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Economia

Produtores e governo tentam reduzir impactos de operação na carne de MS

Ricardo Campos Jr. | 20/03/2017 17:53
Da esquerda para direita: Jaime Verruck (Semade); Celso Martinez (superintendente federal de Agricultura em Mato Grosso do Sul), Maurício Saito (Famasul) e Sérgio Longen (Fiems). (Foto: Marcos Ermínio)
Da esquerda para direita: Jaime Verruck (Semade); Celso Martinez (superintendente federal de Agricultura em Mato Grosso do Sul), Maurício Saito (Famasul) e Sérgio Longen (Fiems). (Foto: Marcos Ermínio)
Superintendente federal de Agricultura diz que irregularidades foram divulgadas de forma genérica (Foto: Marcos Ermínio)
Superintendente federal de Agricultura diz que irregularidades foram divulgadas de forma genérica (Foto: Marcos Ermínio)

Preocupados com os impactos negativos que a Operação Carne Fraca possa trazer para Mato Grosso do Sul, representantes do Governo Estadual e entidades ligadas ao setor se reuniram nesta sexta-feira (20) para tentar minimizar o problema. Nenhuma empresa do estado foi alvo da ação, mas os dirigentes acreditam que a Polícia Federal divulgou os resultados de tal forma que a imagem do produto, mesmo dos frigoríficos que trabalham de forma idônea, acabou “manchada”.

Uma carta aberta a toda sociedade será divulgada nos meios de comunicação no intuito de esclarecer a população que os frigoríficos locais não têm relação com os problemas encontrados nas empresas do Paraná, Minas Gerais e Goiás.

“Houve um impacto de imagem ao produto brasileiro. Agora nós queremos saber o quanto isso vai significar no comportamento do consumidor. Essa nota é para mostrar que ele pode comprar os produtos brasileiros com tranquilidade”, diz o secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico, Jaime Verruck.

Segundo ele, o reflexo da operação em Mato Grosso do Sul é preocupante porque 80% do produto do estado é consumido internamente e somente 20% é exportado. O setor gera cerca de 25 mil empregos em todos os elos da cadeia. Queda no consumo poderia implicar de 12% a 13% dos valores arrecadados em ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) pelo poder público.

A China, um dos principais destinos da carne sul-mato-grossense, anunciou suspensão na compra dos produtos de origem brasileira após a divulgação dos resultados da operação. O Governo Federal já está se mobilizando para resolver os reflexos da ação a nível internacional. “Temos que tentar resolver o mais rápido possível esses embargos internacionais”, afirma Verruck.

Procedimentos – O superintendente federal de Agricultura em Mato Grosso do Sul, Celso Martinez, acredita que alguns dos problemas encontrados pela Polícia Federal nos frigoríficos investigados foram divulgados de forma “extremamente genérica, gerando constrangimento, já que até agora, pelo que se sabe, não casa com outras regiões”.

Na avaliação dele, o sistema de controle brasileiro é rigoroso o suficiente para garantir a qualidade do produto e não precisa mudar mesmo diante das irregularidades identificadas. Algumas delas inclusive já eram alvo de procedimentos internos do órgão.

“A resposta que o mercado externo quer hoje, além de diplomática, é técnica, receber as informações do que realmente aconteceu, quais são os produtos em risco e quais devem ser eliminados”, pontua.

O presidente da Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária), Mauricio Saito, diz ter total confiança na carne produzida em Mato Grosso do Sul. Segundo ele, as fraudes reveladas pela ação policial são pontuais “e não podem questionar a qualidade de todo o sistema produtivo”, pontua.

Sérgio Longen, presidente da Fiems (Federação das Indústrias de MS), diz que a inspeção da carne sul-mato-grossense conta com a participação de representantes sanitários dos países para as quais elas são exportadas, reforçando a qualidade.

“O mau empresário deve ser punido, mas não só ele, como o mau fiscal e o mau político. Acredito que houve uma pirotecnia com o anúncio de três plantas embargadas de um total de 4.800 colocando na verdade todos no mesmo saco. A carne brasileira é muito bem aceita no mundo inteiro e as nossas indústrias estão muito bem aparelhadas e o serviço de inspeção é muito rigoroso”.

Assinaram a carta, além de Verruck, Saito, Martinez e Longen o secretário estadual de Gestão Estratégica, Eduardo Riedel; o adjunto da Semade, Ricardo Senna; o diretor-presidente da Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal), Luciano Chiocheta; o presidente da Fecomércio (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo), Edison Araújo; o presidente do CRMV (Conselho Regional de Medicina Veterinária), João Vieira; o presidente da Associação Sul-mato-grossense de Novilho Precoce, Nedson Rodrigues; o presidente do MNP (Movimento Nacional de Produtores), Rafael Gratão; o presidente da Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul), Jonathan Barbosa; o presidente do Sicadems (Sindicato das Indústrias de Frios, Carnes e Derivados de Mato Grosso do Sul), Ivo Scarcelli; o presidente da OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras no Mato Grosso do Sul), Celso Regis; o presidente da Embrapa, Cleber Soares e o presidente da FAEMS (Federação das Associações Empresariais do Mato Grosso do Sul), Alfredo Zanutti.

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