, além do restaurante Outback Steakhouse, no shopping Campo Grande

O Sindicato dos Empregados do Comércio de Campo Grande estima algo parecido. Segundo o presidente da entidade, Idelmar da Mota Lima, a previsão é de contratação de 4 mil pessoas entre outubro e dezembro. Para Idelmar, com tanta vaga as pessoas estão escolhendo as mais atrativas, que pedem carga horária menor ou não necessitam de serviço em domingos e feriados. “Talvez o trabalho em domingos e feriados, principalmente em supermercados pode influenciar o déficit de mão de obra”, opina.

Segundo o presidente da CDL, Ricardo Kuninari, a queixa com relação a dificuldade de contratar pessoal é unânime em todo o comércio da cidade e restam aproximadamente 500 vagas de vendedores em plena primeira semana de dezembro, há apenas 20 dias do Natal, período que somado ao Ano Novo deve movimentar R$ 642 milhões no comércio.

O cenário é resultado da instalação de grandes lojas nos últimos anos anos, na avaliação de Ricardo. “Ainda tem várias empresas contratando, porque várias pessoas que já estavam no comércio resolveram mudar para lojas grandes que foram se instalando aqui”, explica.

Para o presidente do sindicato dos empregados, há estabelecimentos que estão com dificuldade de encontrar mão de obra desde o início desse ano. “As empresas que precisam de funcionário em domingos e feriados têm mais problema para contratar, porque com tantas vagas o pessoal escolhe os locais em que se trabalha menos tempo”, observa.

Idelmar explica que o expediente de domingo que não é pago, mas pago com folga é outro fator que pesa na escolha dos que buscam emprego. “Essa lei do domingo, que estabeleceu há mais de 10 anos que se pode dar folga e não pagamento está sendo ruim. O empregado se submete se estiver muito necessitado, mas se puder escapar ele vai para outra empresa. Até os lojistas estão vendo isso e acho que isso tem que ser revisto”, sugestiona o presidente da entidade.

Lojistas exigem experiência e reclamam de falta de interesse de contratados (Foto: Marcelo Calazans)
Lojistas exigem experiência e reclamam de falta de interesse de contratados (Foto: Marcelo Calazans)
Anúncios de contratação estão por toda parte no Centro e shoppings da Capital (Foto: Marcelo Calazans)
Anúncios de contratação estão por toda parte no Centro e shoppings da Capital (Foto: Marcelo Calazans)
Muitas lojas do Centro têm anúncios para contratar também para unidades nos shoppings (Foto: Marcelo Calazans)
Muitas lojas do Centro têm anúncios para contratar também para unidades nos shoppings (Foto: Marcelo Calazans)

Falta de interesse – Para piorar a situação, os lojistas reclamam da falta de empenho dos contratados em fase de experiência. “Muitos foram contratados em outubro e já saíram no mês de novembro, pois não atenderam a expectativa dos empresários, não tiveram bom desempenho ou interesse”, conta o presidente da CDL, com base nas queixas de lojistas da cidade.

Os gerentes confirmam a tendência que compromete as contratações. “Está difícil contratar, porque muitos estudam e não tem a disponibilidade de horário. Além disso, quem não tem experiência não tem o 'pique' do movimento da loja”, diz da loja Eva Bella, Kelly Brandão.

A gerente, da loja que fica no Centro, já contratou duas pessoas e há duas semanas procura ainda outras duas para o cargo de vendedor para tramalhar das 8h as 19h, com salário comercial, de R$ 900. Kelly conta que já apelou para a contratação de pessoal sem experiência, mas não deu certo por conta do ritmo acelerado de vendas.

De olho nas vendas de fim de ano, comércio enfrenta dificuldade para ampliar quadro de funcionários (Foto: Alcides Neto/Arquivo)
De olho nas vendas de fim de ano, comércio enfrenta dificuldade para ampliar quadro de funcionários (Foto: Alcides Neto/Arquivo)
Nos siga no Google Notícias