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Economia

Transporte caro pesa na decisão de consumidor de comprar em bairros

Neste ano, compras de Natal devem movimentar R$ 38 milhões em Campo Grande

Osvaldo Júnior e Bruna Kaspary | 20/12/2017 08:45
A professora Norma, à esquerda, prefere comprar no bairro, até para incentivar o crescimento dos pequenos empresários da vizinhança. (Foto: Marcos Ermínio)
A professora Norma, à esquerda, prefere comprar no bairro, até para incentivar o crescimento dos pequenos empresários da vizinhança. (Foto: Marcos Ermínio)

Os custos com transporte, por um lado, e preços menores e praticidade, por outro, têm pesado na decisão do consumidor de Campo Grande de realizar as compras de fim de ano no bairro onde mora. Com isso, parte acentuada dos R$ 38,81 milhões estimados para serem gastos durante o período natalino na Capital podem movimentar lojas fora da região central.

“Prefiro comprar no bairro. Não vejo diferença na qualidade e os preços são menores”, comparou a cuidadora de idosos, Dalva Flores, 47 anos, moradora há 15 anos no bairro Parati. Além da economia com os produtos, a consumidora evita dispêndios maiores com transporte. “A tarifa de ônibus subiu e ficou muito cara”, considera. A tarifa teve alta de 4,22% no fim de novembro, passando de R$ 3,55 para R$ 3,70.

Nicelene garante que prefere fazer as compras no bairro para evitar transtorno (Foto: Marcos Ermínio)
Nicelene garante que prefere fazer as compras no bairro para evitar transtorno (Foto: Marcos Ermínio)

Quem tem carro também não escapa dos desembolsos maiores. A gasolina teve alta de 14,6% no intervalo de um ano, subindo do preço médio de R$ 3,486 R$ 3,995 na Capital na comparação entre dezembro de 2016 e de 2017, de acordo com o ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis). Essa variação é seis vezes maior que a inflação – o IPC/CG (Índide de Preços ao Consumidor de Campo Grande), calculado pelo Nepes (Núcleo de Estudos e Pesquisas Econômicas e Sociais) da Uniderp, acumulou alta de 2,19% em um ano.

Também moradora há 15 anos no bairro Parati, a professora Norma Sotero concorda com Dalva. “Faz alguns anos que não compro mais nas lojas do centro”, conta. “Além de fazer economia, o consumidor também ajuda seu bairro a crescer”, ensina a professora.

Nicelene Alves dos Santos, 39 anos, divide com Norma não só a mesma profissão, mas também a mesma opinião quanto ao comércio de bairro. A professora, que mora no Tijuca, vê na comodidade e praticidade grandes atrativos para comprar no bairro. “Eu prefiro, porque lá no centro nem sempre tem vaga de estacionamento. Além disso, tem muita gente. No bairro, tem menos movimento, é mais tranquilo”, comparou.

 Ana Márcia garante que as lojas dos bairros estão lucrando mais que do centro (Foto: Marcos Ermínio)
Ana Márcia garante que as lojas dos bairros estão lucrando mais que do centro (Foto: Marcos Ermínio)

Lojista – Quem está na outra ponta da relação de consumo também percebe vantagens no comércio de bairro. A empresária Ana Márcia Pires, 43 anos, tem, em sociedade com pessoas de sua família, três lojas de roupas: duas em bairros – nas Moreninhas e no Parati – e uma no centro. “As lojas dos bairros estão bem melhores”, avaliou. A do centro contabiliza custos maiores e lucros menores, embora seja a mais antiga, com 30 anos.

Gastos – Estudo do IPF (Instituto de Pesquisa da Fecomércio de MS) estima que os campo-grandenses gastem R$ 38,812 milhões em compras de Natal neste ano. O valor é ligeiramente inferior ao da mesma época de 2016, quando foi estimado o valor de R$ 39,142 milhões.

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