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Economia

Para reduzir inadimplência, governo muda regras de crédito rotativo

Renata Volpe Haddad | 30/01/2017 12:03
Juros do cartão de crédito foi de 453,74% ao ano. (Foto: Renata Volpe)
Juros do cartão de crédito foi de 453,74% ao ano. (Foto: Renata Volpe)

Com a taxa de juro mais alta do mercado, o Governo Federal vai alterar, a partir de abril, as regras no rotativo do cartão de crédito, na tentativa de diminuir a inadimplência dos consumidores brasileiros. As mudanças, segundo economistas, são consideradas boas, já que os juros devem cair.

Conforme a Anefac (Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), em dezembro, os juros do cartão de crédito fechou em 15,33% ao mês, total de 453,74% ao ano.

Entenda - Os juros do rotativo do cartão de crédito são cobrados quando o consumidor não paga o valor total da fatura. Atualmente, há a opção de pagar apenas uma parte do valor da fatura, o mínimo que é de 15% e deixar o saldo restante para o próximo mês. Essa operação é chamada crédito rotativo.

A partir de abril, com as novas regras, o consumidor sem dinheiro para pagar o total da fatura poderá passar 30 dias no rotativo. Depois disso, o banco vai migrá-lo para um crédito parcelado com taxas mais baixas. Ou seja, o cliente que entrou no rotativo em abril, terá a conta parcelada em maio, segundo a Folha de São Paulo.

O Banco Central ainda não anunciou em quantas vezes o rotativo será parcelado e nem a taxa de juro. O economista Sérgio Bastos, explica que, se for comparado ao CDC (Crédito Direito ao Consumidor), os juros serão de até 7%. "Essa taxa cai quase pela metade e isso é positivo, porém, o consumidor precisa ter consciência de que quando entrar em um financiamento deste, as contas já estarão chegando no vermelho", alega.

Atualmente, o uso do rotativo é considerado pelo economista, uma bola de neve. Ele cita um exemplo: "Se eu uso o cartão no valor de R$ 1,5 mil e só pago R$ 1 mil, os R$ 500 entram no rotativo para o próximo mês, além dos 15% de juros. Eu continuo usando o cartão e na próxima fatura, será cobrado as minhas compras, os R$ 500 do rotativo e mais os juros".

O que muda - O economista explica as mudanças. "A partir de abril, em uma fatura de R$ 1,5 mil, o consumidor paga apenas R$ 1 mil, o restante será transformando em operação de crédito, financiamento, com uma taxa de juros menor e parcelado em quantas vezes o banco definir", afirma.

Bastos finaliza dizendo que a medida tomada pelo governo, irá estimular a economia. "Quando as famílias pagam menos juros, sobra dinheiro que será injetado na economia, aquecendo o comércio novamente".

Perdidos nas contas - "Os consumidores estão perdidos nas contas. A inadimplência do cartão de crédito é alta e foi preciso o governo tomar uma medida, para controlar isso", afirma o economista e presidente do Corecon (Conselho Regional de Economia), Tales Souza Campos.

O presidente explica que a medida é interessante, já que muitos brasileiros se "perdiam" no processo do rotativo. "Isso é uma tentativa de organizar a dívida dos brasileiros, que ficavam em uma bola de neve com o cartão de crédito devido aos juros exorbitantes. Agora, os bancos financiarão o rotativo com a possibilidade de juros menores".

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