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Economia

Juros do cheque especial e rotativo do cartão caem em junho

Kelly Oliveira, da Agência Brasil | 27/07/2018 13:40

A taxa de juros do cheque especial voltou a cair em junho, de acordo com dados do Banco Central (BC), divulgados hoje (27). A taxa chegou a 304,9% ao ano, com redução de 7 pontos percentuais em relação a maio. Essa é a menor taxa desde março de 2016, quando ficou em 300,8% ao ano.

As regras do cheque especial mudaram este mês. Segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), os clientes que utilizarem mais de 15% do limite do cheque durante 30 dias consecutivos vão receber a oferta de um parcelamento, com taxa de juros menor que a do cheque especial a ser definida pela instituição financeira.

A taxa média do rotativo do cartão de crédito também caiu, chegando a 291,9% ao ano, com redução de 11,7 pontos percentuais em relação a maio. No caso do consumidor adimplente, que paga pelo menos o valor mínimo da fatura do cartão em dia, a taxa chegou a 261,1% ao ano em junho, com aumento de 18,1 pontos percentuais em relação a maio.

Segundo o chefe do Departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha, o aumento da taxa do rotativo regular em junho foi influenciado por elevação nos juros por dois bancos. Rocha acrescentou ainda que não é possível saber se outros bancos vão elevar os juros do crédito rotativo regular também. “Se esse aumento no mês vai se generalizar nas demais instituição ou vai refluir ainda não sabemos”.

Já a taxa cobrada dos consumidores que não pagaram ou atrasaram o pagamento mínimo da fatura (rotativo não regular) caiu 32,8 pontos percentuais, chegando a 313,3% ao ano. A taxa média é formada com base nos dados de consumidores adimplentes e inadimplentes.

O rotativo é o crédito tomado pelo consumidor quando paga menos que o valor integral da fatura do cartão. O crédito rotativo dura 30 dias. Após esse prazo, as instituições financeiras parcelam a dívida.

Em abril, o Conselho Monetário Nacional (CMN) definiu que clientes inadimplentes no rotativo do cartão de crédito passarão a pagar a mesma taxa de juros dos consumidores regulares. Essa regra entrou em vigor no mês passado.

Mesmo assim, a taxa final cobrada de adimplentes e inadimplentes não será igual porque os bancos podem acrescentar à cobrança os juros remuneratórios por dia de atraso, a multa e os juros de mora.

Modalidades caras
Apesar da redução das taxas do rotativo do cartão e do cheque especial, essas modalidades de crédito são as mais caras entre as oferecidas pelos bancos. A taxa do crédito pessoal, por exemplo, é mais baixa: chegou a 114,7% ao ano, em junho, a mesma taxa registrada em maio. A taxa do crédito consignado (com desconto em folha de pagamento) caiu para 25% ao ano, com recuo de 0,4 ponto percentual.

A taxa média de juros para as famílias caiu 0,6 ponto percentual para 53,2% ao ano, em junho. A taxa média das empresas recuou 0,4 ponto percentual: agora é de 20,2% ao ano.

Inadimplência
A inadimplência do crédito, considerados atrasos acima de 90 dias, para pessoas físicas, permaneceu em 5%. No caso das pessoas jurídicas, também houve queda de 0,3 ponto percentual para 3,8%. Esses dados são do crédito livre em que os bancos têm autonomia para aplicar dinheiro captado no mercado.

Em 12 meses, a inadimplência para pessoas físicas caiu 0,8 ponto percentual e para as empresas, a redução chegou a 1,5 ponto percentual. “É uma trajetória de redução que parece consistente com o fim da recessão desde o ano passado”, disse Rocha.

No caso do crédito direcionado (empréstimos com regras definidas pelo governo, destinados, basicamente, aos setores habitacional, rural e de infraestrutura) os juros para as pessoas físicas permaneceu em 8% ao ano. A taxa cobrada das empresas teve retração de 0,3 ponto percentual para 8,9% ao ano. A inadimplência das pessoas físicas caiu 0,1 ponto percentual para em 1,9% e das empresas chegou a 1,2%, com redução de 0,6 ponto percentual.

O saldo de todas as operações de crédito concedidas pelos bancos ficou em R$ 3,130 trilhões, com crescimento de 0,7%, no mês e de 1,2%, no ano. Em 12 meses, a expansão chegou a 1,7%. Esse estoque do crédito corresponde a 46,8% de tudo o que o país produz – Produto Interno Bruto (PIB), com aumento de 0,1 ponto percentual em relação a maio.

De acordo com Rocha, a expansão do crédito é consistente como a retomada gradual do crescimento da economia. “O país está retomando o crescimento gradualmente, o que contribui para aumentar a demanda e a oferta de crédito”, destacou.

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