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Economia

Risco fiscal e cenário no exterior levam dólar a fechar em alta

Niviane Magalhães (Estadão Conteúdo) | 29/06/2017 19:56

Um alerta em relação à economia foi adicionado ao já conturbado cenário político e fez o dólar fechar em alta ante o real nesta quinta-feira, 29, após renovar diversas máximas ao longo da tarde.

O motivo para isso veio depois que o governo central anunciou o pior déficit primário da história para o mês de maio, o que gerou ainda mais preocupação em relação à necessidade de aprovação da reforma da Previdência, além da grande possibilidade de aumento de impostos, o que poderá pesar ainda mais sobre a economia. Além disso, movimento técnico para a formação da Ptax no fim do mês também contribuiu para o movimento, assim como fatores externos.

O governo central teve déficit primário de R$ 29,371 bilhões em maio, valor maior que a projeção mais pessimista apurada pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, entre -R$ 12,1 bilhões e -R$ 27,7 bilhões. O valor de maio foi o pior para o mês desde o início da série histórica (1997).

Diante disso, o risco Brasil medido pelo contrato de swap de default de crédito (CDS, na sigla em inglês) de cinco anos subiu cerca de 1,5%, para 242 pontos durante a tarde. Segundo o operador de uma corretora, o resultado reforça a ideia de que a reforma da Previdência "precisa sair de qualquer jeito".

Para ele, a questão fiscal preocupa muito e as reformas passam a ser cruciais, mas com o recesso parlamentar em julho, a cautela fica ainda maior diante das crescentes dúvidas sobre a aprovação.

O economista da Guide Investimentos Ignácio Crespo adiciona ainda que, embora a questão da Previdência seja importante, é algo que resolverá o problema do Brasil apenas no médio e longo prazo e que no curto prazo o mais preocupante é a dificuldade crescente que o governo terá em fechar as contas deste ano.

"Para isso, será necessário aumentar impostos, o que tende a ser negativo para a economia e também não ajuda Temer nas aprovações das reformas", pontua o economista.

Uma disputa técnica em torno da formação da taxa Ptax de fim de mês, que será definida amanhã, também contribuiu para o dólar se manter em alta. "O patamar a R$ 3,30 é um nível que os investidores acreditam ser interessante para fechar o mês, já precificando todas as alterações", informou o operador da corretora Multimoney Durval Corrêa.

Ainda que o quadro interno tenha prevalecido no movimento altista do câmbio, o cenário internacional também foi de grande importância. O dólar subiu com força ante a maioria das moedas emergentes com o avanço de 1,4% do Produto Interno Bruto (PIB) americano. Além disso, o petróleo desacelerou e fechou em leve alta, após subir mais de 1% pela manhã.

No mercado à vista, o dólar terminou em alta de 0,65%, aos R$ 3,3045. O giro financeiro registrado somou US$ 2,38 bilhões. Na mínima, ficou em R$ 3,2709 (-0,36%) e, na máxima, aos R$ 3,3145 (+0,95%). No mercado futuro, o dólar para julho subiu 0,72%, aos R$ 3,3065. O volume financeiro movimentado somou US$ 17,51 bilhões. Durante o pregão, a divisa oscilou de R$ 3,2725 a R$ 3,3165.

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