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Economia

Índios negam que a Funai tenha incentivado ocupação de fazendas

Vanda Escalante | 08/07/2011 16:11

Eles afirmam que não estão com medo de confronto e que vão permanecer na Bom Jesus até decisão da Justiça.

Brasílio Jorge, liderança da aldeia Lagoinha. (Foto: Pedro Peralta)
Brasílio Jorge, liderança da aldeia Lagoinha. (Foto: Pedro Peralta)

De acordo com as lideranças indígenas, são cerca de 80 famílias que estão, desde segunda-feira (04) ocupando os aproximadamente 600 hectares da fazenda Bom Jesus, entre Sidrolândia e Dois Irmãos do Buriti, sendo entre 40 e 50 famílias da aldeia Córrego do Meio e outras 30 da aldeia Lagoinha.

Ao contrário do que afirmam os fazendeiros, os índios negam que tenham sido orientados pela Funai para ocupar as terras. “Nós não somos mandados por ninguém. Entramos aqui porque temos certeza que estamos ocupando o que é nosso, o que era de nossos ancestrais. E além de a gente saber toda essa história, conhecer o passado e como foi todo esse processo, tem também os estudos dos antropólogos e arqueólogos que comprovam e asseguram que a terra é nossa”, afirma Basílio Jorge, liderança da aldeia Lagoinha.

Basílio garantiu também que não existe a intenção de entrar em outras fazendas vizinhas. Sobre ter em cortado a cerca da fazenda Cambará para colocar o gado no pasto do vizinho, conforme reclamou o fazendeiro Valério Vanni, Brasílio diz qaeu o que houve foi uma conversa: “Nós chegamos a conversar com o fazendeiro para o gado ficar lá, mas ele não deixou”.

Na fazenda Bom Jesus estão cerca de 300 cabeças de gado que pertencem aos índios, além de outras 150 vacas e 160 garrotes que são do arrendatário da fazenda, e mais 3 que pertencem ao titular da terra. “Nós entramos aqui porque não temos mais condição de esperar. São quase cinco mil pessoas em pouco mais de 2 mil hectares, não temos espaço. Vamos ficar aqui e esperar a decisão da Justiça”, afirma Brasílio.

As lideranças dos índios também informam que estão bem assistidos com relação a alimentação e cuidados com a saúde, por exemplo, e dizem que está tudo tranquilo com relação à segurança: “A Polícia Federal esteve aqui, sem problemas, e disse que a gente pode pedir o apoio deles se precisar”.

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