Trump recua em novo decreto, mas tarifa de 50% sobre a carne é mantida
Ordem reduz média global, mas principal produto exportado pelo Estado continua entre os mais taxados
Mesmo após rever parte da política tarifária anunciada nesta semana, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, manteve em 50% a alíquota sobre produtos brasileiros mais sensíveis, como a carne bovina. A nova ordem executiva, assinada na noite desta quinta-feira (31), reduz a média global de tarifas de 29% para 20%, mas preserva as sobretaxas que atingem diretamente a economia de Mato Grosso do Sul.
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Trump recua em tarifas, mas mantém 50% sobre carne brasileira. Após revisar sua política tarifária, o presidente americano reduziu a média global de 29% para 20%. No entanto, a sobretaxa de 40% adicional aos 10% da tarifa-base para produtos brasileiros, como carne bovina, foi mantida. A nova taxação entra em vigor em 7 de agosto. A decisão impacta diretamente Mato Grosso do Sul, que exportou US$ 225,6 milhões em carne bovina aos EUA em 2024. Celulose e ferro gusa, outros produtos relevantes para o estado, foram isentos da sobretaxa. Os EUA justificam a medida como resposta a supostas violações de direitos humanos e censura atribuídas ao STF. O Brasil busca medidas de compensação para os exportadores.
Os novos percentuais, que entram em vigor em 7 de agosto, variam de 10% a 41% conforme o país. No caso do Brasil, o governo americano reafirmou a combinação de 10% de tarifa-base com 40% adicionais para parte da pauta exportadora. Quase 700 itens, no entanto, foram poupados da sobretaxa, entre eles celulose, ferro gusa, aeronaves e insumos energéticos.
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O recuo parcial ocorreu após negociações com alguns países e forte pressão de setores econômicos internos dos EUA. Países como Vietnã, Madagascar e Ilhas Malvinas tiveram reduções expressivas. Já o Brasil continua no topo da lista, com a maior tarifa aplicada.
Mato Grosso do Sul exportou, em 2024, cerca de US$ 225,6 milhões em carne bovina e derivados aos Estados Unidos, o equivalente a um terço de toda a receita obtida com o mercado americano. É este o segmento mais impactado pela tarifa de 50%, que pode encarecer o produto no destino, inviabilizar contratos e provocar recuo na demanda.
Outros setores relevantes para o Estado, como a celulose (US$ 213,4 milhões) e o ferro gusa (responsável por 90% da produção estadual destinada aos EUA), seguiram livres da nova carga tributária. Já itens como etanol e frutas entraram na lista e também devem ser afetados.
O governo dos EUA justificou as tarifas como resposta a supostas violações de direitos humanos e atos de censura atribuídos ao STF (Supremo Tribunal Federal), especialmente ao ministro Alexandre de Moraes. A Casa Branca já havia anunciado a revogação de vistos de Moraes e aliados como parte da nova estratégia de política externa.
A decisão ocorre em meio a negociações diplomáticas e ao esforço de senadores americanos e brasileiros para tentar derrubar ou ao menos reduzir os impactos do tarifaço. Em Brasília, o Ministério da Fazenda avalia medidas de compensação para exportadores e sinaliza que a tarifa de 50% não atinge todo o volume comercializado.
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