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Economia

Tarifaço da Elektro provoca temor de repetição para a Enersul em 2015

Liana Feitosa | 21/08/2014 18:22
Presidente do Concen mantém otimismo, mas tudo indica que aumento será grande. (Foto: Marcos Ermínio/Arquivo)
Presidente do Concen mantém otimismo, mas tudo indica que aumento será grande. (Foto: Marcos Ermínio/Arquivo)

O reajuste na conta de energia dos moradores de cinco municípios de Mato Grosso do Sul, atendidos pela concessionária Elektro, que chegou à média de 37%, acendeu um alerta de receio de que o tarifaço se repitana fatura dos consumidores das demais cidades do Estado, atendidas pela Enersul, cujo reajuste é em abril de 2015.

"Esperamos, e estamos trabalhando para isso, que o aumento da tarifa adotada pela Enersul não acompanhe a média da Elektro, no entanto, não podemos negar que a situação está complexa", afirma Rosimeire Cecília da Costa, presidente do Concen (Conselho de Consumidores da Enersul). A presidente, seguindo a análise que o setor tem feito, já reconhece que o aumento vai ser considerável. "Por enquanto, calculamos um reajuste em torno de 20% a 25%", prevê.

Segundo Rosimeire, a esperança é que a situação se acalme com a normalização do nível de água nos reservatórios, caso as chuvas previstas para os próximos meses realmente aconteçam. Se não chover, a situação se complica. "A gente espera que o sistema se estabilize porque, hoje, já estamos na bandeira vermelha", compartilha.

No caso da Elektro, o cálculo para a nova tarifa foi alto devido à época em que os índices foram considerados. "As análises da Elektro se baseiam em dados coletados no período de estiagem do país, por isso, levam em consideração todo o período de seca. A concessionária acabou pegando todo o impacto desse período", explica Rosimeire.

Análise - Segundo o economista Fernando Abrahão, especialista em regulação econômica do setor elétrico, são grandes as chances de que a Enersul defina um reajuste superior ao adotado pela Elektro, considerando o impacto sobre preço da energia comprada. "Tudo em função da baixa capacidade de investimento e também de recurso para compra de energia. A concessionária tem tido um mix de compra de energia considerado baixo, fator que a coloca muito exposta ao mercado, tendo que recorrer à compra de energia com alto custo no curto prazo", explica.

Isso significa que, devido aos gastos imprevistos das concessionárias com a compra de energia das geradoras, o reflexo será um reajuste salgado. "Segundo relatório da Aneel, que embasou a decisão que autorizou o aumento (da Elektro), o componente financeiro que mais pesou foram as despesas com compra de energia, que aumentaram em 57% em relação ao ano passado", completa Abrahão.

Ainda segundo o especialista, o aumento de 7% nos encargos setoriais repassados ao governo federal por meio da tarifa de energia também pesaram no encarecimento da energia nos estados atendidos pela Elektro, fator que também vai influenciar no reajuste que será divulgado pela Enersul em abril do próximo ano.

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