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Economia

Ministro diz que piscicultura pode superar pecuária e sugere para MS seguir MT

Helder Barbalho participou hoje do encerramento de um seminário na Expoagro e cobrou Estados sobre demora em licença ambiental

Helio de Freitas, de Dourados | 21/05/2015 18:15
O ministro da Pesca Helder Barbalho durante entrevista coletiva em Dourados (Foto: Eliel Oliveira)
O ministro da Pesca Helder Barbalho durante entrevista coletiva em Dourados (Foto: Eliel Oliveira)

O ministro da Aquicultura e Pesca, Helder Barbalho, disse na tarde desta quinta-feira em Dourados, a 233 km de Campo Grande, que o Brasil ainda está longe de explorar minimamente o potencial da piscicultura e afirmou que um de seus desafios na pasta é mostrar ao agronegócio brasileiro que a produção de peixe pode superar tanto a agricultura quanto a pecuária.

“Enquanto um hectare de terra tem capacidade de produzir 120 quilos de proteína bovina por ano, a piscicultura pode produzir, nesse mesmo espaço, de 100 a 320 toneladas por ano. Em nível mundial, o rendimento da exportação da aquicultura e pesca é sete vezes maior que da pecuária e nove vezes maior que da agricultura”, afirmou ele no auditório do Parque de Exposições João Humberto Andrade de Carvalho, onde ocorre a 51ª Expoagro.

Helder Barbalho disse que percorre o país para tentar convencer produtores rurais a encarar a aquicultura (cultivo de organismo em meio aquático) como um ramo do agronegócio que ainda pode crescer muito no Brasil, que tem reservatórios naturais de água, terra para escavação de tanques e 8,5 mil quilômetros de litoral.

“A produção atual da piscicultura brasileira é de 700 mil toneladas por ano e queremos chegar a dois milhões em 2020. É ousado falar em crescimento de um setor a índices de 20% ao ano, mas isso é perfeitamente possível”, disse o ministro, que veio a Dourados acompanhado do senador Waldemir Moka (PMDB), e dos deputados federais Geraldo Resende (PMDB) e Tereza Cristina (PSB).

Licenças demoradas – Helder Barbalho aproveitou a presença no seminário para cobrar dos estados brasileiros, inclusive de Mato Grosso do Sul, mais agilidade na liberação de licenças ambientais de projetos de piscicultura.

Segundo ele, os estados precisam seguir a resolução do Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente) e adotar o licenciamento simplificado. “Não é possível que o produtor espere um ano, dois anos, para conseguir o licenciamento ambiental de sua atividade. Não é normal toda essa demora”.

Exemplo do MT – Helder Barbalho disse que Mato Grosso do Sul tem potencial para se tornar grande produtor de peixe e de outros organismos da aquicultura, por possuir áreas suficientes para tanques artificiais e reservatórios naturais. Ele sugeriu que o Estado siga os passos do vizinho Mato Grosso, que oferece grande incentivo para esse tipo de produção.

“O primeiro passo é o Estado adotar o licenciamento simplificado. Mato Grosso do Sul tem uma produção pujante de soja e milho, componentes fundamentais para produção de ração, que representa 70% do custo da atividade. Basta que MS enxergue uma experiência aqui ao lado, no Mato Grosso, que tinha cinco mil toneladas de produção poucos anos atrás e conseguiu, viabilizando um ambiente adequado para a iniciativa privada, produzir 70 mil toneladas e deve fechar 2015 com 90 mil toneladas”, declarou o ministro.

Segundo Helder Barbalho, esse crescimento é resultado do custo mais baixo devido à produção de grãos usados na ração e de incentivos aos produtores. No plano nacional, segundo ele, uma das lutas políticas do setor é conseguir isentar a produção de ração de PIS/Cofins.

Frigorífico parado – Sobre a obra do frigorífico de peixe de Dourados, iniciada há quase uma década na margem da BR0163 e paralisada há vários anos, o ministro da Pesca disse que recentemente a prefeitura forneceu as informações técnicas que foram solicitadas e os documentos serão analisados “o mais breve possível”.

Já o secretário municipal de Agricultura Familiar e Economia Solidária, Landmark Ferreira Rios, afirmou que todas as informações foram repassadas e falta agora o governo federal liberar o dinheiro para o município retomar a obra.

Após discursar em seminário, Helder Barbalho percorreu por alguns metros os estandes da Expoagro, mas sem descuidar do horário para voltar a Brasília (Foto: Eliel Oliveira)
Após discursar em seminário, Helder Barbalho percorreu por alguns metros os estandes da Expoagro, mas sem descuidar do horário para voltar a Brasília (Foto: Eliel Oliveira)
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