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Economia

Inflação sobe 1,14% em novembro e em doze meses se aproxima de 11%

Renata Volpe Haddad | 07/12/2015 15:00
A inflação na Capital registrou alta de 1,14% em novembro e os alimentos contribuíram para a elevação. (Foto: Gerson Walber)
A inflação na Capital registrou alta de 1,14% em novembro e os alimentos contribuíram para a elevação. (Foto: Gerson Walber)

A inflação em Campo Grande fechou novembro com alta e 1,14%, sendo o quarto indicador mais alto do ano. O que contribuiu para a elevação do IPC/CG (Índice de Preços ao Consumidor de Campo Grande) foi o grupo alimentação, com aumento de 3,3% o que influenciou em 0,68% a composição da inflação.

Divulgado mensalmente pelo Nepes (Núcleo de Pesquisas Econômicas) da Uniderp, a alta da inflação é bem maior se comparado com outubro, que foi de 0,97%.Nos últimos doze meses o índice soma 10,96%, muito acima do teto da meta estabelecida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional), que é de 6,5%.

De acordo com o coordenador do Nepes e pesquisador da Uniderp, Celso Correia de Sousa, no comparativo com novembro de 2014, o índice de 2015 ficou 0,59% maior. “Na análise entre os meses de novembro, essa inflação só foi superada em novembro de 2002, quando chegou a 4,91%”, avalia.

Grupos – Além do grupo alimentação influenciar na elevação da inflação na Capital, o grupo transportes apresentou alta de 1,80% em novembro, tendo contribuição de 0,27% no índice.

Já o grupo saúde teve queda de 0,06%, porém, com pouca contribuição para frear a inflação.

Para o pesquisador, o grupo alimentação continua a preocupar. “O aumento foi muito expressivo. Em outubro, registramos 1,65%, e no mês passado, 3,33%. A tendência é permanecer próximo desse patamar em dezembro, período de alto consumo devido às festas de final de ano. A inflação nesse mês, historicamente, sempre foi alta”, alega.

A batata registrou alta de 34,14% no mês passado. (Foto: Gerson Walber)
A batata registrou alta de 34,14% no mês passado. (Foto: Gerson Walber)

Alimentos – Em novembro, a batata teve alta de 34,14%, seguido do tomate com 32,30%, cebola com elevação de 30,58%.

Os alimentos que apresentam queda nos preços foram a abobrinha com 13,86, limão que caiu 11,06% e a manga, com queda de 8,88%.

Conforme Correia, além da influência de fatores climáticos e da sazonalidade de alguns produtos, principalmente verduras, frutas e legumes, o aumento de preços nesse grupo é ocasionado pela elevação do consumo com as festas que ocorrem no fim do ano.

Dos 15 cortes bovinos pesquisados pelo Nepes, 11 tiveram alta em novembro. (Foto: Fernando Antunes)
Dos 15 cortes bovinos pesquisados pelo Nepes, 11 tiveram alta em novembro. (Foto: Fernando Antunes)

Carnes - Dos 15 cortes de carnes bovinas pesquisados pelo NEPES, 11 deles tiveram alta de preços.

O músculo teve alta de 8,24%; cupim 4,85%; ponta de peito 4,08%; paleta 30,5%; patinho 1,90%; alcatra 1,68%; contra-filé 1,50%; acém 1,32%; coxão mole 1,11%; vísceras de boi 0,29% e filé mignon 0,10%.

Os cortes bovinos que apresentaram queda nos preços foram a costela com 1,15%; lagarto 0,97%; picanha 0,89% e fígado com queda de 0,18%.

As carnes suína e de frango também ficaram mais caras em novembro. A costeleta suína aumentou 3,68% e o pernil 0,38%. Apenas a bisteca teve queda de 0,61%. O frango resfriado teve reajuste de 2,54%, como também, os miúdos, com aumento de 0,20%.

Motivada pela alta demanda do produto, a valorização da carne bovina se dá especialmente com as festas de fim de ano, quando há o alto consumo do produto. “Essa valorização também está atrelada à baixa oferta de boi gordo para o abate e a entrada de boi de confinamento que, historicamente tem um preço mais elevado do que o boi de engorda a pasto”, explica o coordenador.

Paralelamente, o real desvalorizado frente ao dólar também tem favorecido a exportação do produto, diminuindo a oferta no mercado interno de carne bovina. Além disso, há uma migração de consumidores dos cortes mais caros para cortes mais baratos de carne bovina, bem como, para a carne suína, majorando os seus preços.

Acumulada – A inflação acumulada nos últimos doze meses em Campo Grande, é de 10,96%, muito acima do teto da meta estabelecida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional), de 6,5%.

As maiores inflações no período, por grupo, foram com alimentação 14,81%, habitação 13,36%, transportes 11,85% e despesas pessoais 11,54%.

Para o pesquisador, a escalada da inflação sinalizada anteriormente se concretizou e desde 2003 isso não acontecia. “A inflação acumulada em 12 meses em Campo Grande rompeu o patamar dos dois dígitos, o que não acontecia desde o ano de 2003, quando atingiu 11,82%. O fato é negativo para as autoridades governamentais e para o contribuinte, que está vendo seu salário reduzir o potencial de compra”, avalia.

Em 11 meses de 2015, a inflação acumulada já ultrapassou o teto da meta, chegando a 10,48%.

Passagem de ônibus encareceu 8,33% e contribuiu para elevar inflação em novembro. (Foto: Gerson Walber)
Passagem de ônibus encareceu 8,33% e contribuiu para elevar inflação em novembro. (Foto: Gerson Walber)

Segmentos - Em novembro, o grupo habitação apresentou elevação de 0,26% em relação a outubro. Transportes, houve alta de 1,80%, devido aumentos nos preços na passagem de ônibus urbano 8,33%, etanol registrou elevação de 3,92%, automóvel novo com valorização de 1,08%.

Seguindo o mesmo comportamento, o grupo Despesas Pessoais registrou alta de 1,03%. Os produtos que tiveram aumento foram: produtos para limpeza de pele com alta de 6,03%, fio dental 5,20%, mensalidade de clube 4,55%. A queda de preço só ocorreu com hidratante, 5,32%.

Já no grupo vestuário foi constatada inflação de 0,19%.O grupo educação apresentou estabilidade em seu índice, sem variação de preço em nenhum produto e ou serviço.

O grupo saúde registrou pequena queda de 0,06%, sendo que os maiores aumentos ocorreram com: anti-infeccioso e antibiótico 0,38%, material para curativo 0,18%, anti-inflamatório e antirreumático 0,14%, entre outros.

As quedas mais significativas foram constadas com os produtos: analgésico e antitérmico 1,38%, antialérgico e broncodilatador 1,30%, antigripal e antitussígeno 0,32%, entre outros.

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